Web Summit Rio 2025: o palco onde o futuro da tecnologia se encontra

Equipes resilientes são cruciais para qualquer empresa, mas é preciso tomar cuidado para não cair em ilusões e armadilhas
2 de Maio de 2025
Leitura de 7 min
Do latim resiliens, resiliência significa “ricochetear, pular/saltar de voltar”. A palavra surgiu em algum momento do século XIX no campo da física para retratar a capacidade que alguns objetos têm de voltar à sua forma original após passarem por deformidades.
Na psicologia, o significado tem tudo a ver com regeneração. É a habilidade de se adaptar e se recuperar diante das adversidades, aprendendo e crescendo apesar dos problemas.
Naturalmente, isso é algo muito importante para todos os aspectos da vida, incluindo o trabalho. Em tempos de grandes transformações e conflitos dignos de deixar qualquer um sem sono, saber como se ajustar e superar os obstáculos é fundamental para qualquer negócio.
Ainda que seja indispensável para qualquer profissional, a resiliência pode ter seus espinhos se não for tratada da maneira correta. Portanto, para se tornar um sobrevivente em tempos de crise, o equilíbrio é um elemento-chave.
Índice:
Antes de mais nada, vale listar algumas qualidades que formam um profissional resiliente:
A resiliência é uma qualidade que todos os gestores desejam que suas equipes tenham. Colaboradores resilientes não se deixam abater com facilidade, lidam com a pressão de maneira inteligente, estimulam a criatividade e a solução de problemas, são mais focados e produtivos.
O perigo acontece quando a resiliência começa a se confundir com subserviência, ou seja, a submissão e o “aceitar tudo calado”. O resiliente não fica em estado de servidão por se adaptar às dificuldades, mas ao consentir com aquilo que não concorda ou que o prejudica de alguma forma – tudo em nome da resolução do problema.
Saber questionar e se posicionar também é um jeito de encontrar firmeza diante das adversidades, mas sem que sua dignidade e saúde sejam feridas. A ajustabilidade não é cega, e deve andar lado a lado com a capacidade de reconhecer excessos e questões que não precisam ser totalmente aceitas e que podem, sim, ser mudadas para melhor.
Também é importante notar que a resiliência não deve exigir que as pessoas deixem de lado suas personalidades e valores em prol do obstáculo e dos objetivos a serem alcançados. O equilíbrio, mais uma vez, é o ingrediente que não pode faltar.
Praticar a resiliência não é uma tarefa fácil, mas é recompensadora. Algumas dicas podem ajudar a construir times resilientes e que não se deixam abalar diante dos problemas do universo profissional.
Pode ser uma tarefa difícil, mas cultivar uma mentalidade positiva é crucial para sustentar a resiliência. Enxergar o lado bom e ter esperança de que as coisas vão melhorar ajudam a suavizar momentos turbulentos, tornando-os menos assustadores.
Tentar manter a calma, confiar na própria competência – e dos times com os quais trabalha –, definir metas, analisar cases de sucesso e pensar de maneira estratégica e analítica são algumas táticas para um mindset positivo diante dos desafios profissionais.
Quando alguém confia que tem habilidades o suficiente para contornar uma situação negativa, fica mais fácil preservar a resiliência e ajustar os planos táticos para resolver o problema.
Buscar conhecimento e manter-se atualizado perante às novidades do mercado são instrumentos poderosos para encarar as crises e solucioná-las com inteligência, eficácia e criatividade.
Sempre que possível, invista na sua própria educação, seja por meio de cursos, palestras, seminários, livros, artigos ou vídeos e podcasts que abordam determinados assuntos e áreas de atuação. É como dizem por aí: conhecimento nunca é demais.
Pessoas resilientes enxergam os feedbacks como oportunidades. Mesmo que sejam negativos, podem servir como material de desenvolvimento, indicando o que deu certo, o que não funcionou e o que pode ser melhorado.
Ao ouvir o que os colegas e os clientes têm a dizer, é possível ter novos insights, corrigir erros e traçar planos estratégicos com um olhar diferente.
É muito difícil ser resiliente sozinho. Para amortecer o baque das dificuldades, é muito importante ter pessoas de confiança que possam oferecer suporte e trabalhar em conjunto.
No trabalho, as equipes devem estar alinhadas em relação às estratégias e afazeres, mas a sintonia também precisa existir no que diz respeito ao relacionamento que os colaboradores têm uns com os outros. Afinidade, comunicação e respeito não podem faltar.
A rede de apoio também é importante em casa. Depois de um expediente caótico, é natural sentir-se esgotado e frustrado. A presença de pessoas que possam oferecer um ombro amigo é um ótimo remédio para recuperar as energias e a convicção de que os problemas não durarão para sempre.
Como dito anteriormente, resiliência não é sinônimo de subjugação e nem de otimismo exacerbado. É preciso reconhecer que não vale à pena passar por cima de tudo para conseguir resultados a todo custo.
Limites são como sinalizações de segurança que indicam que há perigo se aproximando. Um exemplo claro é a pessoa que insiste em ir para o escritório mesmo estando doente, porque tem medo que a sua ausência pode atrasar ou piorar o andamento das operações.
Se não for tratada com cuidado, honestidade e ética, a resiliência pode se transformar em toxicidade – seja autoinfligida ou direcionada aos outros.
Ninguém é feliz o tempo todo. Ainda que a resiliência seja relacionada à adaptabilidade e ao pensamento positivo, é impossível se sentir contente quando há crises que precisam ser resolvidas.
Sentir-se triste, frustrado ou zangado são reações perfeitamente naturais e perfeitamente humanas. Explorar esses sentimentos, na verdade, é uma forma de extravasá-los e superá-los.
Forçar a si ou a outras pessoas a estar bem o tempo todo não é algo realista e cria uma cultura perigosa de negligência ao bem-estar, já que isso força a terrível prática de “esconder a sujeira embaixo do tapete”. Uma hora essa sujeira vai aparecer e será muito mais difícil limpá-la.
O otimismo deve estar presente, mas coexistindo com a realidade e nunca se tornando uma criatura dominadora que fecha os olhos para as partes ruins. Esse é, inclusive, um dos caminhos que podem levar ao burnout.
Algumas coisas não podem ser controladas e lutar contra elas é desperdício – de tempo, esforços e dinheiro.
É preciso entender e aceitar que mesmo o mais talentoso dos profissionais, ou a empresa com mais tempo de mercado, pode não ter nenhuma influência sobre determinada situação.
Sendo assim, a resposta é buscar por elementos que sejam controláveis e que tenham o potencial de melhora. Foi como aconteceu na pandemia – a crise sanitária e o isolamento social não podiam ser modificados, mas a maneira como as empresas lidaram com as consequências para que suas operações continuassem funcionando foi um grande ato de resiliência.
A construção da resiliência também depende de gentileza, atenção e carinho. Algumas coisas são incapazes vir de fora, então é imprescindível abrir espaço na agenda para momentos de autocuidado.
O famoso self care pode ter várias formas: tomar um banho relaxante no final do dia, assistir a um bom filme, investir em comida boa, tirar uma soneca nas tardes de domingo, fazer terapia, caminhar no parque…
Seja o que for, cuidar de si é uma etapa muito importante para conceber uma postura resiliente porque alivia a pressão, recarrega as energias e equilibra o estado emocional. Consequentemente, isso é refletido na maneira de pensar e agir no trabalho, especialmente quando há crises que precisam ser solucionadas.
Cuidar de si é um ato de força, não de fraqueza. Reserve um tempo para você e veja como a sua resiliência vai florescer ainda mais. Quer mais dicas sobre saúde e bem-estar? Continue acompanhando o Acrescenta!