SXSW: como evitar quebras culturais nas empresas

Liderar de forma inclusiva não é apenas uma vantagem, é uma necessidade para ter sucesso no futuro
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11 de Março de 2025
Leitura de 5 min
No SXSW 2025, Anne Chow, ex-CEO da AT&T Business, e Camryn Moore, sua filha e recém-graduada em engenharia pela Universidade de Michigan, compartilharam suas perspectivas sobre como as gerações X, Y e Z estão redefinindo a liderança inclusiva.
Durante a palestra "Lead Bigger: The Power of Inclusion from (Gen) X to Z", as duas discutiram como a inclusão e a flexibilidade estão transformando a forma de liderar, não apenas para alcançar maior sucesso, mas para criar conexões humanas verdadeiras e duradouras.
Índice:
Anne Chow começou sua apresentação destacando a importância da liderança inclusiva ao longo de sua carreira. "Todo negócio é um negócio de pessoas," afirmou, refletindo sobre como sua própria trajetória como executiva foi moldada pela necessidade de inclusão. Ela compartilhou como, em seus primeiros anos de carreira, não conseguia se encaixar nos padrões tradicionais de liderança, mas que, ao abraçar sua autenticidade, sua carreira realmente decolou.
A liderança inclusiva, segundo a executiva, foi — e é — fundamental não apenas para alcançar maior desempenho, como também para construir relacionamentos significativos dentro das organizações. Para Anne, a chave para o sucesso está em liderar colocando as pessoas no centro de tudo o que você faz, respeitando suas diversidades e diferentes experiências.
Durante a palestra, o conceito de dimensionalidade foi amplamente explorado.
"Cada um de nós não é uma única coisa," explicou Anne. "Não somos uma simples caixa que podemos marcar em um formulário".
A dimensionalidade refere-se à ideia de que a identidade de cada indivíduo é formada por várias camadas que vão além de etnia, gênero ou orientação sexual. Anne destacou que líderes inclusivos devem ser curiosos e empáticos, buscando entender as várias dimensões que compõem a pessoa, tanto em termos inerentes (como etnia e gênero) quanto adquiridos (como valores e pontos de vista).
Camryn, da Geração Z, complementou ao afirmar que "a identidade é uma coleção de características", e que é fundamental para líderes reconhecerem essas dimensões ao trabalharem com suas equipes. "Não podemos cair na armadilha de pensar em termos binários," disse ela, referindo-se ao risco de simplificar a identidade das pessoas, o que pode levar a generalizações prejudiciais.
Outro tema central discutido foi o conceito de flexibilidade no ambiente de trabalho. Para Anne Chow, o termo "equilíbrio entre trabalho e vida" nunca fez sentido, pois implica que o trabalho é uma parte separada da vida pessoal. "O trabalho é uma parte da nossa vida, não um compartimento separado," afirmou, ressaltando que, no contexto atual, os líderes devem entender que o trabalho é apenas uma faceta da vida de um colaborador.
Ela introduziu o framework de flexibilidade, que envolve três pilares principais: estabelecer prioridades, usar essas prioridades para guiar suas escolhas e aceitar as consequências dessas escolhas. Para a Gen Z, especialmente, a flexibilidade é um valor essencial, com muitos membros dessa geração buscando não só o trabalho remoto, como também a liberdade para gerenciar suas carreiras dentro de suas vidas. Anne ressaltou que, ao liderar equipes de maneira flexível, as empresas não apenas atendem às necessidades dos funcionários, mas também criam um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.
A palestra explorou ainda os desafios ao lidar com as diferentes gerações no local de trabalho. Enquanto a Geração X e os Millennials têm uma abordagem mais tradicional, com uma mentalidade de trabalho árduo, a Gen Z traz uma nova perspectiva sobre o que significa ter uma carreira. Para Camryn, a diferença mais notável está na forma como sua geração vê o trabalho: ele não é o fim do jogo, mas uma parte de sua jornada profissional.
Ela revelou que a saúde mental se tornou um tema recorrente entre seus colegas, mas notou que nem todos compreendem a seriedade desse conceito. "Alguns dos meus amigos estão falando sobre burnout já no primeiro ano de carreira," disse Camryn, refletindo sobre as altas expectativas que essa geração tem em relação ao equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
O painel dividido entre mãe e filha no SXSW deixou claro que liderança inclusiva não é só uma vantagem, mas uma necessidade para empresas que buscam não apenas sucesso a curto prazo, como também crescimento sustentável. "Se você não liderar de forma inclusiva, vai perder para alguém que o faça," disse Anne, ressaltando que os líderes de amanhã precisam abraçar a diversidade e a flexibilidade para atingir um impacto genuíno.
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