HR Tech 2024: o futuro do trabalho é humano e tecnológico

Confira como foi o evento SAB | HR Tech 2024 e veja o que grandes líderes esperam do futuro do RH

21 de Outubro de 2024

Leitura de 7 min

De 16 a 18 de outubro, Itu (SP) foi palco de um encontro transformador: a 10ª edição do SAB | HR Tech. Líderes e empresas parceiras se reuniram para mergulhar nas tendências que estão redefinindo a gestão de pessoas, em um evento que transbordou em inovação e networking.

A equipe do iFood Benefícios acompanhou tudo e, neste artigo, destacamos os principais insights, oferecendo uma visão completa para quem não pôde participar e um reforço de memória para os presentes.

Prepare-se para uma jornada inspiradora pelo futuro do trabalho, onde a tecnologia impulsiona a humanização da gestão de pessoas.

Índice:

ROI do bem-estar e o impacto dos programas de saúde integral

A conferência começou com um tema crucial: o bem-estar dos colaboradores.  Felippe Virardi, da Wellhub (ex-Gympass), não apenas apresentou dados, mas pintou um quadro convincente do impacto do bem-estar na produtividade e nos resultados financeiros. Sua apresentação se baseou em uma pesquisa da Wellhub, que revelou números impressionantes: 89% dos líderes de RH afirmaram que colaboradores que investem em sua saúde física e mental (através de atividades físicas, meditação e foco na qualidade do sono) apresentam taxas significativamente menores de absenteísmo

O impacto financeiro dessa constatação é ainda mais notável: 91% dos líderes relataram uma redução nos custos com saúde associada a programas de bem-estar.  Virardi foi além, demonstrando a forte correlação entre bem-estar, resiliência (considerada crucial por 87% dos líderes) e a satisfação geral dos funcionários (88%). A mensagem principal, clara e contundente, foi: o investimento em bem-estar não é apenas uma prática ética, mas sim uma estratégia empresarial inteligente com retorno financeiro comprovado.  

A Wellhub, com sua trajetória de sucesso, serviu como um case de estudo inspirador, demonstrando como a priorização do bem-estar se traduz em um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e, consequentemente, mais lucrativo.

Diversidade e Inclusão: construindo um futuro de equidade e pertencimento

Ana Leticia Lucca, da Escola da Nuvem, liderou um debate profundo sobre Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), desmistificando a ideia de que DEI é apenas uma tendência passageira. Ela apresentou DEI como um pilar fundamental para o sucesso a longo prazo das organizações, argumentando que a construção de um ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo exige ações concretas e consistentes. 

Ana Leticia destacou a importância de políticas de recrutamento justas e transparentes, que eliminem vieses inconscientes e garantam a igualdade de oportunidades para todos os candidatos. Ela enfatizou a necessidade de programas de treinamento acessíveis a todos os colaboradores, independentemente de sua origem, formação ou experiência profissional. A implementação de programas de mentoria, a realização de pesquisas organizacionais para medir e acompanhar o progresso em DEI, um processo de integração (onboarding) bem estruturado e feedback contínuo e construtivo foram apresentados como elementos-chave para criar uma cultura de pertencimento. 

Sua mensagem final foi: a liderança consciente de seus próprios vieses é crucial, assim como a construção de uma cultura organizacional que valorize a colaboração e o respeito pelas diferenças.

Saúde e engajamento: a fórmula do RH para reduzir custos e aumentar produtividade 

Mariana Marques, da Boon by Amarq, trouxe à tona a urgente necessidade de abordar a saúde mental no ambiente corporativo, apresentando dados alarmantes: o absenteísmo custa 1,2 bilhões de reais anualmente às empresas brasileiras, com 75% das faltas ligadas a problemas de saúde, sendo as doenças mentais as principais causas. Essa realidade representa uma perda de produtividade estimada em 70 bilhões de reais anualmente. “Investir em pessoas é investimento para a empresa”, afirmou. 

Mariana desafiou a visão tradicional da saúde, que muitas vezes se limita a lidar com a doença em vez de focar na prevenção. Ela argumentou que a abordagem preventiva é fundamental, e para isso, as empresas precisam implementar programas de bem-estar, investir em estratégias de comunicação eficazes e adotar formatos de conteúdo mais interativos e engajadores para que os colaboradores se sintam conectados e entendidos. 

Veja o que o RH diz:

  • 89% dos líderes de RH observam uma queda no número de atestados médicos graças aos programas de bem-estar;
  • 91% das empresas informam economia nos custos de saúde por conta dos programas de bem-estar;
  • 98% dos líderes de RH declaram que os programas de bem-estar reduzem a rotatividade da empresa.

Mas como elevamos o engajamento dos colaboradores? 

“A comunicação mudou, a forma como a gente consome conteúdo mudou, as redes sociais mudaram e a forma como a gente se atualiza também mudou”, comentou Mariana. A substituição das palestras tradicionais por dinâmicas, atividades em grupo e pílulas de conteúdo distribuídas através de diversos canais da empresa foi apontada como uma estratégia moderna e mais eficaz para abordar temas relacionados à saúde mental, buscando conectar-se com a dinâmica atual de consumo de informação.

Liderando o futuro: como a IA e as novas gerações estão redefinindo o RH

Thomas Costa, da Infojobs, apresentou os desafios e oportunidades relacionados à contratação e retenção de talentos na era da Geração Z. Ele destacou a importância crescente das soft skills, habilidades comportamentais e interpessoais, que se mostram cada vez mais essenciais para o sucesso profissional em qualquer área.  

Costa explicou como a necessidade de atualização profissional (up-skillingre-skilling) está se tornando crucial para acompanhar as mudanças constantes no mercado de trabalho. 

Pra ficar sabendo: a grosso modo, o upskilling tem o foco de ensinar novas competências para que um colaborador melhore o seu desempenho em seu cargo atual. O reskilling é uma reciclagem profissional, que visa oferecer treinamento a um colaborador para colocá-lo em outro posto.

Mais de 50% da força de trabalho global precisará de re-skills até 2025, segundo dados do Fórum Econômico Mundial, enfatizando a importância de investimentos em treinamento e desenvolvimento contínuos. A transformação nas plataformas de empregos também foi discutida, com a crescente ênfase em soft skills, demonstrado por dados da Apple (mais de 50% das ofertas de emprego as priorizam) e a demonstração do impacto positivo no salário, com um aumento de 15% para profissionais com up-skill (segundo a Gallup).

O uso de dados e Inteligência Artificial para o futuro do RH

Rafael Fabiano Arroyo, da Amazon, trouxe à discussão o papel fundamental da Inteligência Artificial (IA) na transformação do RH. Ele desmistificou a IA, mostrando que ela não substitui, mas amplia as capacidades humanas.

Arroyo compartilhou a experiência da Amazon com a IA em recrutamento, gestão de talentos e monitoramento de engajamento, apresentando exemplos concretos, como o MyVoice (ferramenta de feedback contínuo) e o Connections (pesquisas diárias de clima organizacional). Ele enfatizou a importância de definir objetivos claros antes de implementar soluções de IA, pois a tecnologia, por si só, não garante o sucesso. A IA precisa ser direcionada, treinada continuamente e acompanhada por profissionais humanos, que garantam a validação dos resultados e a contextualização humana essencial para a tomada de decisões eficazes. A utilização de Machine LearningComputer VisionRobóticaSistemas EspecialistasProcessamento de Linguagem Natural (PLN) foram citados como exemplos de aplicação da IA na gestão de pessoas, cada uma com suas especificidades e potenciais benefícios.

Avanços da Inteligência Artificial no ambiente de pessoas: desafios e oportunidades

Ana Alice Limongi, da NeoBPO, compartilhou os aprendizados da sua empresa durante a implementação de ferramentas de IA. Sua apresentação destacou a importância dos testes A/B para comparar diferentes abordagens e otimizar os resultados, a necessidade de treinamento contínuo da IA para garantir sua precisão e efetividade, e a importância de uma equipe dedicada ao monitoramento e à análise dos dados gerados pelos sistemas de IA. A apresentação reforçou a ideia de que a jornada de implementação de IA é um processo interativo, que exige flexibilidade, aprendizado contínuo e a capacidade de adaptar-se aos desafios e imprevistos inerentes ao processo de inovação.

O futuro do trabalho é humano e tecnológico

SAB | HR Tech 2024 demonstrou que o futuro do trabalho é uma sinergia poderosa entre a tecnologia e a humanidade. A inovação no RH requer não só a adoção de novas ferramentas, mas também uma profunda mudança de mentalidade, que priorize o bem-estar, a inclusão, a saúde mental e o desenvolvimento contínuo dos colaboradores. 

A jornada rumo a um futuro de trabalho mais humano e tecnológico exige ações concretas, investimentos estratégicos e a capacidade de se adaptar às mudanças constantes do cenário global.

Quer ficar por dentro das principais tendências do setor de RH e gestão de pessoas?  Acompanhe o Acrescenta, o hub de conteúdo do iFood Benefícios!

Gente e gestão

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