Como a GIG Economy está mudando o mercado de trabalho

Entenda as oportunidades e desafios da GIG economy e descubra como pode transformar sua carreira e a gestão nas empresas

3 de Maio de 2024

Leitura de 8 min

Nos últimos anos, a GIG economy, ou economia de trabalhos temporários e freelances, tem se destacado como uma tendência importante no mercado de trabalho. Esse modelo permite que as pessoas realizem trabalhos de forma flexível, como freelancers ou autônomos, o que significa que não precisam estar presas a um emprego fixo ou a um local específico. Assim, conseguem adaptar sua rotina de acordo com suas necessidades.

Neste artigo, vamos explorar em detalhes o que é a GIG economy e como ela está mudando o cenário do mercado de trabalho, tanto no Brasil quanto no mundo. Você encontrará informações sobre as vantagens e desvantagens desse modelo, como ele pode beneficiar tanto as empresas quanto os colaboradores e o que os líderes podem fazer para aproveitar essa realidade.

Se você é um gestor em busca de maneiras inovadoras de engajar sua equipe ou um profissional que busca mais liberdade e opções de trabalho, este artigo é feito para você.

Índice:

O que é GIG Economy?

GIG economy consiste em um modelo de trabalho que inclui empregos temporários, freelancers, profissionais autônomos e prestadores de serviços (PJ). 

Essas modalidades se distinguem pela flexibilidade oferecida aos colaboradores, que podem atuar sem um contrato CLT e sem os tradicionais benefícios trabalhistas. Dessa forma, os profissionais que optam por esse tipo de trabalho conseguem fazer uma renda extra e até se manter integralmente, montando a sua agenda, sem necessidade de ter horários fixos na rotina.

Conheça as principais características dessa tendência: 

  1. Flexibilidade e autonomia: colaboradores podem definir seus próprios horários e escolher quais projetos aceitam, permitindo um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
  2. Diversidade de atividades: possibilita uma variedade de experiências profissionais, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades em diferentes áreas.
  3. Acesso a novas oportunidades: as plataformas digitais conectam facilmente colaboradores a clientes, ampliando o alcance e o fluxo de trabalho.

Como surgiu esse modelo de trabalho?

A natureza da GIG economy é um reflexo das mudanças provocadas pela revolução digital e pelo aumento das plataformas online. Um estudo da McKinsey Global Institute revelou que em 2023, cerca de 25% da força de trabalho em países desenvolvidos poderia estar trabalhando de forma independente, seja como freelancers ou autônomos - o que atualmente, já deve ser um recorte muito maior. 

Essa modalidade se popularizou, especialmente entre jovens que buscam maior liberdade e que priorizam experiências sobre estabilidade empregatícia.

O Impacto da GIG Economy no Brasil

GIG economy tem experimentado um crescimento notável no Brasil, especialmente após a pandemia. Entre 2016 e 2020, o país viu um aumento de 60% nesse modelo de trabalho, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Esse crescimento foi impulsionado pela digitalização e pela proliferação de aplicativos voltados para prestadores de serviços, que desempenham um papel crucial na criação de oportunidades de trabalho. Atualmente, cerca de 1,4 milhão de pessoas estão ativas nessas plataformas, buscando opções que oferecem flexibilidade e formas rápidas de gerar renda.

Dessa forma, a GIG economy não apenas se consolidou como uma alternativa viável de emprego, mas também se tornou uma solução importante para muitos brasileiros.

Importância da GIG Economy

GIG economy não é apenas uma resposta à evolução do trabalho, mas também uma solução que se conecta às necessidades contemporâneas do mercado, que demanda profissionais qualificados em diversas áreas. Esse modelo:

  • Aumenta a diversidade da força de trabalho: permite que colaboradores com diferentes habilidades e formações contribuam para projetos específicos.
  • Fomenta a inovação: com mais pessoas oferecendo serviços de forma autônoma, há uma maior variedade de soluções e abordagens criativas disponíveis para as empresas.
  • Editorializa a qualidade de vida: colaboradores podem ajustar suas jornadas de trabalho, potencialmente levando a maior satisfação e produtividade.

A relação entre GIG Economy x Contrato de trabalho

É crucial destacar que a GIG economy não oferece as mesmas proteções que um contrato de trabalho formal. A ausência de vínculos formais resulta em:

  • Insegurança financeira: colaboradores podem enfrentar períodos sem trabalho, dificultando o planejamento financeiro.
  • Falta de benefícios: itens como seguro de saúde, licença remunerada e 13º salário não estão incluídos, o que pode impactar significativamente a qualidade de vida dos profissionais.

Por consequência também de não haver vínculo empregatício e controle legal da função, essas pessoas muitas vezes desrespeitam os limites da jornada de trabalho. Assim como mantém a produtividade em alta, afetando seus intervalos de alimentação e descanso. Tudo isso para que ganhem mais dinheiro na esperança de conseguirem tirar um descanso semanal ou até férias. 

Dessa forma, a saúde física e, principalmente, emocional é prejudicada. O sentimento de não pertencimento à empresa, a instabilidade na quantidade de horas de jornada, e a falta de direitos trabalhistas são os maiores riscos da GIG economy.

Por isso, é tão urgente e necessário falar sobre saúde mental no trabalho e psicologia positiva. Mas a previsão é que no futuro haja uma maior regularização, fiscalização e legislação para essa prática. E a razão disso é a crescente e contínua tendência dessa modalidade. 

Vantagens da GIG Economy

Depois de entender melhor o conceito de GIG economy e seus impactos nas relações de trabalho, conheça as suas vantagens:

Autonomia

A liberdade de escolher horários e projetos é um atrativo importante. Estudos indicam que colaboradores que têm controle sobre sua carga horária tendem a apresentar maior satisfação e engajamento.

Flexibilização do trabalho

A prestação de serviço na GIG economy não exige uma carga horária fixa, portanto, o profissional tem mais liberdade para escolher o quanto quer trabalhar durante a semana. Desde que as entregas sejam feitas, pouco importa o tempo gasto para cada uma.

Possibilidade de uma renda mais alta

Para autônomos e freelancers, a possibilidade de negociar preços pelo seu trabalho pode resultar em ganhos superiores ao modelo tradicional, especialmente em mercados altamente demandantes.

Tabela com as vantagens e desvantagens da GIG Economy.
Confira as vantagens e desvantagens da GIG Economy

Desvantagens do GIG Economy

Entretanto, existe um outro lado da GIG economy não tão vantajoso que precisa ser destacado. Confira! 

Ausência de vínculo empregatício 

Ao não firmar um vínculo empregatício, o profissional passa a atuar de forma autônoma, tendo a incerteza de renda e de trabalho disponíveis. Não é possível controlar o nível de demanda mensal, podendo oscilar bastante ao longo do ano.

Ausência de direitos trabalhistas

É preciso lembrar que não há nada na lei que assegure direitos trabalhistas para pessoas que trabalham de maneira informal e autônoma. Dessa forma, itens como 13º salário, benefícios e vale transporte não fazem parte do acordo profissional. Com isso, o colaborador pode ter algumas desvantagens adicionais como:

  • Impacto na saúde mental: a ausência de um vínculo formal pode influenciar a saúde mental dos colaboradores. Muitas vezes, eles sentem um alto nível de pressão para trabalhar excedendo suas capacidades, visando garantir um fluxo contínuo de renda.
  • Estresse e ansiedade: a instabilidade financeira e a falta de benefícios podem gerar preocupações constantes sobre o futuro.
  • Solidão e isolamento: trabalhar de forma independente pode levar a um sentimento de desconexão, pois não há oportunidades cotidianas para interação com colegas, ao contrário dos ambientes de trabalho tradicionais.

Instabilidade no fluxo de trabalho

Como a empresa contratante optou pelo acordo de trabalho informal com os profissionais, ela pode, a qualquer momento, interromper os trabalhos. Portanto, mesmo que seja um trabalho freelancer de meses, ele não tem garantia nenhuma de permanência.

Para mitigar esses efeitos, é importante que colaboradores autônomos estabeleçam uma rede de suporte, busquem grupos de afinidade ou comunidades online e sejam proativos em cuidar do seu bem-estar.

Exemplos práticos da GIG Economy

Os setores mais representativos da GIG economy incluem:

  1. Hospedagem: Plataformas como Airbnb conectam anfitriões e viajantes, oferecendo alojamentos únicos e personalizados.
  2. Transporte: Aplicativos como Uber e 99 oferecem flexibilidade para motoristas, que podem escolher quando e quanto desejam trabalhar.
  3. Delivery: Com a expansão de serviços de entrega como o iFood, colaboradores têm a oportunidade de gerar renda enquanto gerenciam seu próprio tempo.

Esses exemplos ilustram a diversidade de opções que a GIG economy oferece, favorecendo tanto a flexibilidade dos colaboradores quanto a inovação nos serviços prestados.

Oportunidades para líderes

Para os líderes e gestores, entender e integrar o modelo da GIG economy em suas estratégias de negócios pode representar uma grande oportunidade. Aqui estão algumas práticas recomendadas:

  1. Adote um modelo híbrido: considere a incorporação de colaboradores independentes em sua equipe, permitindo acesso a uma variedade de habilidades e conhecimentos.
  2. Promova a inclusividade: ofereça ferramentas e apoio aos colaboradores da GIG economy, como acesso a treinamentos e desenvolvimento de habilidades, para fortalecer o relacionamento e garantir que eles se sintam parte do ecossistema da empresa.
  3. Comunique-se de forma clara: mantenha um canal de comunicação aberto e transparente com colaboradores autônomos, garantindo que estejam bem informados sobre expectativas e entregas.
  4. Ofereça suporte: considere iniciativas que ajudem a promover o bem-estar emocional de todos os colaboradores, incluindo os que atuam na GIG economy.

GIG economy representa um marco significativo na evolução do mercado de trabalho, trazendo consigo uma nova realidade que oferece tanto oportunidades quanto desafios. Para líderes e equipes de RH, estar atento a essas transformações é essencial para atrair, reter e engajar talentos.

À medida que o panorama de trabalho continua a mudar, adotar uma abordagem flexível e adaptativa permitirá que sua organização não apenas acompanhe, mas também prospere nesta nova era.

Entender e apoiar a GIG economy pode resultar em uma força de trabalho mais satisfeita, motivada e, em última análise, produtiva.

Gente e gestão

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