Sua cultura já fala com o mercado. A pergunta é: o que ela está dizendo?

Employer branding: como a linguagem de marca vira vantagem no RH

Foto de CONARH 2025

Por CONARH 2025

O maior evento de RH da América Latina. A 51º edição reúne pessoas, negócios, tecnologias e potencializa conexões.

19 de Agosto de 2025

Leitura de 5 min

Por: Scheila Santos

Co-Fundadora do Powercast, um dos principais podcasts de empreendedorismo do país, com mais de 14 milhões de visualizações. Entrevista grandes nomes do mercado e leva conteúdo de gestão, inovação e negócios para uma audiência em expansão no Brasil e no exterior.


Antes de publicar uma vaga, sua empresa já está sendo avaliada. A forma como líderes se comunicam, como colaboradores descrevem o dia a dia e até o que aparece nas redes sociais corporativas compõem uma narrativa que chega aos candidatos muito antes da entrevista. E aqui vai o ponto: se o RH não conhece essa história, não está no controle do que o mercado está ouvindo.

Atrair e reter talentos nunca foi tão desafiador. Hoje, os candidatos não se baseiam apenas em uma oferta de salário ou benefícios. Eles pesquisam, investigam, leem avaliações, assistem a vídeos, seguem colaboradores e formam uma opinião muito antes de chegar à entrevista. O que encontram nesses canais influencia mais do que qualquer discurso na etapa final do processo seletivo. Para o RH, isso muda o jogo: employer branding não é mais responsabilidade exclusiva do marketing, é parte da estratégia de gestão de pessoas. É mostrar, de forma consistente e autêntica, o que a empresa é por dentro — e usar essa narrativa para atrair profissionais que se identifiquem com a cultura e com o propósito.

Índice:

Conteúdo como ativo do RH

Quando falo de conteúdo, não me refiro à publicidade, mas à criação de canais que traduzem a experiência real de trabalhar na empresa. A linguagem de marca exige consistência: o que se diz, como se diz e onde se diz. Entre os formatos que vêm ganhando espaço nas estratégias de RH, podcasts, áudios curtos e redes sociais destacam-se pela capacidade de mostrar a cultura de forma viva e acessível. Mais do que informar, esses formatos permitem que o candidato sinta a empresa antes de entrar, criando familiaridade, construindo confiança e reduzindo o risco de contratações desalinhadas.

Podcast: profundidade que gera confiança

Um podcast corporativo pode ser um recurso valioso para mostrar a cultura de forma mais rica e humana. Conversas com líderes, histórias de colaboradores e bastidores de projetos importantes, quando bem planejados, ajudam o ouvinte a ter uma noção mais concreta de como é trabalhar na empresa e quais valores orientam as pessoas por trás das entregas.

Como o RH pode aplicar:

  • Criar séries temáticas ligadas à cultura ou aos desafios do setor.
  • Dar voz a diferentes áreas para mostrar pluralidade.
  • Reaproveitar trechos dos episódios em outros canais para ampliar o alcance.

Na prática, esse tipo de conteúdo pode contribuir para que candidatos cheguem ao processo seletivo mais informados e alinhados ao estilo de liderança e à forma de atuação da empresa.

Áudios curtos: proximidade na rotina

Nem todo mundo vai ter tempo para ouvir um podcast inteiro, mas quase todo mundo pode ouvir um áudio de 1 a 3 minutos. Esse formato, simples e rápido, funciona como reforço constante da cultura e da comunicação interna.

Como o RH pode aplicar:

  • Reconhecer conquistas de equipes ou colaboradores, fortalecendo o engajamento.
  • Compartilhar novidades e iniciativas que mostrem evolução e inovação internas.
  • Divulgar convites para eventos ou ações de desenvolvimento, incentivando a participação.

Esse tipo de conteúdo ajuda a manter um contato frequente e consistente, reforçando a percepção positiva da empresa entre quem já está dentro e oferecendo, quando adaptado para canais externos, mais elementos para despertar o interesse de quem ainda está de fora.

Redes sociais: vitrine que filtra talentos

Antes de se candidatar, a maioria dos profissionais já visitou o LinkedIn ou o Instagram da empresa. O que eles encontram ali pode aumentar — ou acabar — com o interesse de seguir no processo.

Como o RH pode aplicar:

  • Mostrar bastidores, histórias reais e iniciativas que reforçam os valores da empresa.
  • Criar um calendário que equilibre vagas, cultura e reconhecimento.
  • Incentivar colaboradores a compartilhar experiências (employee advocacy).

Quando as redes sociais refletem a verdade vivida internamente, elas atraem pessoas que se identificam com essa cultura e afastam quem não se encaixa, o que, no fim, economiza tempo e recursos de recrutamento.

Integração: um formato alimenta o outro

O segredo está em não trabalhar cada canal isoladamente. Um episódio de podcast pode render cortes para reels no Instagram. Um áudio curto pode virar uma postagem no LinkedIn. Um post nas redes sociais pode inspirar a pauta de um novo episódio. Essa integração cria consistência e maximiza o retorno sobre o esforço de produção.

Pense no seguinte: se um candidato fosse decidir trabalhar na sua empresa apenas com base no que ele encontra em podcasts, áudios e redes sociais, ele ficaria empolgado em aplicar?

Se a resposta não for um “sim” seguro, está na hora de transformar esses canais em parte da sua estratégia de employer branding. Porque, no cenário atual, a reputação como empregador não se constrói apenas na entrevista — ela começa muito antes, e o RH precisa ser protagonista dessa narrativa.

Powercast: exemplos que mostram cultura na prática

No Powercast, já vimos como a fala de líderes pode moldar a percepção de uma empresa muito além das paredes internas. Quando Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora, compartilhou histórias sobre inclusão e diversidade, isso reverberou não só como conteúdo inspirador, mas também como prova viva da cultura que ela constrói dentro da organização.

Da mesma forma, Diego Barreto, Sócio e CEO do iFood, ao falar de inovação e transparência, reforçou uma narrativa de empresa ágil e aberta à transformação, atributos que atraem profissionais que buscam esse tipo de ambiente.

Essas conversas mostram que quando líderes se posicionam de forma autêntica, não apenas comunicam valores, mas os tornam tangíveis para o mercado. É essa coerência entre discurso e prática que fortalece o employer branding: candidatos não escutam apenas uma entrevista, eles percebem se há verdade por trás da cultura.

 

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