Think Work Insider: Treinamento e Desenvolvimento

Primeira turma formada pela escola teve um índice de 73% de efetivação no mercado de trabalho
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2 de Setembro de 2025
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A EDP Brasil, empresa do setor elétrico, percebeu em 2018 que precisava investir mais em questões de diversidade e inclusão.
Para isso, suas várias comissões internas (de Raça, Equidade de Gênero, LGBTQIAP+, entre outras), que discutem e apresentam propostas que podem ser incorporadas pela companhia, tiveram suas atuações expandidas.
Os grupos, responsáveis por várias iniciativas dentro da organização, encabeçaram projetos como a primeira turma afirmativa da Escola de Eletricistas para mulheres. O sucesso do programa levou a companhia a desenvolver, em 2021, uma nova escola afirmativa para formar profissionais, dessa vez voltada ao público trans.
“Em geral, as pessoas trans passam por muitas dificuldades, desde o processo de autoaceitação, falta de acolhimento de seu núcleo familiar e da sociedade, abandono dos estudos e falta de oportunidades formais no mercado de trabalho”, diz Glaucia da Costa Santos, que, na época, era a gestora executiva de gestão de pessoas da companhia.
Segundo ela, boa parte dessas pessoas acabava tendo de ingressar no mercado informal. “Como uma empresa do setor elétrico, vimos a oportunidade de contribuir para capacitar esse público, possibilitando que tivessem uma profissão, uma carreira a seguir, na EDP ou em outras companhias do setor”, completa.
Índice:
Com a participação da área de pessoas, de distribuição e de negócios, o time liderado por Glaucia criou a Escola de Eletricistas Afirmativa Para Pessoas Trans, com o objetivo de dar qualificação profissional na área.
A empresa também contou com a contribuição da Integra Diversidade, co-fundada por Maite Schneider, uma das maiores referências em empregabilidade de pessoas trans do Brasil, que ajudou a recrutar e selecionar os candidatos.
As inscrições para as primeiras turmas foram abertas em novembro de 2021 e as aulas aconteceram de fevereiro a junho de 2022, formando os primeiros 19 alunos do projeto. Foram dois grupos: um em Guarulhos (SP) e outro em Serra (ES). O Senai firmou uma parceria com a EDP para ser o responsável pela formação técnica. Os participantes fizeram 500 horas de curso e ganharam um certificado da instituição.
Além das aulas específicas para a formação do eletricista, a escola também conta com um módulo voltado ao desenvolvimento de competências comportamentais, ministrado por Maite Schneider.
A EDP ainda disponibilizou aos estudantes seu programa de assistência social, previdenciária e jurídica, que tem acolhimento humanizado e um canal gratuito e confidencial que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana.
“As turmas foram marcadas por muitas histórias de superação. Havia pessoas que nunca tinham conseguido ingressar no mercado de trabalho formal”, conta Glaucia.
Dos 19 formados, houve um índice de 73% de contratação pela EDP ou por empresas parceiras. Os outros profissionais entraram para o banco de talentos da companhia, de modo a participarem de processos seletivos futuros.
Segundo Glaucia, ao criar a turma para mulheres da Escola de Eletricistas, o projeto virou referência para o setor e várias companhias construíram ações nesse sentido.
Em uma pesquisa realizada em 2020, 2% dos trabalhadores da empresa se declararam pessoas trans. Com o projeto, o time de RH da companhia espera que esse número cresça ainda mais.
Glaucia diz que foram ministrados cursos sobre LGBTQIAP+ para toda a liderança da EDP e todos os funcionários receberam guias sobre o assunto. “Assumimos também o compromisso de contratar, por meio dos nossos processos seletivos para vagas efetivas, pelo menos 50% de trabalhadores de grupos sub-representados”, completa.
Conteúdo publicado originalmente na Think Work Lab em 11 de novembro de 2022 com o título “EDP cria escola para treinar e desenvolver pessoas trans”. Atualizado em 25 de junho de 2025 para o Acrescenta, do iFood Benefícios.