Web Summit Rio 2025: o palco onde o futuro da tecnologia se encontra

O que rolou no maior evento de tecnologia do mundo? Veja os destaques e insights do Web Summit Rio 2025.

30 de Abril de 2025

Leitura de 14 min

Mais uma edição do Web Summit Rio aconteceu e como sempre, foi um show de conexões, tendências e inovações. O Web Summit Rio 2025 reuniu mais de 34 mil pessoas, 1.400 startups e grandes nomes do mercado para discutir o que já está transformando o presente — e o que vai moldar o futuro.

De inteligência artificial à cultura organizacional, passando por ecossistemas de impacto e soluções que conectam o online ao offline, os palcos do evento trouxeram provocações e aprendizados que merecem ser compartilhados. E o iFood Benefícios esteve presente em diferentes frentes, com falas que não só inspiraram, mas também mostraram na prática como tecnologia, propósito e execução andam juntos.

Então se você não pôde participar, se tranquilize: a gente acompanhou tudo de perto e trouxe os principais highlights para você se atualizar rapidinho.

Índice:

Uma aula de sabor, inovação e autenticidade 

Matias Muchnick, CEO da NotCo, entrou no palco com carisma de sobra, e logo conquistou a plateia ao apresentar não apenas sua empresa, mas uma nova forma de pensar o futuro da alimentação.

A NotCo é uma foodtech que utiliza inteligência artificial para criar sabores autênticos, replicando alimentos de origem animal sem usá-los de fato. Ele deu um exemplo simples e impactante: criar o sabor do leite em um produto 100% vegetal. E não é uma imitação qualquer — é aquela experiência sensorial real, que engana o paladar de quem jura estar tomando leite de vaca.

Segundo Matias, a grande chave para se destacar num mercado competitivo é a autenticidade. E ele fala isso com propriedade. Para ele, tratar os negócios de forma pessoal e verdadeira é o melhor caminho para se desviar da concorrência e criar uma marca que se conecta de fato com as pessoas.

Durante a apresentação, ele exibiu um vídeo da Not Mayo, uma maionese vegana que já virou símbolo dessa ousadia criativa da marca. A propaganda — que está disponível no YouTube — mostra como é possível transformar um produto tão tradicional como a maionese, sem abrir mão do sabor nem do impacto cultural.

A NotCo trabalha com três pilares fundamentais para desenvolver qualquer produto:

  1. Concepção
     
  2. Formulação
     
  3. Otimização

Esse trio sustenta todo o processo criativo da empresa — desde a ideia inicial até a entrega final de um produto que, apesar de não ter ingredientes de origem animal, mantém o sabor e a experiência que o consumidor espera.

Outro momento curioso da palestra foi quando Matias comentou sobre o desenvolvimento de um snack que pode ser compartilhado entre humanos e seus animais de estimação. “Por que não criar algo saudável e saboroso que sirva para todos da casa, humanos e pets?”, questionou Matias.

Ele também falou sobre um dos desafios mais interessantes que enfrentaram: criar um chocolate sem açúcar que ainda assim tivesse o gosto real de chocolate. E aqui entra o diferencial da IA. Para isso, é preciso esquecer tudo o que achamos que sabemos sobre chocolate. A inteligência artificial da NotCo analisa profundamente a estrutura do alimento, entende a experiência sensorial que ele proporciona aos humanos e então reconstrói isso a partir de ingredientes alternativos. O resultado? Um chocolate sem açúcar que realmente convence.

No Brasil, um exemplo dessa revolução é o Not Shake Protein: um milkshake sem carboidratos, sem lactose, sem açúcar, com alta proteína — e, ainda assim, delicioso.

Foi uma palestra que uniu ciência, criatividade e propósito. E mais do que isso: uma verdadeira provocação sobre como podemos pensar diferente sem perder a essência. Matias nos lembrou que o futuro da alimentação não precisa ser uma renúncia — pode ser, na verdade, um reencontro com o sabor, com mais consciência.

Dos silos à sinergia: liberando a IA para transformar equipes de marketing

Durante sua participação no evento, Izabelle Macedo, CMO América Latina na Google Cloud, trouxe uma visão provocativa e estratégica sobre como a inteligência artificial está revolucionando o marketing — e por que ela já deixou de ser um diferencial para se tornar parte essencial das operações.

Logo de início, Izabelle destacou os quatro principais desafios enfrentados pelo marketing atual: orçamento, pessoas, mensuração de resultados e personalização. Em vez de pensar em uma estratégia para inteligência artificial, ela propõe uma inversão de lógica: é a IA quem deve criar a estratégia. A partir disso, surgem experiências mais fluídas e decisões mais precisas.

Na prática, o processo já é real dentro do Google. Para a criação de campanhas, por exemplo, as informações e parâmetros são alimentados na IA, que entrega uma proposta inicial de peças e abordagens — depois revisadas pela equipe. Com isso, os profissionais conseguem otimizar seu tempo, dedicando-se a estudos, análises e tarefas mais estratégicas.

Izabelle também mostrou como os agentes de IA já transitam entre diferentes funções dentro do marketing, inclusive ajudando na etapa de produção criativa. No caso de orçamentos, por exemplo, ela pontuou que a tecnologia não substitui o olhar criativo, mas pode acelerar e expandir sua aplicação — como gerar um vídeo a partir de uma única imagem estática, respeitando os padrões da marca.

Um dos momentos de maior impacto da palestra foi a apresentação de uma ferramenta de criação de podcasts. Em apenas dois minutos e poucos cliques, foi possível gerar um episódio com dois speakers, interagindo entre si com naturalidade — como em uma conversa real. A demonstração evidenciou o potencial da IA para transformar até mesmo os formatos mais humanos e espontâneos de conteúdo.

Para encerrar, Izabelle reforçou o papel do Google em ajudar empresas e pessoas a otimizarem o dia a dia com soluções de IA cada vez mais robustas e acessíveis, mantendo a criatividade no centro — mas com o suporte de uma tecnologia que trabalha em favor do tempo, da personalização e da eficiência.

O futuro construído pela IA: um roteiro do Google Cloud

Durante sua palestra no evento, Patrícia Florissi, Diretora Técnica na Google Cloud, apresentou uma visão profunda e inspiradora sobre como a inteligência artificial está transformando não só o mercado, mas também a própria ciência. Segundo ela, estamos vivendo um momento único em que IA e pesquisa científica formam um ciclo virtuoso, um complementando o outro em velocidade, precisão e impacto.

Patrícia destacou os “4 Ms” — quatro áreas da ciência onde a inteligência artificial deve atuar com ainda mais força nos próximos anos:

  • Meteorologia: com previsões climáticas cada vez mais antecipadas e precisas.
     
  • Moléculas: acelerando a leitura de proteínas, DNA e RNA, com impactos diretos na saúde e na farmacologia.
     
  • Minerais: promovendo uma extração mais inteligente e sustentável, com foco na preservação do meio ambiente.
     
  • Materiais: criando novas matérias-primas capazes de atender às demandas crescentes da sociedade moderna.
     

Além disso, ela abordou a necessidade crescente de hipercomputação. Para acompanhar o avanço das IAs, será essencial investir em arquiteturas de supercomputação integradas em escala planetária, que deem conta do processamento necessário para descobertas e aplicações em tempo real.

Outro ponto de destaque foi a computação quântica. Patrícia explicou como estamos saindo de um modelo exclusivamente binário para um futuro híbrido, que une o binário ao quântico, ampliando de forma exponencial a capacidade de processamento e de simulações complexas. Ela relembrou que 2025 será o Ano Internacional da Ciência e da Tecnologia Quântica, comemorando os 100 anos da mecânica quântica e projetando avanços ainda mais ousados.

Para encerrar, compartilhou uma reflexão poética e simbólica:

"Se fotografar é capturar o presente, tecnografar é como desenhar o futuro da tecnologia."

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RA e iFood: Construindo confiança por meio da voz do cliente

Durante a palestra no stand do Reclame AquiDiego Barreto, CEO do iFood, compartilhou insights valiosos sobre como a tecnologia e a cultura organizacional precisam andar juntas na resolução de problemas reais dos consumidores.

Edu Neves, CEO do Reclame Aqui, abriu a conversa explicando como a própria plataforma nasceu — de uma simples reclamação sobre um lanche que chegou sem ketchup. Desde então, o propósito segue o mesmo: transformar reclamações em conexões reais entre marcas e consumidores.

Diego entrou no papo com um exemplo cotidiano: quando um pedido no iFood não vem completo, como a ausência de um guaraná. Nesse cenário, surgem várias dúvidas — foi o restaurante que esqueceu? O entregador? Ou o cliente recebeu e alegou não receber? Segundo ele, é difícil saber ao certo quem errou. Por isso, o iFood assume o custo automaticamente e devolve o valor, evitando fricção e priorizando a experiência do usuário. A lógica é simples: quando o problema pesa no bolso da empresa, ela se move mais rápido para resolvê-lo.

A conversa evoluiu para a importância do mindset. Resolver problemas exige cultura e foco no cliente, independentemente da área de atuação. Ao ser questionado sobre como garantir isso em uma operação tão grande como a do iFood, Diego foi direto: visão e cultura são os pilares.

Ele também destacou que só foi possível ampliar os negócios do iFood para outras frentes depois de ser excelente no básico. E como medir isso? Sendo o melhor no Reclame Aqui.

Um ponto forte da palestra foi quando Diego falou sobre o desconforto como motor da inovação. “Para alcançar a qualidade de um serviço, o problema precisa incomodar”, disse. Não é uma questão de resolver tudo em 24 horas, mas sim de não normalizar o erro.

Ele ainda contou sobre um time dentro do iFood criado especificamente para desenvolver ideias que, a princípio, pareceriam impossíveis. Um exemplo prático? O atendimento via WhatsApp para os três canais do ecossistema — cliente, restaurante e entregador. A ideia surgiu em 2020 e hoje já é uma realidade funcional.

Outro ponto curioso foi a menção ao entregador como peça-chave da operação. De acordo com Diego, na maioria dos casos, quem está com a razão é o entregador, e isso se reflete até mesmo nos códigos e protocolos internos do iFood.

A conversa terminou com uma abordagem sobre IA generativa. Segundo Diego, essa tecnologia tem sido fundamental para cruzar diferentes fontes de dados e propor soluções personalizadas. Um exemplo prático é o uso da IA no iFood Benefícios, onde o sistema analisa o comportamento de recarga das empresas e gera recomendações customizadas com base em padrões detectados.

Transformando a dor do cliente em inovação de produtos

A palestra de Arthur Freitas, Diretor Geral no iFood Benefícios no evento foi um verdadeiro manifesto sobre cultura, tecnologia e um propósito gigante: tornar a comida mais barata para todo mundo. Como ele mesmo disse: esse é o grande sonho.

Logo de início, Arthur desmistificou a ideia de que o crescimento do iFood aconteceu “por causa da pandemia”. Mostrou, em gráfico, que a curva exponencial já vinha de antes — resultado de um pensamento empreendedor, muito trabalho e uma filosofia clara: errar pequeno, aprender rápido e escalar o que funciona.

O crescimento do iFood não é visto como algo linear, e sim como um ecossistema em movimento constante. Restaurante, crédito, pagamento, entregadores, benefícios, comer fora... tudo conectado. E tudo girando em torno de um mesmo objetivo: impactar positivamente toda a cadeia alimentar.

Arthur falou sobre a “maquinona” — e a estrutura tecnológica por trás da operação. Ela vai muito além da captura de um pagamento. É essa mesma base que está por trás do iFood Benefícios e do novo movimento do “comer fora”, que está em fase inicial, mas já mostrando um enorme potencial de expansão.

Um dos dados mais marcantes da palestra foi o impacto direto no comportamento do consumidor: clientes cadastrados na maquinona e que recebem cashback gastam 22% a mais nos restaurantes. Resultado? Fidelização, engajamento e mais faturamento para quem está no ecossistema.

Ao falar de iFood Benefícios, Arthur fez uma pergunta simples: "Quem aqui já foi a um restaurante e teve que perguntar se aceitava o vale?" A sala inteira levantou a mão. As taxas dos cartões tradicionais eram muito altas, e foi aí que surgiu a oportunidade. Criaram uma solução que realmente conversa com os hábitos das pessoas — com cashback, clube de descontos, saldo extra, e integração com o delivery e o comer fora.

E não para por aí. Trouxeram também dados sobre os impactos para os RHs: empresas que usam iFood Benefícios têm, em média, 18% de turnover, contra 25% do mercado. Além disso, ganham tempo e autonomia com a plataforma.

Mas... como tudo isso roda? A resposta é simples e poderosa: cultura. Uma cultura inegociável, com pilares sólidos como sonho grande, errar e aprender rápido (jetski), priorização 80/20 e execução sem desculpas.

O sonho? Ser a maior empresa de benefícios do Brasil. E, nas palavras dele, “nós vamos ser”.

Etorre Paiola, Head de Produtos, Desing e BizDev no iFood benefícios, entrou na sequência para mostrar como tudo isso vira realidade no dia a dia. Trouxe o exemplo do “comer fora”: a dor dos restaurantes era o salão vazio. Com a tecnologia certa, o cliente vai até o restaurante, paga com o iFood Benefícios no crédito e já recebe o desconto. Simples assim. Resultado? 34% dos restaurantes parceiros cresceram mais de 50% com o modelo.

Outro case: o RH no app. O problema não era uma plataforma responsiva, mas sim dar autonomia ao RH mesmo longe do computador. A solução? Criaram uma área exclusiva para RH dentro do próprio app do colaborador, acessível apenas para quem tem permissão. Tudo na mesma plataforma, resolvendo várias dores com o mesmo produto.

A mensagem final de Arthur foi clara: "Somos data driven. Nossos colaboradores consomem nossos produtos. Trabalhamos perto do cliente. E somos bons em execução."

Missão declarada: ser a solução definitiva para alimentar pessoas.

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O efeito de rede

Durante o painel mediado por Gustavo Brigatto, Fundador da Startups, Diego Barreto, CEO no iFood, trouxe reflexões importantes sobre o papel do ecossistema, da análise de dados e da atuação estratégica em tempos de instabilidade global.

Para ele, entender com clareza a realidade do próprio negócio é o ponto de partida para qualquer tomada de decisão relevante. Segundo Diego, é preciso questionar constantemente: "O que eu realmente preciso agora no meu negócio?". A partir disso, abre-se espaço para a descoberta — e é justamente o ecossistema quem dita como evitar problemas como o churn de clientes.

Nesse sentido, ele destacou o modelo do próprio iFood, que atua de forma integrada com todas as pontas do processo, conectando entregadores, restaurantes, clientes e parceiros. O cliente está presente em todas essas pontas, e por isso, a inteligência do ecossistema é essencial para garantir uma experiência completa e eficiente.

Outro ponto levantado por Diego foi o comportamento das empresas brasileiras em relação às estatísticas. Ele chamou atenção para o fato de que a cultura nacional ainda não trabalha fortemente com dados — o que se torna um ponto crítico quando o modelo de negócio depende de um ecossistema conectado.

Ao ser questionado sobre como fazer negócios em um cenário global marcado por guerras físicas e comerciais, Diego respondeu que o grande desafio é ter que concentrar a atuação em mercados menores. No entanto, há um lado positivo: "quando o mundo está partido, você aprende a dominar o seu próprio território". É nesse ambiente que as empresas fortalecem suas raízes, compreendem o mercado em profundidade e ganham tração para crescer com mais solidez.

O painel também trouxe um ponto comum entre Diego e Federico Vega, Fundador e CEO na Frete.com: a conexão entre o mundo online e o offline. Para Diego, o que é físico precisa da inteligência do digital para evoluir. Já Federico destacou que sua empresa é o próprio reflexo dessa integração, unindo operações logísticas físicas com plataformas tecnológicas que permitem conectar diferentes regiões do país em tempo real.

 

Quer acompanhar os principais eventos e tendências que moldam o futuro do trabalho e da tecnologia? Fica de olho no Acrescenta, o hub de conteúdo do iFood Benefícios.

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