Produtividade tóxica: até onde essa corrida faz sentido?

Como me tornei refém da tecnologia
Headhunter e Sócia da Avante Consulting desde 2014, já conduziu mais de 500 processos de consultoria C-Level, Middle e Top Management para empresas nacionais e multinacionais.
14 de Novembro de 2024
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Outro dia, conversando com meus filhos, perguntei se havia alguém na classe deles com o braço ou a perna quebrada, ou talvez alguém com pontos no queixo, algum machucado físico. A resposta foi que não havia ninguém. Estou vivendo uma nova era: a era das doenças emocionais. As crianças não estão mais quebrando ossos; elas estão quebrando as emoções. Lidam com ansiedade e impaciência. Não aprenderam a esperar o retorno de um programa após o intervalo ou o lançamento de um novo episódio do desenho favorito. Para muitos, músicas que duram mais do que os 30 segundos do TikTok parecem intermináveis.
Em minha família, almoçamos frequentemente em restaurantes, muitos deles com áreas dedicadas às crianças – algo que não existia quando eu era pequena. Se há uma coisa que tínhamos em abundância naquela época, era o tédio. Hoje, parece que esta geração vai eliminar essa palavra do dicionário. E, mesmo com toda a estrutura e entretenimento, vejo uma geração inteira vidrada no celular durante as refeições. Muitas vezes, estão com fones de ouvido, isolados dos "ruídos externos". Os fones mais modernos oferecem "cancelamento de ruído", o que garante a qualquer adolescente uma desconexão total do mundo ao redor.
Mas e os pais dessas crianças? Bom, somos nós. A geração que criou, que aprendeu a usar e que, agora, está aprisionada no mundo digital.
A internet, as redes sociais, os chats e as mensagens instantâneas salvaram minha produtividade durante a pandemia. Consegui manter os negócios funcionando, criei e-commerces poderosos e sustentei a economia em meio ao caos. As equipes participaram de treinamentos, mantiveram o engajamento, a entrega e a produtividade.
No entanto, comecei a "morar" dentro do trabalho. O home office se transformou em um "office home", e aprendi a manter a produtividade em alta 24 horas por dia, sete dias por semana, à custa de nunca mais me desconectar. Mensagens aos domingos, "só para não esquecer", se tornaram rotina. Com meu computador sempre ligado na sala, uma quantidade ilimitada de informações invadiu minha mente. Isso me trouxe uma nova modalidade de esgotamento: o Burnout Digital.
Índice:
Os sinais dessa exaustão são semelhantes aos do burnout tradicional:
Prevenir o burnout digital exige a adoção de práticas que promovam um equilíbrio saudável entre o uso da tecnologia e o meu bem-estar mental e físico. Algumas estratégias eficazes incluem:
Prevenir o burnout digital envolve criar uma relação equilibrada com a tecnologia, onde eu a utilizo de forma produtiva, sem me tornar refém dela.
Giovanna Perrone é Headhunter e Sócia da Avante Consulting, mas iniciou sua carreira no mercado de saúde como Fisioterapeuta de grandes hospitais. Em 2014, ingressou como Consultora na Avante e já foi conduziu mais de 500 processos de consultoria C-Level, Middle e Top Management para empresas nacionais e multinacionais de diversos setores. Idealizadora da Agilizados, hoje ajuda profissionais a direcionarem, planejarem e alavancarem suas carreiras.