Gerdau investe na liderança como esteio para o futuro

Fique por dentro de tudo que aconteceu no evento Gente, Gestão e Futuro, da Pipo Saúde.
3 de Outubro de 2025
Leitura de 11 min
O futuro do trabalho não se constrói sozinho. Ele nasce de encontros que provocam, conectam e inspiram. Foi exatamente essa a proposta do evento da Pipo Saúde patrocinado pelo iFood Benefícios, o “Gente, Gestão e Futuro” : reunir líderes, especialistas e profissionais de destaque em Recursos Humanos para trocar experiências e repensar os caminhos da área.
Mais do que um espaço de palestras, foi um ambiente de construção coletiva, onde temas como inovação, tecnologia, liderança, diversidade e saúde mental ganharam destaque sob diferentes perspectivas. Cada painel trouxe reflexões práticas, exemplos reais e aprendizados que mostram como o RH pode deixar de ser apenas operacional para assumir seu papel estratégico no centro das decisões de negócio.
Um encontro para olhar para frente, fortalecer conexões sólidas e dar voz a profissionais comprometidos em transformar e aprimorar a forma como o RH atua hoje — preparando terreno para um futuro mais humano, ágil e inovador.
Índice:
No primeiro painel do dia, participaram Luiz Felipe Massad, CHRO na Omie, Flávio Pesiguelo, Líder do comitê de pessoas na Dengo, Bruno Junqueira, CHRO na Petlove e Thiago Torres, co-founder e CRO na Pipo Saúde.
Logo no início, Thiago lançou a pergunta que guiou a conversa: como cada um deles chegou à cadeira de CHRO?
Luiz contou que sua trajetória começou na psicologia, mas foi no desdobramento das experiências que encontrou o caminho do RH. Sempre teve interesse em explorar os desafios e oportunidades que a área de pessoas traz.
Bruno, publicitário de formação e de coração, percebeu rapidamente que sua inclinação estava muito mais voltada para o lado humano do que para a publicidade em si.
Já Flávio, formado em análise de sistemas, destacou que acabou se apaixonando pelo RH. A complexidade do ser humano e a potência das pessoas se tornaram sua grande paixão.
Na sequência, Luiz destacou como as empresas têm passado a enxergar o RH com mais valor. Segundo ele, é um momento em que precisamos deixar para trás achismos, hipóteses frágeis e tradições que já não fazem sentido, para preparar um RH voltado ao futuro.
Flávio complementou, lembrando que a área tem se transformado de forma muito intensa nos últimos anos. Bruno reforçou a importância do CHRO ocupar uma cadeira de provocação dentro do sistema: levantar questionamentos, trazer novos olhares e agir como conselheiro do CEO.
Nesse ponto, Thiago questionou como, na visão deles, o CHRO pode construir uma boa parceria com o CEO.
Para Bruno, tudo começa pelo perfil: entender como é o CEO e adaptar a abordagem para conquistar confiança e criar uma relação sólida. Flávio trouxe o olhar de longo prazo: relacionamentos fortes se constroem com tempo, transparência e seriedade. Já Luiz destacou a importância de compreender a posição e a visão do CEO — e, a partir daí, avaliar quais desafios precisam ser compartilhados e quais são responsabilidade do CHRO assumir com ousadia.
O painel terminou com mensagens inspiradoras de cada um:
Michel Mendes, Gerente de Produto, Desing e Inovação no iFood começou destacando que, onde atua inovação não é uma linha reta de sucesso. O caminho é cheio de curvas, com desafios, aprendizados, erros, acertos e redefinições de rota.
No modelo de gestão da empresa, a inovação é impulsionada pelos chamados “jetskis” — pequenos projetos que estão sempre em movimento. Eles acontecem em diferentes áreas, muitas vezes sem grandes investimentos, para que ideias possam ser testadas rapidamente e só depois ganhar escala.
No RH, não é diferente. Foi assim que nasceu a Alli: inicialmente uma simples FAQ, que ajudava a tirar dúvidas do time. Aos poucos, foi evoluindo até se tornar um apoio essencial para as rotinas da área. Hoje, a Alli já automatiza processos como abertura de vagas, férias, licenças, onboarding e até notificações, liberando tempo para o RH atuar de forma mais estratégica. E em 2025, ela dará um novo salto, se tornando um Agente de IA.
Michel também compartilhou outro case que traduz bem esse espírito: o iFood Benefícios. A ideia surgiu ao perceber que poucos restaurantes aceitavam vale-refeição e alimentação dentro do app. O primeiro teste foi simples: um pagamento via QR Code. Mas a iniciativa não funcionou.
O ponto chave? A cultura de “falhar rápido” permitiu que o time testasse internamente, identificasse os erros e fizesse os ajustes necessários. O resultado é que, depois de muitos ajustes, o iFood Benefícios se consolidou como sinônimo de simplicidade, agilidade e inovação.
Hoje, o produto oferece diferenciais como o Clube iFood, o Programa Comer Fora, painéis de dados para RH, recarga rápida e diversas outras funcionalidades que melhoram a rotina do RH e do colaborador. Um exemplo claro de como testar, errar e recomeçar gera soluções de alto impacto.
Michel concluiu com uma mensagem direta:
“Testem, errem, comecem. O RH não deve esperar a tecnologia chegar para mudar — ele precisa ser curioso, arriscar e experimentar.”
Deborah Abi-Saber, VP de Rh na QuintoAndar abriu sua fala lembrando que a nova geração já nasceu em meio ao uso da inteligência artificial. E foi justamente a partir dessa percepção que o QuintoAndar criou o programa de estágio Brilliant Youth, voltado para jovens que já chegam ao mercado com familiaridade no uso de IA, muitas vezes adquirida ainda na universidade.
Além de atrair novos talentos, o QuintoAndar aposta fortemente em desenvolver quem já está na organização. Em 2025, por exemplo, houve mais promoções internas do que contratações externas, mostrando o quanto a empresa valoriza construir carreiras de longo prazo.
O Brilliant Youth reflete esse propósito. Foram mais de 31 mil inscritos em busca da oportunidade, e os selecionados contam com uma jornada estruturada em etapas: onboarding institucional, imersão cultural, formação técnica em engenharia e desenvolvimento de habilidades. Cada jovem tem um mentor para acompanhar seu crescimento, além de acesso a aulas de inglês e suporte contínuo para acelerar sua trajetória.
Para Deborah, esse movimento revela o papel do RH no futuro: potencializar o uso da IA não apenas como ferramenta tecnológica, mas também como estratégia de talentos. O Brilliant Youth é um exemplo disso, conectando inovação, desenvolvimento humano e visão de futuro.
O painel começou com uma pergunta direta de Manoela Mitchel, CEO e co-founder na Pipo Saúde, : como os convidados do painel enxergavam o cenário da saúde mental diante do aumento de diagnósticos e afastamentos?
Para Mariana Ferrão, CEO da Soul.me, vivemos em uma era de excessos – de vícios, informações e estímulos constantes. Segundo ela, se continuarmos olhando apenas para resultados financeiros, dificilmente vamos conseguir enfrentar o problema da saúde mental.
“É preciso mudar a mentalidade. Só assim conseguimos lidar com os excessos e, de fato, começar a fazer diferença nesse cenário”, destacou.
Gustavo Locatelli, médico e professor complementou trazendo um dado da OMS: mais de 1 bilhão de pessoas no mundo têm algum tipo de transtorno mental. Para ele, o sofrimento humano não pode ser reduzido a métricas de crescimento ou produtividade. “Não conseguimos tangibilizar o sofrimento humano em planilhas, mas conseguimos medir sua dimensão global e urgente.”
Mariana reforçou que as empresas ainda têm uma deficiência em pensamento de longo prazo e falta de coragem para sustentar a transição necessária no que diz respeito à saúde mental. É preciso investir de forma consistente e séria no cuidado com os colaboradores.
Gustavo lembrou que a NR1 surgiu justamente para pressionar as empresas a olhar para dentro e assumir seu papel diante da crise de saúde mental.
Quando Manu provocou sobre como mudar o mindset e cuidar da saúde mental dos colaboradores a longo prazo – indo além do “cumprir tabela” –, Mariana foi enfática: “O primeiro passo é escutar. Quando as pessoas são ouvidas, elas se sentem pertencentes, vistas e amadas.”
Já Gustavo concluiu reforçando que é preciso ser ambicioso não apenas nas metas, mas também nos recursos oferecidos. Afinal, saúde mental exige investimento real, e não apenas discursos.
Luis Gonzalez, CEO e cofundador da VidaLink, abriu a conversa trazendo uma provocação para análise de Artur Geise, diretor médico da Pipo Saúde.
Ele destacou uma matéria do Valor Econômico que mostra o crescimento no consumo de medicamentos para saúde mental entre trabalhadores. O dado chama ainda mais atenção quando revela que as mulheres são 1,79 vezes mais propensas que os homens a utilizar esse tipo de medicamento.
Para Artur, esse recorte reflete diretamente a dupla jornada enfrentada pelas mulheres, mas também levanta outra reflexão: será que existe uma negligência em relação ao cuidado da saúde mental dos homens? O tema escancara tabus ainda presentes e abre espaço para questionar o papel de gênero na forma como lidamos com bem-estar emocional.
Luiz trouxe ainda outro dado, desta vez em reportagem da CNN: a geração Z e Millennial lidera o uso de remédios ligados à saúde mental. Na visão de Artur, isso não é apenas um alerta, mas também um sinal de mudança — as novas gerações estão quebrando barreiras culturais e buscando ajuda de forma mais aberta e consciente.
Para finalizar, Luiz compartilhou dados levantados pela própria VidaLink: profissionais de tecnologia são os que mais consomem medicamentos para saúde mental. Artur relacionou esse cenário à epidemia da solidão, muitas vezes acentuada pelo trabalho remoto. Ele reforça, no entanto, que o problema não é o modelo remoto em si, mas a falta de investimento em uma cultura que entenda essa realidade e promova proximidade e cuidado genuíno com os colaboradores.
“Inclusão empresarial não é uma onda passageira. É estratégia de negócio.” Foi com essa provocação que Hottmar Loch, CEO da Nohs Somos, abriu o painel, reforçando que diversidade, equidade e inclusão (DE&I) precisam estar no centro da gestão.
Gabriela Augusto, CEO e founder da Transcedemos trouxe uma leitura histórica, mostrando como essa pauta vem se desdobrando nos últimos anos e ganhando impacto real nas organizações.
Hottmar, por sua vez, trouxe a visão do presente. Ele lembrou que, após declarações de Donald Trump, muitas empresas entraram em uma lógica de “não fazer”, evitando investimentos em diversidade.
A pergunta inevitável surgiu: será o fim da diversidade e inclusão?
Gabriela foi categórica em sua resposta: o Brasil não é os Estados Unidos. E explicou:
O olhar para o futuro ficou claro: não é a empresa que deve apenas incluir diversidade na sua pauta — é a diversidade que precisa oferecer respostas aos principais dilemas corporativos.
O evento mostrou, na prática, que o RH está vivendo um ponto de virada. Da valorização da experiência do colaborador ao uso estratégico da tecnologia, passando por inovação, diversidade e saúde mental, ficou claro que o futuro da área depende de coragem para experimentar, questionar e evoluir constantemente.
Patrocinar um encontro como esse reforça o compromisso do iFood Benefícios em estar ao lado das empresas nessa jornada. Porque oferecer benefícios não é apenas entregar um cartão ou um saldo: é criar soluções que liberam tempo, reduzem burocracias e devolvem ao RH sua essência — cuidar de pessoas e impulsionar negócios.
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