O verdadeiro poder da IA no RH está no equilíbrio com as pessoas

Como tornar o RH mais eficiente: unindo pessoas e inteligência artificial

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Por CONARH 2025

O maior evento de RH da América Latina. A 51º edição reúne pessoas, negócios, tecnologias e potencializa conexões.

20 de Agosto de 2025

Leitura de 3 min

Por: Kricia Galvão

Diretora de Pessoas e Organização da Braskem na América do Sul, lidera iniciativas que unem inovação, tecnologia e cuidado humano para transformar o RH em parceiro estratégico do negócio. Atua na implementação de modelos de trabalho flexíveis, programas de saúde integral e soluções digitais que fortalecem cultura, engajamento e produtividade.

 

A eficiência do RH no futuro — que, na verdade, já começou — não depende apenas de processos mais rápidos ou de dados mais precisos. Depende de como equilibramos inteligência artificial e sensibilidade humana para tomar decisões ágeis, mas também empáticas e seguras. A tecnologia amplia nossa visão, antecipa tendências e reduz erros. Mas é o olhar humano que garante que cada decisão respeite a cultura, o propósito e a singularidade das pessoas. É nesse ponto de equilíbrio que o RH deixa de ser apenas operacional para se tornar um parceiro estratégico real para o negócio.

Hoje, as soluções de inteligência artificial estão remodelando cada etapa da jornada de gestão de pessoas. Do recrutamento à retenção, passando pela capacitação e pelo desenho de experiências de trabalho, algoritmos já são capazes de processar dados de forma inimaginável há poucos anos. Softwares de machine learning cruzam informações sobre histórico profissional, habilidades, engajamento e até padrões de comunicação para indicar o melhor candidato ou prever o risco de rotatividade. Plataformas de people analytics oferecem painéis em tempo real que ajudam líderes a tomar decisões embasadas, acompanhando indicadores como produtividade, clima organizacional e absenteísmo com precisão cirúrgica.

Mas, por mais avançadas que sejam, essas ferramentas não operam sozinhas. O contexto — que envolve cultura, momento do negócio e características individuais — continua sendo interpretado por pessoas. Uma IA pode indicar que determinado perfil tem 90% de chance de sucesso na vaga, mas é a entrevista conduzida com escuta ativa que revela se aquela pessoa realmente compartilha dos valores da empresa, se se adapta ao estilo de liderança ou se está preparada para desafios específicos daquela função.

O desafio está justamente na integração: usar a tecnologia para ganhar velocidade e assertividade, sem perder a capacidade de ler nuances, perceber sinais não verbais e criar conexões genuínas. A automação de triagens, avaliações técnicas e até parte dos treinamentos libera tempo para que o RH atue de forma mais estratégica — focando no desenvolvimento de lideranças, na gestão de mudanças e na promoção de um ambiente de trabalho saudável e inclusivo.

inovação também passa por desenhar experiências de trabalho personalizadas. Com IA, já é possível mapear preferências individuais, identificar necessidades de capacitação e criar trilhas de desenvolvimento sob medida. Ao mesmo tempo, soluções de chatbots e assistentes virtuais reduzem a sobrecarga do RH em demandas operacionais, respondendo dúvidas frequentes e agilizando processos internos. Isso não significa substituir a interação humana, mas sim garantir que o contato com o RH aconteça em momentos de maior relevância e impacto.

Eficiência, nesse novo cenário, também é sinônimo de confiabilidade e segurança. As áreas de Recursos Humanos lidam com dados extremamente sensíveis — informações pessoais, registros de saúde, histórico profissional. Por isso, adotar tecnologias exige políticas robustas de compliance e segurança da informação. Não se trata apenas de cumprir a lei, mas de proteger a confiança entre empresa e colaborador.

Para que essa união entre pessoas e inteligência artificial funcione na prática, três pontos são essenciais:

  1. Clareza de papéis — Definir quais decisões podem ser automatizadas e quais exigem intervenção humana.
     
  2. Capacitação contínua — Treinar a equipe para interpretar dados, entender o funcionamento dos algoritmos e questionar as conclusões sugeridas.
     
  3. Cultura de inovação responsável — Incorporar a tecnologia sem perder o compromisso com a ética, a diversidade e o bem-estar.
     

futuro do RH será cada vez mais tecnológico. Mas o que vai diferenciar empresas bem-sucedidas não é a quantidade de ferramentas implementadas, e sim a forma como elas são usadas para potencializar o fator humano. IA e pessoas não competem: se complementam. A máquina processa, compara e prevê. O ser humano interpreta, conecta e decide. E é nessa soma que se constrói um RH realmente eficiente, capaz de gerar impacto positivo e sustentável no negócio e na vida das pessoas.

 

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