Perfil Comportamental: Uma Ferramenta Estratégica para o RH

Para enfrentar crises e transformações, os líderes devem ter agilidade e sabedoria para guiar seus negócios em direção ao sucesso
2 de Junho de 2025
Leitura de 6 min
A liderança ágil (ou nimble leadership, em inglês) é a habilidade de guiar as empresas diante de mudanças e tempos de desafios com desenvoltura, criatividade e, é claro, o máximo de velocidade possível.
Isso é importante em todos os aspectos, mas se torna ainda mais crucial perante à intensidade e urgência do mercado atual, que se modifica a todo instante para acomodar as alterações provocadas pelo pensamento coletivo e pela tecnologia.
Índice:
Um exemplo real é a evolução da Netflix. Quando foi fundada, em 1997, a gigante do entretenimento era um serviço de aluguel de DVDs via correio. Os clientes escolhiam os filmes a partir de catálogos on-line e, em alguns dias, recebiam o pedido na porta de casa.
Com o crescimento dos algoritmos ainda nos primórdios da internet, o sistema personalizado de recomendação – um dos maiores trunfos da Netflix até os dias atuais – foi criado em 2000 diante da necessidade que os clientes tinham de receber uma experiência fundamentada em curadoria para atender às suas preferências individuais.
Em 2007, Reed Hastings e Marc Randolph, os fundadores da empresa, notaram que a presença virtual das pessoas ficava cada vez maior, o que também significava que o consumo de conteúdo audiovisual da internet – como o YouTube – também crescia exponencialmente. Outro problema era a pirataria, um movimento que ameaçava as locadoras de vídeo.
Para driblar esses desafios, os “pais” da Netflix decidiram que a empresa também ofereceria serviços em que os consumidores pudessem acessar conteúdos de qualidade diretamente de seus computadores por valores acessíveis, sem esperar a chegada dos DVDs na caixa de correio e sem recorrer a meios ilícitos.
A estratégia deu certo e foi ganhando popularidade admirável. Para acompanhar as tendências da época, foram feitas parcerias com desenvolvedores de consoles de videogames, Blu-ray e outros dispositivos eletrônicos para aumentar a gama de compatibilidade do streaming. Em 2010, foram lançados planos exclusivos de streaming e, surfando na onda dos smartphones, aplicativos para dispositivos iOS e Android.
A longa jornada pode até parecer que não foi ágil o suficiente, mas considerando a velocidade das mudanças tecnológicas desde o começo do século XXI, a Netflix agiu com muita destreza para não ficar para trás e se adaptar diante dos desafios voltados à evolução do mercado e ao comportamento social.
Os frutos da liderança ágil são positivos para a empresa, os gestores e os colaboradores:
Com base no livro “Leadership Agility: Five Levels of Mastery for Anticipating and Initiating Change”, de Stephen Josephs and Bill Joiner, os pesquisadores Melis Attar e Aleem Abdul-Kareem, da Universidade Selçuk, da Turquia, determinaram quatro competências da liderança ágil no artigo “The Role of Agile Leadership in Organisational Agility”:
Além desses pontos, também vale citar mais duas características indispensáveis para a liderança ágil:
Arriscar é inevitável para qualquer revolucionário. Lançar soluções inovadoras, mudar os moldes organizacionais para acompanhar o progresso do mercado ou navegar na contramão da concorrência são atitudes suscetíveis a risco, mas é importante reconhecer até onde é possível seguir.
Todo desbravador deve ter cautela para distinguir limitações – sejam do próprio negócio, da área de atuação ou até de elementos incontroláveis, como eventos sociopolíticos e econômicos – e não assumir riscos desnecessários ou maiores que a sua capacidade.
Os líderes devem se aventurar por novos caminhos e promover o crescimento das empresas, mas também têm a responsabilidade de cuidar de suas equipes e do interesse do negócio, fazendo o possível para não existirem tropeços que possam causar prejuízos de qualquer gênero.
Na liderança ágil, a confiança funciona em dois aspectos. O primeiro é que os líderes devem confiar nas próprias ideais e habilidades para alcançar seus objetivos, enquanto o segundo é conquistar a confiança de todos os envolvidos.
Para que investidores embarquem na ideia, é preciso confiança na proposta e em seus coordenadores, da mesma forma que os colaboradores se tornam mais engajados e seguros quando confiam na gestão de seus superiores.
O apoio do setor de Recursos Humanos é fundamental para qualquer tipo de desenvolvimento organizacional. Seja em relação à implementação de novos projetos, mudanças de políticas internas ou gestão de crises, a equipe de RH atua como base para que tudo aconteça da maneira mais tranquila possível.
Esse suporte inclui:
Pegando novamente o exemplo da Netflix, a empresa passou por mudanças significativas quando decidiu incluir o streaming em sua lista de serviços. Para isso, precisou da assistência de diversos profissionais para tirar a ideia do papel e colocá-la em prática, como desenvolvedores, designers, analistas de dados e marketing, especialistas financeiros, entre outros.
Assim, o RH precisou entrar em ação para encontrar essas pessoas, acomodá-las ao novo trabalho e garantir que fossem remuneradas de acordo com suas funções.
Essa é uma amostra simples, mas muito significativa da importância do RH na construção da liderança ágil. Levando em consideração que o seu papel é olhar para os componentes mais valiosos de uma empresa (os colaboradores), é certo dizer que o suporte do time de Gente e Gestão é indispensável para lidar com qualquer tipo de mudança em um negócio.
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