Mentores e Líderes vs. Gestores e Chefes
Descubra como o futuro da liderança está em transformação
Por Catia Porto
Executiva de Recursos Humanos e conselheira, Catia desenvolveu carreira internacional e tem mais de 25 anos de experiência com RH, e mais de 15 anos atuando com multinacionais.
14 de Outubro de 2024
Leitura de 3 min
O mundo corporativo está em constante evolução, impulsionado por avanços tecnológicos, mudanças culturais e as crescentes expectativas das novas gerações de colaboradores. E com essa transformação, surge a pergunta: Estamos desenvolvendo líderes e mentores ou apenas gestores e chefes?
Cada vez mais, o mercado exige não apenas profissionais que ocupem posições de poder, mas líderes que inspirem e engajem suas equipes, promovendo desenvolvimento, bem estar e inovação. A diferença entre ser um mentor/líder e ser um gestor/chefe é profunda, e os impactos são evidentes, tanto no engajamento quanto na retenção de talentos, e falo isso por experiência própria, inclusive, por toda a vivência que tenho nos meus programas de mentoria.
Índice:
A mudança nas expectativas dos colaboradores
As Gerações Millennials e Z estão rejeitando o estilo autoritário tradicional, que outrora predominava nas empresas. Esses novos profissionais buscam ambientes mais inclusivos, transparentes e colaborativos, onde o feedback contínuo e o propósito no trabalho sejam centrais. Segundo um estudo da Gallup, 87% dos Millennials e da Geração Z preferem trabalhar em empresas com liderança colaborativa, que promovem o desenvolvimento pessoal e a participação ativa nas decisões. Aqui, o líder não é aquele que tem todas as respostas, mas aquele que promove o crescimento e capacita sua equipe.
A evolução: do controle ao colaborativo
Se antes o modelo de "comando e controle" era o padrão, hoje ele cede espaço a um estilo de liderança mais colaborativo. De acordo com um estudo da Harvard Business Review, 58% dos funcionários preferem líderes que atuam como facilitadores e mentores, ao invés de figuras de autoridade. O gestor tradicional gerencia tarefas, enquanto o líder e mentor facilita o crescimento. Ele compreende que a autonomia e a responsabilidade compartilhada são motores para o sucesso e para um ambiente mais saudável.
O papel do líder servidor
Uma abordagem de liderança que tem ganhado força nos últimos anos é o conceito de líder servidor, onde o foco está em servir e desenvolver a equipe, não em controlar. Segundo a Academy of Management Journal, empresas que adotam esse modelo de liderança registram 60% mais engajamento e 40% mais retenção de talentos. O líder servidor prioriza o desenvolvimento pessoal de cada membro, criando um espaço seguro para inovação e colaboração. Nessa visão, o sucesso do líder é medido pelo crescimento da equipe e pelos resultados a longo prazo.
Mentores desenvolvem pessoas, chefes gerenciam processos
A grande diferença entre mentores e gestores está no impacto que cada um tem no desenvolvimento de pessoas. O mentor vê além do presente, focando no desenvolvimento de longo prazo de seus colaboradores. Ele não tem medo de compartilhar conhecimento e de criar novos líderes. Em contrapartida, o gestor tradicional foca mais em tarefas e processos, buscando eficiência imediata e muitas vezes priorizando a conformidade em vez da inovação.
A transformação da liderança: de chefes a mentores
Apesar das mudanças em curso, ainda existem muitas organizações onde o estilo de comando e controle predomina. Esse estilo pode ser eficiente em situações específicas, mas não promove a inovação ou a retenção de talentos a longo prazo. As empresas que querem prosperar neste novo cenário precisam investir no desenvolvimento de líderes que sejam mentores, capazes de inspirar, guiar e preparar suas equipes para desafios futuros.
Catia Porto é executiva de Recursos Humanos e conselheira, desenvolveu carreira internacional, tendo estudado e trabalhado nos Estados Unidos, México, Japão, Finlândia e Reino Unido. Formada em Psicologia pela PUC-RJ e pós graduada em Gestão de Recursos Humanos pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), também estudou Psicologia Organizacional nos Estados Unidos, em Dakota Wesleyan University. Com mais de 25 anos de experiência em Recursos Humanos e mais de 15 anos liderando grandes equipes no Brasil e no exterior, já atuou em multinacionais de diversos segmentos, como tecnologia, bens de consumo, serviços, saúde e varejo.