Como a segurança psicológica ajuda a construir culturas de sucesso
Inovação e retenção de talentos começam com segurança psicológica. Saiba como líderes e RH podem promover um ambiente onde todos se sintam à...
Por Prensa
Artigo escrito com base no episódio Segurança Psicológica em Ambientes Inovadores do podcast Papo de Corredor, promovido pelo iFood Benefícios, que contou com a participação de Gisele Caleffi, Psicóloga e Facilitadora de Segurança Psicológica, com mediação de Natalia Ubilla, Head de RH no iFood Benefícios.
A segurança psicológica é um dos conceitos mais cruciais e, paradoxalmente, mais negligenciados no ambiente corporativo. Empresas que investem nesse aspecto reportam um aumento de até 20% na inovação e uma redução de 30% na rotatividade de talentos, de acordo com um estudo da Google. Neste artigo, vamos explorar o que é segurança psicológica, por que ela é vital para o sucesso das organizações e como líderes e profissionais de RH podem promovê-la efetivamente.
A importância da segurança psicológica para o sucesso organizacional
Quando falamos em segurança psicológica, é importante enfatizar que este é um conceito que se refere ao coletivo. Enquanto a saúde mental se refere ao indivíduo e seu bem estar, a segurança psicológica é um fenômeno a nível de grupo: é a convicção por parte dos colaboradores de que não serão punidos por compartilhar opiniões, sugerir ideias, levantar preocupações ou cometer erros.
Quando esse ambiente é garantido e a diversidade de visões é incentivada, as organizações veem um aumento significativo na colaboração, criatividade e resolução de problemas. Prova disso é o estudo conduzido pelo Google, conhecido como Projeto Aristóteles, em que descobriu-se que as equipes mais bem-sucedidas tinham uma coisa em comum: alta segurança psicológica. Essas equipes eram mais propensas a inovar, assumir riscos e, consequentemente, alcançar melhores resultados. Em contraste, a falta de segurança psicológica pode levar ao medo de falar, à baixa moral e, finalmente, à perda de talentos.
Outros aspectos impactados pela segurança psicológica são:
- Retenção de Talentos: um estudo do Boston Consulting Group (BCG) indica que a segurança psicológica pode aumentar a retenção de trabalhadores brasileiros em até 3,9 vezes. Isso sugere que ambientes que promovem segurança psicológica são mais eficazes em manter seus colaboradores.
- Grupos Diversos: a pesquisa Psychological Safety Levels the Playing Field for Employees mostra que a chance de um profissional LGBTQIA+ deixar seu emprego em um ambiente com baixa segurança psicológica é 6,2 vezes maior. Isso evidencia a importância da segurança psicológica para a inclusão e a retenção de talentos diversos.
- Burnout e Estresse: uma pesquisa da Workhuman revelou que 48% dos profissionais já experienciaram síndrome de burnout, e 61% relataram altos níveis de estresse. Esses dados indicam que a falta de segurança psicológica pode contribuir para problemas de saúde mental no trabalho.
O papel das lideranças
Para criar um ambiente onde a segurança psicológica seja uma realidade, a liderança precisa estar profundamente envolvida. Líderes e gestores têm a responsabilidade de definir o tom da cultura organizacional, e isso começa com a demonstração de comportamentos que promovem transparência, vulnerabilidade e apoio.
Para grandes empresas, implementar segurança psicológica exige uma abordagem estruturada e contínua. Confira exemplos práticos:
Liderança exemplar
Líderes devem ser os primeiros a admitir erros e incertezas, pois essa vulnerabilidade mostra aos colaboradores que é seguro fazer o mesmo. Além disso, uma comunicação aberta e regular, onde líderes pedem feedback e realmente o levam em consideração, é crucial para construir essa confiança.
Adotar uma cultura onde os erros são vistos como oportunidades de aprendizado, e não como falhas, é essencial. Líderes devem incentivar o compartilhamento de lições aprendidas e celebrar a experimentação e a inovação.
Políticas e práticas de RH
O RH desempenha um papel central na implementação de práticas que fomentem a segurança psicológica, o que inclui o desenvolvimento de treinamentos focados em comunicação empática e gestão de conflitos e a criação de canais de feedback anônimos. Isso pode ser feito por meio de plataformas digitais que permitam aos colaboradores expressar preocupações e sugestões sem medo de retaliação.
Além disso, a promoção de sessões regulares de feedback 360 graus, possibilitam que todos compartilhem suas percepções de forma construtiva. Políticas de diversidade e inclusão também são essenciais, pois garantem que todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas.
Medindo o sucesso e monitorando o progresso
A segurança psicológica pode e deve ser medida. Use pesquisas de clima organizacional para avaliar como os colaboradores percebem o ambiente de trabalho. Indicadores como taxas de retenção, níveis de engajamento e inovação também são métricas importantes para monitorar.
A segurança psicológica não é um objetivo que se alcança de uma vez – é um processo contínuo. Realize avaliações regulares e ajuste práticas e políticas conforme necessário. A transparência nesse processo também é essencial para manter a confiança dos colaboradores e garantir a construção de um ambiente onde todos se sintam seguros para expressar ideias, levantar preocupações e aprender com os erros.
Clique aqui e assista ao episódio completo do podcast Papo de Corredor sobre Segurança Psicológica em Ambientes Inovadores, com Gisele Caleffi e Natalia Ubilla.