Com squad, Log-In revitaliza cultura

Entre outubro/2023 e dezembro/2024, o BB Libras foi usado por funcionários com deficiência auditiva por 220h, em reuniões internas e eventos...
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24 de Julho de 2025
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A surdez afeta mais de 10 milhões de brasileiros, segundo o IBGE. Dentre eles, cerca de 2,7 milhões vivem com surdez total, o que torna a Língua Brasileira de Sinais (Libras) essencial para sua comunicação no dia a dia.
Apesar de dispositivos legais como a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015) e o reconhecimento da Libras (Lei nº 10.436/2002), barreiras de comunicação em ambientes corporativos ainda são comuns.
Para enfrentar esse desafio, o Banco do Brasil desenvolveu uma iniciativa que começou voltada aos clientes com deficiência auditiva e evoluiu para beneficiar também seus funcionários.
Índice:
A ideia, batizada de BB em Libras, surgiu em 2022, quando a Unidade Atendimento e Canais (UAC) do Banco do Brasil iniciou estudos para adaptar os serviços aos públicos com deficiência auditiva e de fala. Em abril, o banco contratou a Associação Amigos Metroviários dos Excepcionais (AME), entidade sem fins lucrativos especializada em interpretação de Libras, para prestar atendimento presencial e remoto a clientes por meio de videochamadas.
O anúncio interno foi recebido com entusiasmo pelos 87 mil funcionários. Logo, surgiu a sugestão de estender o serviço aos colegas com deficiência auditiva. Em novembro de 2022, o banco lançou um projeto piloto para testar como intérpretes facilitariam a comunicação em reuniões presenciais e via Microsoft Teams.
“O principal objetivo foi proporcionar aos funcionários com deficiência auditiva uma comunicação mais eficaz e inclusiva durante as reuniões, assegurando que todos pudessem contribuir e entender plenamente as discussões e decisões”, conta Céssia Freitas de Figueiredo, gerente executiva na Diretoria de Gestão da Cultura e de Pessoas do Banco do Brasil.
Intérpretes qualificados da AME receberam treinamento específico sobre a cultura e o vocabulário do Banco do Brasil para garantir fluidez nas interações. As necessidades dos usuários foram mapeadas em entrevistas, e ajustes técnicos, como integração com a plataforma Teams, também foram realizados.
Dezembro de 2022 e janeiro de 2023 marcaram a fase de testes, incluindo a presença de intérprete na triangulação da comunicação entre funcionário e palestrante em evento, participação em reuniões via Teams e atendimento instantâneo por via QR Code pelo celular.
Ao longo do período, o banco acompanhou a adoção da tecnologia e promoveu correções, ouvindo os usuários a fim de garantir que todos estivessem bem treinados quanto ao uso das novas ferramentas. Uma pesquisa ao final do processo apontou que a maioria dos participantes considerou o serviço positivo e eficiente.
“Sensibilizamos e treinamos os demais funcionários, destacando a importância da inclusão e como colaborar com intérpretes de Libras,” explica Céssia. Segundo relatos, a presença dos intérpretes aumentou a autonomia no trabalho e reforçou a valorização dos funcionários.
As áreas envolvidas incluíram, além da UAC, a Diretoria de Gestão da Cultura e de Pessoas (Dipes) e a Gerência Estratégia Rede Gepes e Saúde e Segurança no Trabalho.
Em setembro de 2023, o projeto foi oficialmente implementado com a colaboração da UAC, a Diretoria de Gestão da Cultura e de Pessoas (Dipes) e outras áreas. Os dados mostram a eficácia: de setembro a dezembro de 2023, foram 250 chamadas instantâneas, somando 21 horas de uso. Em 2024, foram 290 chamadas instantâneas e houve um crescimento significativo das horas agendadas, que chegaram a 199. A demanda veio, sobretudo, de reuniões internas e eventos.
Segundo Céssia, os funcionários aprovaram a solução. Em interações nos canais de comunicação interna eles compartilharam centenas de experiências positivas. “Mostramos que a responsabilidade social não é apenas um conceito, mas de fato uma premissa que permeia a cultura do banco”, afirma.
O BB em Libras ainda impulsionou outros projetos, como o lançamento de um curso de Libras lançado pela UniBB, a universidade corporativa do banco, visando ampliar a familiaridade dos funcionários com a língua. A expectativa é que, com mais pessoas sensibilizadas e capacitadas, a comunicação com colegas surdos se torne mais natural e eficiente.
Conteúdo inédito da Think Work Lab para o Acrescenta, do iFood Benefícios. Em breve, também disponível no Think Work Lab, na área exclusiva para assinantes.