Licença: Pipo equilibra homens e mulheres na balança parental

As chances de emprego para uma mulher que vai ser mãe aumentam pouco a pouco até o momento em que tem início a licença-maternidade. A partir daí, só diminuem. Esta é uma das conclusões de “Mulheres perdem trabalho após terem filhos”, estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas.

O trabalho confirma o que o senso comum pressupõe: as mulheres levam desvantagem no mercado de trabalho porque, embora não tenham feito essa escolha, cabe a elas gestar, dar à luz e amamentar os filhos nos primeiros meses de vida. 

Foi de olho nessa realidade que a Pipo Saúde, healthtech de gestão de benefícios de saúde criada em 2019, decidiu inovar. Assim surgiu o Presença Parental, programa que dá aos pais da startup os mesmos direitos das mães no momento em que um novo filho chega em casa. 

Índice:

• Caminho
• Resultados

Caminho

“A minha principal missão é garantir que a cultura da organização esteja em tudo o que fazemos, e uma das nossas fortalezas sempre foi diversidade e inclusão. Quando decidimos criar nossa política de pós-maternidade, entendemos que era preciso mudar o processo e torná-lo mais igualitário”, diz Marcela Ziliotto, diretora da área de Pessoas e Cultura da Pipo.

Segundo ela, as mulheres têm desvantagem nas contratações porque os gestores sabem que elas podem passar um período fora, se engravidarem. “Com a equidade nos benefícios, nenhum gênero tem vantagem na contratação.”

Na Constituição de 1988, o tempo de afastamento materno foi fixado em 120 dias, contra os 84 anteriores, e acompanhado de estabilidade. Também em 1988, foi criada a licença-paternidade – hoje de cinco dias corridos. 

Em 2008, 20 anos depois, o Programa Empresa Cidadã abriu a possibilidade de a licença-maternidade se estender a seis meses. As empresas que aderem ao programa contam com benefícios fiscais do governo.

Ao debater internamente a possibilidade de adesão ao Empresa Cidadã, a Pipo chegou a conclusão que não se encaixava na realidade da companhia.

“Quando fomos desenhar o período de afastamento, entendemos que, por sermos uma startup, não poderíamos ainda conceder seis meses”, diz Marcela.

Mas a empresa não estava satisfeita com o mero cumprimento do período de afastamento mínimo definido em lei. 

“Propusemos, então, uma escolha flexível que prevê quatro meses de licença, com mais dois de meio-período, sempre remoto, porque trabalhamos basicamente neste regime”, afirma.

Segundo ela, o funcionário pode converter os dois meses de meio-período em um único integral. Além disso, em qualquer das opções, é possível ainda juntar as férias do trabalhador, adicionando um mês ao afastamento total.

O benefício vale também para pais e mães que adotam e para mães de casais homoafetivos, cuja companheira engravida. “Disponibilizamos essa escolha para as pessoas poderem flexibilizar como quisessem”, diz Marcela.

Resultados

Marcela, que estreou na empresa em março de 2020, junto com a pandemia, acabou sendo a primeira favorecida pela política. Depois dela, outras mulheres e homens já aproveitaram o benefício.

Segundo a executiva, os retornos são ótimos. Além dos trabalhadores elogiarem a iniciativa, clientes que chegam querem conhecê-la, assim como às outras desenvolvidas pela plataforma. 

“As pessoas dizem que a Pipo consegue colocar em prática aquilo em que acredita. Transformamos em processos e regras internas algo em que a gente tem fé”, diz Marcela. 

“O fato de bancarmos a cultura da empresa faz com que os funcionários da Pipo se conectem mais à empresa. Programas, regras, políticas, exemplos, símbolos: tudo o que dá para a gente usar como veículo de transmissão de cultura é bem-vindo”, finaliza.

*Conteúdo publicado originalmente na Think Work Lab em 23 de agosto de 2023 com o título “Licença: Pipo equilibra homens e mulheres na balança parental”. Atualizado em 05 de dezembro de 2024 para o Acrescenta, do iFood Benefícios.