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Veja os principais momentos de um dos maiores eventos de RH do Brasil
16 de Maio de 2025
Leitura de 11 min
No dia 14 de maio, o RH Leadership Xperience tomou conta do Distrito Anhembi em um dia totalmente dedicado aos profissionais de Recursos Humanos.
Organizado pela escola internacional de negócios StartSe e com o iFood Benefícios na lista de patrocinadores, foram mais de 10 horas de conteúdos sobre diversas vertentes da área de Gente e Gestão, com ênfase em Inteligência Artificial (IA), diversidade e comportamento.
Confira os destaques!
Índice:
Matheus Henrique Garcia, especialista em tecnologia na StartSe, iniciou seu painel com dados da Microsoft sobre a aderência da IA nas empresas:
Nesse sentido, nasce a inteligência híbrida, a junção das inteligências humana e artificial. Nas duas frentes, serve para criar valor – a parte humanizada é responsável pelas estratégias e criatividade – e otimizar valor – que vem da máquina, capaz de potencializar funções operacionais.
Graças ao olhar humanizado fortalecido pela análise técnica da IA, a capacidade de decisão também é otimizada, gerando um novo modelo organizacional em que o gestor deve equilibrar os dois lados.
Usando a figura de uma pirâmide, Matheus mostrou que os robôs devem ficar na base, atuando como operários em tarefas necessárias, mas que não exigem planos táticos ou inventivos. Esse é o papel dos humanos, que se posicionam no topo da pirâmide para desenvolver estratégias e guiar as máquinas.
No RH, é preciso elaborar um novo fluxo de trabalho para que essas tecnologias sejam realmente funcionais, incluindo tarefas relacionadas a remuneração e benefícios, comunicação interna, talentos, capacitação, etc.
O equilíbrio entre humanos e IA, portanto, é fundamental para que haja sinergia e distribuição de atividades que façam sentido. Enquanto a Inteligência Artificial processa dados, por exemplo, os profissionais têm mais tempo para olhar para os colaboradores com estratégia e empatia, considerando aspectos culturais, emocionais, interpessoais e qualquer outro que apenas os seres humanos são capazes de fazer.
Por fim, Matheus apresentou cinco dilemas e suas soluções diante da criação de um RH híbrido:
Em um bate-papo com Joca Oliveira, CEO da empresa de benefícios educacionais Unico Skill, e Cíntia Vasques, Head de Educação B2B na StartSe, a educação foi mostrada como uma forma de fortalecer a relação empresa-colaborador.
Em um país com grandes desafios educacionais, Cintia perguntou como os RHs de todo o Brasil percebem essas barreiras. Joca disse que o principal problema é a falta de mão de obra qualificado, trazendo, inclusive, uma estatística impressionante: 75,7% dos brasileiros entre 18 e 24 anos não têm ensino superior, como mostra uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Educação e pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
Sendo assim, a educação deve ser encorajada também aos colaboradores de menor poder hierárquico, já que o conhecimento é um instrumento destinado a pessoas com muito potencial, mas poucas oportunidades. Para a empresa, isso é importante porque é uma forma de alcançar melhores resultados, bem como atrair e reter talentos.
O RH pode ter certa dificuldade para convencer o alto escalão a apostar em educação, mas Joca revelou a solução: mostrar resultados concretos que mostrem a eficiência e o retorno do investimento.
A educação como benefício pode ser uma ótima ferramenta de engajamento – ainda mais se é estendida a dependentes –, porque contribui com a lealdade e o aumento de produtividade nas tarefas diárias.
Sócio da Link School of Business e fundador da People Smart School, Bruno Mano falou sobre um fantasma que assombra muitas pessoas, mas que poucas sabem o que realmente significa: o overthinking.
Descrevendo o overthinking como a ansiedade disfarçada de produtividade e não necessariamente apenas o excesso de pensamentos, ele destacou que esse fenômeno é composto por três categorias:
Esses ruídos podem ser frutos de diversos elementos, sendo o principal a comunicação. A forma como os líderes se comunicam, segundo Bruno, é o grande criador de overthinkers, já que a troca com a equipe tem o objetivo de fomentar confiança.
Dependendo de credibilidade, recorrência e intimidade, ele comparou a confiança a uma equação. O que coloca esse cálculo em risco é a auto-orientação, ou seja, a individualidade e a carência de comunicação assertiva.
Isso acontece porque a segurança psicológica é o maior preditor de equipes de alta performance, como indica uma pesquisa interna do Google. É pelo mesmo motivo que os profissionais de RH devem atuar como guardiões do espaço mental, orientando os líderes, assistindo os colaboradores e mediando essas relações.
Bruno também mostrou alguns recursos para reduzir o overthinking:
Todos têm vieses que ditam seus julgamentos, segundo Cammila Yochabell, fundadora da plataforma de seleção Jobecam. Motivada por sua própria experiência como a única mulher em um trabalho majoritariamente masculino, ela decidiu encabeçar uma empresa que poderia minimizar as micro e macro agressões que afetam candidatos pertencentes a grupos minoritários.
Embasadas em estereótipos e preconceitos, essas tendências involuntárias existem em todas as pessoas, por menores que possam parecer. O primeiro passo é admitir sua existência, já que “não querer reconhecer vieses é um ato de preconceito”, como afirmou Cammila.
Uma maneira de reduzir esse problema na etapa de recrutamento e seleção é utilizando ferramentas de Inteligência Artificial criadas para tornar o processo seletivo mais justo e eficiente.
A IA pode otimizar diversos aspectos, mas é preciso tomar cuidado para não substituir o olhar humano pela impessoalidade das máquinas. Ela deu exemplos em relação a isso, como o uso exacerbado de chatbots para conversar com candidatos, processos com muitas etapas, qualidade da avaliação de competências e reprodução de preconceitos com base em conteúdos utilizados nas fases de machine learning.
Existem vários jeitos de otimizar o processo seletivo por meio da IA sem deixar a responsabilidade social de lado, incluindo:
Seguindo a temática de pluralidade, Davi Venâncio, Especialistas em Diversidade, Equidade e Inclusão no iFood, começou sua palestra afirmando que há muitas habilidades – as famosas soft skills – adquiridas com experiência de vida, inclusive adaptabilidade, trabalho em equipe, liderança e comunicação.
Nesse sentido, há potencial em todos os lugares e em todas as pessoas, mesmo aquelas que não tiveram boas oportunidades financeiras que poderiam alavancar suas carreiras.
“Entender o ponto de partida de uma pessoa é o primeiro passo para qualquer transformação coletiva”, disse ele, mostrando dados que ilustram a realidade brasileira:
Prestar atenção em estatísticas como essa auxiliam o RH a perceber quais problemáticas sociais podem afetar a atração, seleção, retenção e engajamento de talentos, cabendo aos profissionais da área entender essa realidade e buscar soluções não apenas em virtude da empresa, mas também para contornar o problema como um todo.
Para encontrar os recursos adequados, Davi pontuou a importância de que as empresas contem com profissionais que fazem parte de grupos menos favorecidos, com lugar de fala para compreender as preferências e necessidades dessas pessoas. Se indivíduos que não verdadeiramente entendem as dores de certa comunidade são colocados para representá-la, o risco de microagressões são muito maiores porque não há afinidade com tal realidade.
Estatísticas coletadas por levantamentos das consultorias Deloitte e McKinsey mostram que iniciativas sociais trazem grandes vantagens às empresas:
Refletindo sobre sua própria trajetória, Davi encorajou as equipes de RH a adotar uma postura mais inclusiva e assistir os talentos que ainda se encontram em posição de marginalidade. “A periferia não é apenas resistência, é potência criadora”, finalizou.
Autoridade em Inteligência Artificial e consultoria, Vinicius David é o Chief Growth Officer da Birdie AI e foi instrutor de inovação e gerenciamento de produtos na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
Ele iniciou o painel mostrando que a IA é tão poderosa que disparou a 5ª Revolução Industrial, formada por uma mistura de pessoas, máquinas, resiliência emocional, comunidade e alta performance.
Também foram mostrados os estágios de evolução da Inteligência Artificial:
Dentro das empresas, é importante diferenciar os copilotos e os agentes de IA:
Vinicius ressaltou que a transformação digital não basta – faz-se necessária a transição digital, isto é, o processo gradativo de implementação tecnológica, que deve impactar a maneira como as pessoas encaram essas inovações.
Também afirmou que os dados – os maiores atrativos de qualquer negócio depois das pessoas e dos produtos – são as respostas para que uma empresa se torne grandiosa em IA. Nesse sentido, etapas de coleta, organização, análise e aplicação de dados são igualmente relevantes e cheias de oportunidades.
O papel dos líderes em meio a essa revolução tecnológica é entender o valor da Inteligência Artificial, aprender a operá-la, identificar maneiras de utilizá-las e extrair os melhores resultados. “Seja uma potência em IA e não apenas no uso de ChatGPT”, completou Vinicius.
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