Seus colaboradores estão em um "portal" de estresse!

O estresse no ambiente de trabalho nunca foi tão alto – e não é só impressão sua. Cada vez mais, colaboradores enfrentam sobrecarga, pressão por resultados e um ambiente que muitas vezes não favorece o bem-estar. Isso tem um impacto real: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), longas jornadas de trabalho contribuíram para mais de 745 mil mortes em 2016, associadas a AVCs e doenças cardíacas.

E a situação só piorou nos últimos anos. A pandemia do COVID-19 trouxe desafios emocionais intensos. No mundo corporativo houve aumento dos casos de estresse, burnout e depressão. O modelo de trabalho híbrido trouxe novas armadilhas: o “estresse tecnológico”. A sensação de precisar estar sempre disponível faz com que muitos colaboradores se sintam esgotados e incapazes de se desconectar, levando a fadiga digital.

Diante desse cenário, o que as empresas podem fazer? Ignorar esses sinais não é uma opção. O estresse não só afeta a saúde mental, mas também mina a produtividade e a motivação das equipes. 

Neste artigo, o Acrescenta vai explorar como o estresse impacta os colaboradores, a produtividade e o sucesso da empresa, além de fornecer estratégias para resgatar os colaboradores desse “portal” do estresse.

Índice:

• Quando o estresse vira um problema grave?
• Estratégias para resgatar colaboradores do "portal" de estresse
  • Programas de bem-estar: incentivo à prática de exercícios, pausas estratégicas e acesso a terapia
  • Mindfulness e gestão emocional: técnicas simples para incluir no dia a dia corporativo
  • Cultura de apoio: incentivo ao diálogo aberto sobre saúde mental
  • Revisão de processos: ajustes na carga de trabalho e redefinição de prioridades
• A importância de cuidar do ser humano por trás do trabalho
• O papel do RH e da liderança no combate ao estresse
  • Como gestores podem atuar na prevenção do estresse
  • E como preparar a liderança para lidar com estresse?
• Priorizar o bem-estar é investir no sucesso do negócio

Quando o estresse vira um problema grave?

Pressão para cumprir prazos, desafio de superar tarefas complexas, acúmulo e sobrecarga de trabalho podem parecer desafios comuns do mundo corporativo, mas eles podem transformar um quadro de estresse em algo muito mais grave, como o burnout.

A principal diferença entre estresse pontual e burnout é que o primeiro pode ser temporário e, em alguns momentos, superado por descanso adequado, redefinição de rotina ou tempo investido em autocuidado. O burnout, porém, é uma esgotamento mais profundo, físico e emocional, geralmente causado por um período prolongado de sobrecarga e falta de apoio. Burnout vai além da fadiga; ele afeta o prazer de trabalhar e pode gerar uma sensação de incapacidade ou até de fracasso.

Para os gestores e RH, é essencial reconhecer os sinais de alerta antes que o estresse se transforme em algo mais grave. Aqui estão alguns sinais para ficar atento:

• Mudanças no comportamento: Distanciamento, evitar interações com colegas ou participações em reuniões e redução na qualidade do trabalho entregue podem ser indicadores de que o estresse está acumulando.
• Cansaço excessivo ou falta de energia: Sinais de cansaço constante, energia esgotada e falta de energia podem indicar que o colaborador precisa de um descanso.
• Dificuldade de concentração: Quando o estresse se instala, pode se tornar mais difícil focar nas tarefas, o que compromete a qualidade do trabalho e pode gerar mais frustração.
• Alterações de humor: Irritação, ansiedade, tristeza ou uma sensação constante de pressão são sentimentos comuns em quem está sobrecarregado e podem ser sinais de um problema maior.

A saúde mental e o bem-estar dos colaboradores não podem ser vistos como algo apartado dos resultados da empresa, já que estão diretamente ligados com a produtividade e desempenho da organização. Além disso, priorizar o cuidado das pessoas nas empresas é essencial para criar um ambiente de trabalho saudável e seguro.

Os sintomas citados podem afetar diretamente a saúde mental dos colaboradores. E quando não tratados podem desencadear problemas mais sérios como depressão, transtornos de ansiedade, burnout e até em casos mais extremos problemas físicos como doenças cardíacas.

Estratégias para resgatar colaboradores do "portal" de estresse

Em ambientes onde o estresse cresce significativamente é preciso lembrar que, o apoio da empresa é fundamental para reverter esse cenário. Existem diversas estratégias para resgatar os colaboradores deste “portal” do estresse e os ajudar a encontrar um equilíbrio saudável: 

1. Programas de bem-estar: incentivo à prática de exercícios, pausas estratégicas e acesso a terapia

   Cuidar do corpo e da mente dos colaboradores é mais do que uma boa prática – é um investimento no bem-estar de todos. Programas de bem-estar com parcerias com academias e terapias podem ser um grande aliado. Além disso, incentivar as equipes a realizarem pausas, momentos de descompressão e até jornadas de trabalho mais curtas podem ser fundamentais para manter a saúde física e mental dos colaboradores.

2. Mindfulness e gestão emocional: técnicas simples para incluir no dia a dia corporativo

   Quem nunca se pegou totalmente imerso no fluxo de tarefas, sem dar espaço para parar e respirar? A prática de mindfulness (atenção plena) pode ser uma ferramenta eficaz para quem busca controlar o estresse de forma saudável. Respirar profundamente, meditar alguns minutos e desacelerar são técnicas importantes para melhor gestão emocional e redução do stress.

3. Cultura de apoio: incentivo ao diálogo aberto sobre saúde mental

   É importante a construção de um espaço seguro, onde os colaboradores se sintam genuinamente ouvidos e à parte da instituição. Uma liderança próxima e empática, que demonstra suas vulnerabilidades e compreende as necessidades do time, permite que seus colaboradores fiquem mais confiantes em expressar suas dificuldades, sem medo e julgamentos. Linhas diretas de apoio psicológico, feedbacks regulares, canais de ética e pesquisas de clima podem ajudar a evitar que o estresse se transforme em algo mais grave.

4. Revisão de processos: ajustes na carga de trabalho e redefinição de prioridades

   Em muitos momentos, os colaboradores ficam sobrecarregados por falta de estrutura equilibrada. Por isso, uma gestão próxima e empática é fundamental para realizar ajustes nas demandas de trabalho, revisar processos, redefinir prioridades, analisar a necessidade de novas contratações para redistribuir a carga de trabalho.

Essas pequenas iniciativas colaboram para a construção de um ambiente de trabalho mais saudável, onde o colaborador sente que é colocado em primeiro lugar.

A importância de cuidar do ser humano por trás do trabalho

Essas estratégias não são apenas boas práticas – são formas de mostrar que a empresa se importa com o ser humano por trás dos números. É uma maneira de criar um espaço onde o estresse não tem mais vez, e o bem-estar é prioridade. Quando cuidamos de quem trabalha conosco, todos saem ganhando. O equilíbrio entre a vida pessoal e profissional pode ser possível, sim, e começa quando a empresa começa a enxergar cada colaborador como uma pessoa que merece cuidado e respeito.

O papel do RH e da liderança no combate ao estresse

O RH e a liderança desenvolvem um papel fundamental na prevenção e no combate ao estresse, identificando os primeiros sinais e promovendo ações para reverter esse cenário.

Como gestores podem atuar na prevenção do estresse

A liderança está presente no dia a dia da equipe, portanto, deve ser a primeira aliada no combate ao estresse. É preciso identificar a sobrecarga de trabalho e compreender as dores e necessidades do time, com:

• Monitoramento contínuo: comunicação constante e feedbacks regulares.
• Ajuste de expectativas: estar atento ao equilíbrio entre as demandas e as capacidades da equipe.
• Criar um ambiente de confiança: escuta genuína e exposição das suas próprias vulnerabilidades.

E como preparar a liderança para lidar com estresse?

Liderar não é apenas gerenciar tarefas, mas também entender e apoiar a saúde emocional das equipes. Por isso, é fundamental que os gestores recebam treinamentos voltados à inteligência emocional, que os capacitem a:

• Reconhecer sinais emocionais: identificar mudanças de comportamento e sinais de estresse.
• Criar um espaço seguro: promover espaços onde os colaboradores possam falar sobre seus problemas profissionais e pessoais ou questões, sem medo de julgamentos.
• Gerenciar sua própria saúde emocional: um líder que sabe cuidar de suas próprias emoções está mais preparado para ajudar sua equipe a lidar com as delas.

Priorizar o bem-estar é investir no sucesso do negócio

Quando as empresas se comprometem com ações preventivas para combater o estresse, elas não estão apenas cuidando da saúde de seus colaboradores, mas também garantindo um futuro mais saudável e produtivo para o negócio. Criar um ambiente que valorize o bem-estar, incentive pausas estratégicas, práticas de mindfulness e apoio emocional não só reduz o estresse, mas também melhora a produtividade e a satisfação geral da equipe.

Lembre-se: colaboradores saudáveis são colaboradores engajados e produtivos. Ao investir no bem-estar, a empresa colhe os frutos de um time motivado, criativo e fiel. Então, se sua organização ainda não está olhando para a saúde mental de seus colaboradores com a seriedade que ela merece, é hora de começar. O sucesso do seu negócio depende disso – e o futuro está em suas mãos.