SXSW: tendências e lições do futuro além do futuro

O futuro exige gestores que saibam usar a tecnologia, mas que também compreendam as pessoas
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9 de Março de 2025
Leitura de 5 min
Navegar em um mundo digital exige mais do que conhecimento técnico. Mas como liderar sem perder o fator humano? O segundo dia do SXSW 2025 trouxe essa discussão no painel "Redefining Leadership: Humanity in a Digital Era", reunindo quatro grandes lideranças femininas para explorar o tema.
Com experiência em setores como mídia, desenvolvimento de produtos, tecnologia e saúde, Deboshree Dutta (CEO e Fundadora da Criya AI), Upasna Gautam (gerente de produtos sênior da CNN), Hitha Palepu (CEO da Rhoshan Pharmaceuticals) e Sonal Shah (CEO do Texas Tribune) compartilharam insights valiosos sobre como equilibrar inovação, integridade e propósito na liderança.
Índice:
Muitas vezes, o conceito de liderança está atrelado a um cargo ou posição hierárquica. No entanto, a experiência prática mostra que um título, por si só, não faz de ninguém um líder. O verdadeiro impacto vem da capacidade de gerar resultados, inspirar e criar conexões autênticas.
O reconhecimento como líder acontece quando se assume a responsabilidade de guiar um time, tomar decisões e gerar impacto positivo – independentemente do cargo. Construir credibilidade e influência exige mais do que um título: requer consistência, clareza e um compromisso real com as pessoas e os desafios enfrentados.
"Liderança não é um destino, é uma jornada" – Deboshree Dutta
O avanço da inteligência artificial e da automação trouxe ganhos de eficiência, mas também desafios éticos. Durante o painel, a tecnologia foi apresentada como uma maneira de amplificar o potencial humano, não de substituir a capacidade de julgamento e pensamento crítico. O uso responsável da inovação exige transparência e um olhar atento para o impacto social e cultural das decisões tecnológicas.
No setor de mídia, de acordo com Sonal Shah, há uma preocupação crescente sobre o papel da IA na produção de conteúdo. A economista e diretora de políticas públicas, no entanto, foi categórica: nenhum algoritmo pode substituir o trabalho humano de interpretar cenários, ouvir múltiplas perspectivas e construir narrativas contextualizadas.
No desenvolvimento de produtos e tecnologia, a mesma lógica se aplica: automatizar tarefas não pode significar abrir mão da empatia e do julgamento humano, afirmou Upasna Gautam. A questão central não é apenas o que a tecnologia pode fazer, mas sim o que ela deveria fazer.
"Se estamos sacrificando a confiança em troca de produtividade, vale a pena?" – Upasna Gautam
O desafio dos líderes é justamente usar a inovação de forma ética e responsável, garantindo que o progresso tecnológico sirva às pessoas, e não o contrário.
A confiança, tanto dentro das equipes quanto no relacionamento com clientes e consumidores, tornou-se um ativo cada vez mais escasso. Em setores como tecnologia, saúde e mídia, onde o ceticismo e a desconfiança cresceram nos últimos anos, a transparência se tornou a base da liderança eficaz.
Ao longo do debate, ficou claro que a construção de confiança não acontece por meio de discursos prontos ou apresentações inspiradoras – ela nasce da coerência entre discurso e prática, da abertura para o diálogo e da disposição para ouvir antes de decidir. Um líder não precisa ter todas as respostas, mas precisa criar um ambiente onde as pessoas se sintam vistas, ouvidas e seguras para expressar suas ideias.
"Os tempos são caóticos. Um bom líder precisa ser uma bússola no meio desse caos" – Upasna Gautam
Nas empresas, isso se traduz em transparência sobre decisões, clareza na comunicação e proximidade com as equipes. Estar presente, reconhecer desafios e explicar escolhas cria um ambiente onde as pessoas sentem que fazem parte de algo maior.
Mais do que simplesmente adotar novas tecnologias, a liderança no mundo digital exige um pensamento crítico constante: essa inovação resolve um problema real ou apenas impulsiona uma nova tendência?
"Se a tecnologia fizer tudo por nós, quando vamos usar nosso próprio cérebro?" – Sonal Shah
A responsabilidade de um líder nesse contexto vai além da implementação de ferramentas digitais – é preciso garantir que essas inovações sejam usadas de maneira justa, ética e transparente.
Uma das grandes marcas da liderança humanizada é a capacidade de construir conexões reais. Em eventos como o SXSW, onde oportunidades de networking surgem a todo momento, criar laços genuínos é essencial para o crescimento profissional.
A chave para isso está na autenticidade e na presença ativa nas conversas. Pequenos gestos, como lembrar o nome de alguém, fazer perguntas relevantes e manter contato após o evento, transformam interações casuais em conexões de valor.
"Quer se conectar com alguém? Tire uma selfie, pegue o contato da pessoa e envie a foto depois. Isso transforma um encontro casual em um relacionamento real" – Hitha Palepu
Criar esse tipo de rede não é apenas sobre oportunidades de carreira – é sobre construir um ecossistema de apoio, aprendizado e crescimento mútuo.
Liderança não se resume a títulos ou cargos. Ela está na forma como inspiramos, conduzimos mudanças e construímos relações baseadas na confiança e no propósito. A questão não é chegar ao topo, mas sim entender que a liderança acontece no dia a dia, em cada atitude e escolha. E isso é algo que a inteligência artificial ainda não consegue fazer.
"Sua vida muda quando você para de pensar na liderança como um título e começa a vê-la como um valor" – Upasna Gautam
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