Responsabilidade Social Corporativa
Como criar uma cultura de Segurança Psicológica para os colaboradores
Por Aline Sousa
Cofundadora e Especialista em Talent Acquisition na Expery Company, Aline tem experiência de mais de 10 anos na área de gente e gestão, e é reconhecida como Linkedin Top Voices.
7 de Outubro de 2024
Leitura de 4 min
A RSC (Responsabilidade Social Corporativa) é o compromisso voluntário das empresas em adotar práticas que não visam apenas o lucro, mas também o bem-estar social e ambiental. Originalmente, a era moderna da Responsabilidade Social Corporativa partiu dos estudos de Howard R. Bowen em seu livro histórico “Social Responsibilities of the Businessman", de 1953.
Índice:
- Pirâmide RSC
- Treinamento de líderes
- Políticas de bem-estar e saúde mental
- Promoção da Diversidade e Inclusão
Pirâmide RSC
Então, Archie Carroll, em 1991, criou uma representação gráfica em forma de pirâmide, onde organizou a responsabilidade social em uma hierarquia de quatro níveis: Econômica, Legal, Ética e Filantrópica, ou seja, empresas que adotam a RSC vão além das obrigações legais, assumindo uma postura proativa em relação à sustentabilidade, à ética nos negócios, à diversidade, ao respeito aos direitos humanos e ao combate à corrupção.
A partir deste panorama, percebe-se cada vez mais a extrema importância da criação de uma cultura que ofereça segurança psicológica no ambiente de trabalho, onde os colaboradores se sintam livres para se expressar, desafiar-se e inovar sem medo de retaliação, e o quanto isso contribui para o bem-estar e para o desempenho organizacional.
De acordo com Amy Edmondson, professora da Harvard Business School e referência no conceito de segurança psicológica, equipes que cultivam a segurança psicológica são mais eficazes, inovadoras e colaborativas, pois seus membros sentem-se à vontade para contribuir plenamente com suas ideias e percepções.
Por outro lado, estudos indicam que o medo de represálias ou de julgamentos pode levar ao esgotamento emocional, aumentando a rotatividade de funcionários e prejudicando a produtividade, resultando em aumento do estresse, ansiedade e burnout.
Para que a segurança psicológica faça parte efetiva da cultura organizacional, ela deve ser incorporada como um elemento-chave da RSC. Isso significa que as empresas precisam adotar políticas e práticas que coloquem a saúde emocional dos colaboradores no centro de suas prioridades. Dentre as ações necessárias estão:
Treinamento de líderes
A liderança desempenha um papel crucial na criação de um ambiente seguro. Líderes que demonstram vulnerabilidade ouvem sem julgamentos e incentivam a transparência, contribuindo para a construção dessa cultura. Um estudo do Google no Projeto Aristóteles mostrou que as equipes mais bem-sucedidas da empresa eram aquelas onde os líderes promoviam a segurança psicológica.
Políticas de bem-estar e saúde mental
Empresas que implementam programas de suporte emocional e psicológico, como sessões de terapia, grupos de apoio e check-ins regulares, contribuem diretamente para o bem-estar de seus colaboradores. De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), cada dólar investido em saúde mental no local de trabalho gera um retorno de quatro dólares em produtividade.
Promoção da Diversidade e Inclusão
A segurança psicológica também é fortalecida quando a diversidade é acolhida e respeitada. Ambientes inclusivos, onde todas as vozes são ouvidas, promovem uma troca rica de ideias e reduzem a sensação de isolamento e insegurança entre minorias. Uma pesquisa da McKinsey & Company (2020) aponta que empresas diversas tendem a ter 36% mais chances de superar a performance financeira de suas concorrentes menos diversas.
Embora os benefícios da segurança psicológica sejam evidentes, muitos ambientes corporativos ainda enfrentam desafios na implementação dessa cultura. Barreiras como estilos de liderança autoritários, medo de perda de status e a pressão por resultados a curto prazo muitas vezes dificultam a criação de espaços colaborativos e de confiança.
A transformação digital, impulsionada pelo uso de inteligência artificial e People Analytics, oferece às empresas novas ferramentas para monitorar e melhorar o bem-estar psicológico dos colaboradores. Análises de dados podem ajudar a identificar áreas de vulnerabilidade e promover iniciativas proativas de suporte à saúde mental.
A responsabilidade social vai além do impacto externo: ela começa dentro das paredes da própria organização. Quando você conecta o propósito corporativo com as pessoas, naturalmente gera um ambiente mais saudável, em que elas se sentem parte da mudança, mais motivadas e felizes.
Aline Sousa tem experiência de mais de 10 anos na área de gente e gestão, tendo trabalhado com mais de 50 marcas nacionais e internacionais. É reconhecida como Linkedin Top Voices, Top 10 ibest, 1º lugar mundial na categoria RH de produtores de conteúdo nas redes sociais. Mestranda em Gestão de equipes e negócios, é Coautora na Obra: Recursos Humanos, é Professora na FAAP, Colunista do Portal Terra, Apresentadora do Programa: Sua Carreira na Tv Humana.