Principais problemas de saúde relacionados ao trabalho no Brasil

A partir de benefícios, programas de bem-estar e campanhas específicas, a saúde feminina pode ser melhor assistida dentro das empresas
Iniciativa do iFood Benefícios, o Saúde no Prato promove conteúdos e ferramentas sobre bem-estar, saúde e alimentação, ajudando empresas a cuidarem das pessoas com mais equilíbrio, leveza e resultados sustentáveis.
24 de Junho de 2025
Leitura de 5 min
A saúde feminina decaiu no segundo ano da pandemia. Em parceria com a Gallup, a Hologic, empresa norte-americana de tecnologia médica, lançou o Índice Global de Saúde da Mulher 2021 para avaliar o bem-estar e como as mulheres eram acolhidas.
Com perguntas divididas entre diferentes categorias (saúde geral, cuidados preventivos, saúde mental, segurança e necessidades básicas), a pontuação total foi de 53 em 100 — um ponto a menos que em 2020.
O relatório incluiu 122 países, mas nenhum ultrapassou 70 pontos. Os cinco primeiros colocados foram Taiwan, Letônia, Áustria, Dinamarca e Estônia. O Brasil ocupou a posição 104 no ranking.
A pesquisa concluiu que as mulheres estavam mais tristes, preocupadas, estressadas e irritadas neste período do que em qualquer outra época dos últimos dez anos. Também eram mais propensas a alegar falta de dinheiro para comprar comida dos que os homens.
Tudo isso revela uma série de problemáticas relacionadas à maneira que as mulheres navegam pelo mundo, como a jornada dupla (trabalho dentro e fora de casa), desigualdade salarial, carência de políticas públicas e obstáculos sociais.
Sendo assim, além de cultura organizacional empática, processos flexíveis e assistência psicológica, o setor de Recursos Humanos pode tomar algumas atitudes para apoiar a saúde física de suas colaboradoras.
Índice:
Convênio médico e odontológico são fundamentais para o bem-estar de qualquer pessoa. Para as mulheres, são maneiras muito eficientes de focar em questões particularmente relacionadas à saúde feminina, como ginecologia, saúde sexual e reprodutiva, saúde materna, distúrbios hormonais, entre outras.
Com a facilidade para a realização de consultas, exames e procedimentos, as chances de prevenção e tratamento bem-sucedido contra uma série de doenças é muito mais alta.
Além dos benefícios, programas de bem-estar também podem contribuir, como incentivo a pausas, estratégias de ergonomia, horários flexíveis, promoção de exercícios físicos e ginástica laboral, etc.
O acesso à informação é uma ferramenta de grande poder contra uma série de condições de saúde que podem colocar a vida em risco. Quando estão munidas de conhecimento, as pessoas são capazes de identificar sinais de alerta, procurar ajuda e encontrar soluções junto a profissionais capacitados.
Portanto, uma forma de cuidar da saúde das colaboradoras é promovendo campanhas de conscientização que vão muito além do Outubro Rosa, dedicado ao câncer de mama — algo muito importante, mas não o único tema digno de atenção.
Várias condições de saúde podem ser trabalhadas dentro das empresas para prezar pela qualidade de vida das mulheres, como:
Com a presença de profissionais devidamente qualificados, palestras e eventos de prevenção contra essas e outras doenças podem ser administrados dentro das empresas, de forma semelhante às tradicionais campanhas de vacinação contra a gripe que acontecem com frequência em ambientes corporativos.
Obviamente, essas iniciativas são focadas nas mulheres, mas também é importante que os homens participem de alguma forma para que possam se conscientizar e compreender melhor suas colegas de trabalho e até membros de suas famílias.
Assim, a partir da educação, cultiva-se uma cultura inclusiva e empática capaz de beneficiar a todos, independentemente de gênero.
Os sintomas físicos mais clássicos da menstruação incluem cólicas, inchaços e desconforto nas mamas. Alguns casos, no entanto, são bem mais graves, podendo gerar cólicas debilitantes, sangramento excessivo, dores de cabeça, sudorese, náuseas, vômitos, tontura e até desmaios.
Tudo isso pode prejudicar o desempenho do trabalho, mas a menstruação não é considerada uma condição de saúde por muitas pessoas.
O Projeto de Lei 1.249/22, em trâmite no Congresso Nacional até o momento, prevê a licença de três dias consecutivos por mês, sem desconto em folha, às mulheres que comprovarem, mediante atestado médico, sintomas graves associados ao fluxo menstrual.
A chamada licença menstrual ainda não foi aprovada e, portanto, não consta na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Isso significa que não há obrigatoriedade em aplicá-la, mas algumas empresas — especialmente as com número significativo de profissionais mulheres — já adotaram, de forma independente, esse tipo de afastamento como uma de suas normas internas.
Vários países têm leis semelhantes, como Espanha, Indonésia, Japão, Taiwan, Coreia do Sul e Zâmbia. A primeira lei menstrual que se tem registro é de 1922, estabelecida na antiga União Soviética.
A CLT garante uma série de direitos às mães, como:
Mesmo que esses direitos sejam muito importantes, apenas seguir a lei não é o bastante. Conforme pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas), quase metade das mulheres que tiram licença-maternidade se afastam do mercado após 24 meses por falta de flexibilidade no trabalho, dificuldades da jornada dupla e falta de apoio e oportunidades de desenvolvimento profissional.
Logo, o primeiro passo é criar políticas e culturas organizacionais que não sejam punitivas com as mulheres que têm filhos e que possam ajudá-las a navegar as responsabilidades profissionais e relacionadas à maternidade de maneira justa e equilibrada.
Em relação à saúde física e mental das mães, incluindo gestantes e lactantes, algumas atitudes estabelecidas pelo RH e pelos gestores podem contribuir, como trabalho remoto, flexibilidade de horários, benefícios de saúde, programas de bem-estar, workshops sobre o tema, espaços dedicados às colaboradoras e suas crianças, programas de reintegração e retorno gradual às atividades operacionais após a licença-maternidade.
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