SXSW: tendências e lições do futuro além do futuro

IA, ciência de materiais, energias renováveis e até vacas mais sustentáveis: o futuro já está sendo moldado pelas novas tecnologias
Acompanhe a cobertura completa do maior evento de inovação do mundo
8 de Março de 2025
Leitura de 6 min
O SXSW 2025 está começando em Austin, no Texas (EUA), e embarcamos para a terra do Tio Sam para acompanhar todas as inovações, novidades e vermos de pertinho o futuro dos benefícios corporativos.
Este será o primeiro ano do iFood Benefícios no SXSW e estamos muito empolgados para participar ativamente de discussões sobre o futuro das empresas, as necessidades dos colaboradores e como podemos construir um ambiente mais flexível e humanizado no trabalho.
Índice:
O primeiro dia do SXSW 2025 trouxe uma série de discussões sobre como a tecnologia impacta a sociedade e os negócios, e um exemplo disso foi o painel "Featured Sessions: 10 Breakthrough Technologies", apresentado por Niall Firth, editor-executivo da MIT Technology Review. A publicação, que pertence ao Massachusetts Institute of Technology (MIT), tem uma tradição de 125 anos na identificação de tendências tecnológicas com verdadeiro potencial de impacto.
Com muito bom humor, Firth destacou que a MIT Technology Review não busca apenas o que é "cool", mas sim o que pode se tornar viável e transformar a realidade. Ao longo dos anos, a publicação já previu avanços como data mining (em 2001), tradução universal (em 2004) e assistentes inteligentes (em 2009) – tecnologias que hoje fazem parte do nosso dia a dia atualmente.
Também participaram do painel, em inserções de vídeo, outros jornalistas e editores-chefe da publicação, como Will Douglas Heaven, James Temple e Jessica Hamzelou.
Mas quais são as apostas para 2025? Confira as 10 inovações que podem revolucionar o futuro – e seus possíveis impactos no mundo corporativo.
A ciência ainda tenta entender um dos maiores mistérios do universo: 95% da matéria do cosmos não pode ser observada diretamente. No Chile, um novo observatório com a maior câmera digital já construída (do tamanho de um carro!) começa a explorar o desconhecido. O projeto pode confirmar a existência da matéria escura, levando a descobertas sobre as forças que governam o universo.
O Google já usa IA generativa para fornecer respostas instantâneas e conversacionais, sem que os usuários precisem clicar nos links. Essa tecnologia pode mudar radicalmente como consumimos conteúdo e interagimos com informações – mas também levanta questões sobre confiabilidade e controle de dados.
Nem toda inteligência artificial precisa ser gigantesca como o ChatGPT. Os Small Language Models (SLMs) são menores, mais eficientes e focados em tarefas específicas. Por exemplo, um advogado pode usar um modelo treinado apenas em contratos, em vez de um modelo treinado em milhões de documentos aleatórios. Mais baratos e sustentáveis, esses modelos representam uma oportunidade para as empresas aplicarem IA de forma estratégica e personalizada.
"Small is the next big thing!" – Will Douglas Heaven (em vídeo, durante a apresentação)
Parece brincadeira, mas não é: as vacas são as grandes vilãs do aquecimento global. Quando arrotam, elas liberam metano, um gás 8 vezes pior que o CO₂ para o meio ambiente. Soluções como suplementos alimentares especiais podem reduzir em 30% essas emissões, sem comprometer a produção de carne e leite. O desafio agora é escalar essa tecnologia a um custo viável.
Os carros autônomos coletam dados há anos, mas sempre enfrentaram desafios de segurança. Agora, com IA generativa simulando diferentes cenários urbanos, os robotáxis começam a se tornar realidade. A Waymo já opera em Austin, e Elon Musk promete testes na Califórnia. Esse avanço pode impactar a mobilidade urbana e, claro, o futuro do transporte corporativo.
A aviação é uma das maiores fontes de emissões de carbono do mundo, mas novas soluções podem mudar esse cenário. Combustíveis sustentáveis já estão sendo produzidos em maior escala e a Europa pretende substituir 70% dos combustíveis fósseis por alternativas limpas nos próximos anos.
Até agora, os robôs eram treinados para tarefas muito específicas, como virar hambúrgueres ou apertar parafusos. Mas a IA generativa está mudando isso: os novos robôs conseguem aprender a partir de poucos exemplos e se adaptar a ambientes desconhecidos. Isso pode transformar a automação industrial e criar robôs mais versáteis para o mercado de trabalho.
"Eu adoro ver robôs fazendo coisas engraçadas." – Niall Firth
O PrEP, tratamento preventivo contra o HIV, já é altamente eficaz, mas exige uma dose diária. Agora, um novo medicamento pode bloquear a infecção por até seis meses com apenas uma injeção – e mostrou 100% de eficácia em testes clínicos. O alto custo (US$ 4 mil por dose) ainda é um desafio, mas a expectativa é que ele se torne mais acessível.
A produção global de aço gera o dobro do seu peso em dióxido de carbono. Uma empresa sueca desenvolveu um método para fabricar aço sem emissões, o que pode impactar drasticamente a pegada de carbono da construção civil e da indústria automobilística.
As células-tronco são estudadas há décadas, mas só agora estão mostrando resultados práticos. Tratamentos inovadores para diabetes e epilepsia estão transformando vidas, como no caso de um paciente com crises diárias que, após um novo tratamento, passou a ter apenas uma ou duas crises por semana. O futuro da medicina regenerativa está cada vez mais próximo.
Além das 10 principais inovações, Niall Firth destacou outras três tecnologias emergentes que podem ganhar destaque nos próximos anos:
Para encerrar, Firth lançou um desafio interativo à plateia: quais tecnologias devem moldar o futuro no ano que vem? Entre as previsões, estavam interfaces cérebro-computador, detectores de metano via satélite, deepfakes hiper-realistas e monitores contínuos de glicose.
Se a MIT Technology Review já previu o impacto de inovações como inteligência artificial e satélites de megaconstelação, é seguro dizer que as apostas de 2025 podem estar prestes a mudar o mundo mais uma vez.
E parece cada vez mais claro que, com o avanço das tecnologias, as relações interpessoais se transformarão, provocando mudanças no universo corporativo.
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