O que é gerenciamento de riscos e como aplicá-lo?
O gerenciamento de riscos vem com o objetivo de evitar que erros e falhas cheguem a causar grandes problemas dentro da organização.
Por Equipe iFood Benefícios
Em uma pesquisa recente divulgada no jornal Estado de São Paulo (Estadão), constatou-se que apenas 36% das empresas brasileiras realizam o gerenciamento de riscos dos seus processos.
O número é significativo, mas está bem longe do ideal projetado para um país que teve crescimento nos acidentes de trabalho nos últimos anos e que não aplica as punições devidas para as falhas na segurança do trabalho.
Conforme dados do MPT (Ministério Público do Trabalho), apenas no ano de 2018, mais de 2000 empregados registrados ou autônomos faleceram em decorrência de acidentes no emprego.
Com base nesses dados, fica evidente que saber o que é gerenciamento de riscos e investir nesse processo é uma atitude benéfica e muito necessária ao bem-estar dos funcionários e da corporação como um todo.
Sabendo disso, explicaremos aqui tudo sobre gestão de riscos e as melhores dicas para realizá-la dentro da sua companhia. Desse modo, ficará fácil manter a saúde dos seus colaboradores e assegurar um desperdício mínimo dentro da sua produção!
Índice:
- Conceito de gestão de riscos dentro das organizações
- Gerenciamento de riscos e de crises empresariais
- Os principais exemplos de processos para a gestão de riscos dentro da empresa
- Dicas para manter a análise de riscos dentro da empresa
Conceito de gestão de riscos dentro das organizações
Conforme a NBR ISO 31000:2009, “risco é o efeito da incerteza nos objetivos, e a incerteza é o resultado da falta de conhecimento”. Nesse contexto, o gerenciamento de riscos vem com o objetivo de evitar que erros e falhas cheguem a causar grandes problemas dentro da organização.
Geralmente, esse trabalho é realizado pelo setor de qualidade dentro das empresas. No entanto, também pode ser estendido a todos os colaboradores da instituição, com o objetivo de tornar a identificação de falhas ainda mais efetiva e eficaz.
Falar sobre gestão de riscos é sinônimo de evitar prejuízos e retrabalho, além de possíveis processos.
Afinal, através de uma análise prévia, é possível descobrir erros antes que eles se tornem incidentes caros e duradouros. Assim, problemas como paradas na produção e acidentes com colaboradores não chegam a acontecer, tornando as tarefas diárias mais fluidas e constantes.
Além disso, vale ressaltar também que a gestão de riscos é uma influenciadora direta dos lucros mensais de uma organização. Através do investimento realizado nela, pode-se tirar proveito contínuo dos benefícios colhidos, bem como do aumento da produtividade obtida pela manufatura e da melhor qualidade dos produtos criados.
Com base nisso, fica evidente que o gerenciamento de falhas se difere dos outros processos de qualidade por um motivo bastante simples: ao invés de buscar soluções para falhas já cometidas, ele apresenta saídas para que o erro não aconteça.
Desse modo, seus resultados são muito mais eficazes e vantajosos à corporação, que em momento algum é acometida pelo prejuízo de uma atitude precipitada ou um erro não identificado.
Gerenciamento de riscos e de crises empresariais
Não é segredo que há alguns meses estamos vivendo uma situação delicada. Diante disso, são muitas as empresas que estão adotando medidas como revisão de contratos e demissão de colaboradores. Em outras palavras, é evidente que nos aproximamos de tempos caóticos, nos quais será preciso controle forte e acirrado de todas as medidas dentro da corporação.
Nesse cenário, o gerenciamento de crise é ainda mais vital e importante para as companhias.
Através dele pode-se conter a situação, realizando os ajustes necessários e visando o menor dano possível. Empresas que possuem uma gestão forte e presente se mostram mais preparadas para lidar com situações como essa.
O uso de elementos para a contenção de gastos como o amplo capital de giro e a automação de produção, são fatores que podemos usar como um bom exemplo de gerenciamento de riscos em projeto e são decisivos em momentos de crise. Com eles a empresa se mantém segura por alguns meses, de modo a não se afetar pela diminuição de lucro e repasse de produtos.
No entanto, para conter os efeitos de um colapso no sistema corporativo é necessário que a administração de falhas da organização já esteja consolidada e em atividade. Apenas desse modo pode-se usufruir dos benefícios de uma empresa estruturada, com pouco desperdício e processos internos aprimorados.
Os principais exemplos de processos para a gestão de riscos dentro da empresa
Com base no conceito de gerenciamento de riscos, fica claro o quanto trazê-lo para a prática dentro das empresas é uma tarefa decisiva em todos os momentos. Sendo assim, acompanhe quais são os principais processos necessários para a implementação desse setor com qualidade dentro da organização.
Conheça os conceitos ISO
A sigla ISO denomina a International Organization for Standardization. Se trata de uma instituição que tem como objetivo a difusão de informação e padronização de diferentes processos de qualidade dentro das organizações.
Por meio de diferentes normas, ela detalha e diferencia conceitos bastante úteis para quem deseja melhorar ainda mais o andamento da produção empresarial, evitando falhas e aumentando a produtividade.
Na área de riscos ela se torna ainda mais fundamental, por ter um artigo específico sobre o tema: a ISO 9001.
Sendo assim, quem deseja implementar o setor dentro da própria companhia deve conhecer mais sobre o que diz a organização e as etapas indicadas por ela.
Caso todos os procedimentos sejam seguidos à risca, a empresa tem o direito de solicitar a sua certificação ISO, que pode ser apresentada como um diferencial competitivo em relação às outras empresas do mercado e se tornar um diferencial para o fechamento de contratos.
Encontre métodos para identificação de riscos
Cada companhia trabalha de maneira individual e única. Por esse motivo, não há um padrão exato para ser utilizado como identificador de riscos dentro de todas as produções. Sendo assim, a melhor escolha é entender exatamente como a sua linha funciona e, com base nisso, elaborar uma estratégia específica para ela.
Durante o processo, vale analisar fatores como: utilização de máquinas, número de colaboradores em cada uma delas e a lista de setores da empresa.
Com essas informações em mãos, os locais nos quais devem ser procurados os erros também se tornam evidentes e fica mais simples fazer a análise de riscos.
Crie uma matriz de riscos para as falhas
Um dos processos mais importantes dentro do gerenciamento de falhas é a criação de matriz de riscos da empresa. É através dela que serão decididos quais erros receberão prioridade de tratamento e quais atividades devem ser executadas primeiro.
Para encontrar um modelo pronto, basta realizar uma pesquisa no Google. Porém, a organização também pode criar sua própria tabela com base no número de erros encontrados. O importante é que ela tenha a capacidade de exibir de maneira gráfica as falhas que representam maior probabilidade de problemas futuros.
Implemente soluções adequadas
A principal função da gestão de risco é, em linhas gerais, solucionar problemas antes que eles ocorram. Sendo assim, de nada adianta ter conhecimento das falhas e não solucioná-las de maneira rápida e duradoura.
Com base nisso, é importante ter um brainstorming em parceria com os demais responsáveis pela gestão, de modo a encontrar as melhores alternativas para as falhas identificadas.
Nesse momento, é vital priorizar não apenas a questão financeira, mas a durabilidade da opção escolhida. A solução deve ser permanente, para que não gere retrabalho no futuro.
Dicas para manter a análise de riscos dentro da empresa
Em uma pesquisa realizada pelo blog da qualidade, grande parte dos gestores da área responderam que seu maior problema é a falta de engajamento dos colaboradores, seguido pelo descaso da diretoria.
De fato, por muito tempo os processos relacionados a prevenção de erros e análise de falhas não foram tratados com a devida atenção e nem eram prioridades dentro das companhias.
No entanto, com a implementação da indústria 4.0, ficou evidente que a manufatura remanescente deve ser inspecionada de maneira incisiva. Assim, garante-se a qualidade máxima em todas as etapas da produção.
Por isso, confira algumas dicas para manter a análise de riscos da sua empresa sempre em dia e com os cuidados necessários por parte de todos!
Insira sua equipe desde o início
Não há maneira melhor de engajar colaboradores do que mantê-los bem informados sobre assuntos relevantes da companhia. Isso desperta a sensação de pertencimento e, consequentemente, resulta em um trabalho de mais qualidade.
Sendo assim, ao trazer a gerência de riscos para dentro da organização, o ideal é realizar uma reunião explicando sobre o novo processo e porquê ele é tão necessário no momento atual. Dessa forma, os colaboradores se sentirão mais motivados a cooperar em todas as etapas, sem deixar de lado o objetivo principal do projeto.
Compartilhe os resultados
Em uma pesquisa realizada pelo RH Portal, constatou-se que a falta de feedback e gestão mal estruturada são os principais motivos que resultam na insatisfação de colaboradores.
Com base nisso, fica evidente o quanto é importante para os funcionários a apresentação de resultados obtidos através das tarefas concluídas. Com a gestão de riscos essa necessidade se torna ainda maior, já que o tema está diretamente ligado à saúde, segurança e bem-estar dos funcionários.
Sendo assim, criar gráficos nos quais a melhora de resultados fique clara e apresentá-los periodicamente é uma ótima maneira de manter o engajamento sempre em níveis satisfatórios.
Estabeleça uma inspeção rígida e incisiva
Não há nada mais efetivo para manter uma tarefa com excelência do que o acompanhamento constante. Se tratando da gestão de riscos, essa necessidade advém do possível surgimento de novos problemas e do monitoramento das soluções apresentadas para verificar sua efetividade.
Nesse cenário, para garantir que a gestão esteja sempre ciente do controle do monitoramento, uma boa dica é estabelecer colaboradores responsáveis pela inspeção de atividades.
Eles devem ter autonomia para indicar funcionários que não estão cumprindo com os novos processos, bem como para apontar o sucesso ou fracasso das alternativas escolhidas para resolução dos problemas. Assim, devem ser pessoas capacitadas para exercer a função e que tenham total liberdade da diretoria para apontar as falhas.
Além disso, esses funcionários devem apresentar relatórios periodicamente, exibindo indicativos dos resultados observados. Desse modo, a gestão ganha aliados em todos os níveis da companhia, melhorando ainda mais o trabalho de acompanhamento e monitoração.
Realizar o gerenciamento de riscos é uma tarefa longa e demorada, mas extremamente necessária para as empresas que desejam se adequar ao mercado.
Por isso, continue acompanhando o nosso blog para conhecer mais dicas que te ajudarão a construir um trabalho ainda mais eficaz com seus colaboradores!