O que podemos esperar do futuro do bem-estar no trabalho?
Confira dados do estudo da Wellhub que apontam tendências e estratégias de como as empresas e os líderes podem se preparar para 2025
Por Equipe iFood Benefícios
O conceito de bem-estar no ambiente corporativo passou de um diferencial para uma necessidade urgente e estratégica. Em tempos em que a saúde mental e o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional estão no centro das discussões, empresas de todo o mundo percebem que programas de bem-estar não são apenas um gesto de cuidado, mas um fator decisivo para atrair e reter talentos.
Recentemente, um estudo conduzido pela Wellhub com mais de cinco mil profissionais revelou uma verdade clara: os colaboradores esperam apoio genuíno das organizações para garantir uma vida saudável e produtiva, onde o bem-estar seja tão prioritário quanto o salário.
No entanto, apesar dessa procura crescente, muitos trabalhadores ainda enfrentam desafios diários relacionados à saúde física e mental, além de limitações financeiras que dificultam os investimentos no próprio bem-estar. Com dados que refletem essa realidade, fica evidente que as empresas precisam adotar uma abordagem personalizada, inclusiva e abrangente.
Neste artigo, vamos explorar as principais descobertas do estudo e discutir como as organizações podem transformar suas práticas de bem-estar para beneficiar tanto os colaboradores quanto os resultados do negócio.
Índice:
- Bem-estar no trabalho: prioridade para os colaboradores
- Diferenças geracionais no bem-estar
- O papel das finanças no bem-estar
- O que as empresas podem fazer para ajudar?
- Um caminho para o engajamento e a produtividade
Bem-estar no trabalho: prioridade para os colaboradores
O bem-estar tem se mostrado uma prioridade clara para os profissionais, mais do que um simples benefício adicional. Segundo o estudo, 63% dos colaboradores acreditam que estão bem, mas os números detalhados indicam que há muito para melhorar. O que pode parecer uma boa percepção do bem-estar pessoal, na realidade, esconde problemas sérios:
- Saúde física: apenas 54% dos colaboradores dizem estar em boa forma física, o que sugere que a maioria ainda enfrenta desafios em relação à atividade física e à saúde geral.
- Saúde mental: o ambiente de trabalho tem impacto direto na saúde mental dos colaboradores. Aproximadamente 47% relatam que o estresse no trabalho prejudica sua saúde mental, tornando esse aspecto uma preocupação crítica.
- Nutrição: apenas 40% afirmam ter uma dieta saudável, indicando que hábitos alimentares saudáveis ainda não são tão frequentes como poderiam ser.
- Sono: cerca de 71% dos profissionais dormem menos de sete horas por noite, o que revela um problema sério, já que o sono inadequado impacta diretamente a produtividade e a saúde.
Esses dados mostram que há uma clara expectativa de apoio das empresas em relação ao bem-estar, refletindo um desejo por pacotes de benefícios que priorizem saúde e qualidade de vida. E essa demanda é reforçada pela competitividade no mercado de talentos, onde os profissionais buscam empresas que ofereçam mais do que apenas uma boa remuneração.
Diferenças geracionais no bem-estar
Cada geração enfrenta o bem-estar de maneira distinta, tornando o desafio ainda mais complexo para os líderes de RH. No entanto, reconhecer essas diferenças é essencial para desenvolver programas eficazes:
- Geração Z: mais conectados e informados, os membros da Geração Z demonstram interesse em saúde mental, mas também são os que mais sofrem com questões nessa área. Isso pode estar relacionado à pressão social e profissional enfrentada por esses jovens, que ingressam em um mercado de trabalho altamente competitivo e dinâmico.
- Millennials: essa geração valoriza o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e está disposta a mudar de emprego caso a empresa não priorize o bem-estar. Programas que favorecem flexibilidade e autocuidado são especialmente interessantes para esse grupo.
- Geração X e Baby Boomers: embora menos expressivos em termos de demandas por saúde mental, esses colaboradores valorizam o bem-estar físico. Enfrentam, em geral, mais dificuldades relacionadas à saúde física, como limitações de mobilidade e condições crônicas, o que exige programas específicos que incluam acompanhamento médico e incentivo à atividade física.
A crescente diversidade geracional nas empresas reforça a necessidade de programas personalizados e holísticos, adaptáveis às diferentes demandas e expectativas de cada faixa etária. As empresas que adotam essa abordagem terão uma vantagem ao entender e responder melhor às expectativas de seus colaboradores.
O papel das finanças no bem-estar
Cuidar do bem-estar nem sempre é algo acessível a todos. Para muitos colaboradores, os custos associados à saúde e ao autocuidado podem ser uma barreira significativa. O estudo revela que 68% dos trabalhadores sentem que sua situação financeira limita sua capacidade de investir no próprio bem-estar. Isso inclui gastos com consultas médicas, terapia, alimentação saudável, atividades físicas e até mesmo descanso adequado – tudo o que é essencial para uma vida equilibrada.
Quando o orçamento é apertado, as prioridades dos colaboradores mudam, e o bem-estar frequentemente fica em segundo plano. No final do mês, muitos precisam escolher entre cobrir despesas essenciais e investir em atividades de autocuidado, como uma alimentação balanceada ou uma aula de yoga. Esse cenário pode criar um ciclo prejudicial, onde o estresse financeiro se soma ao cansaço físico e mental, levando a problemas como o burnout.
Em um ambiente em que o custo de vida é cada vez mais alto, o apoio das empresas torna-se ainda mais relevante. Colaboradores sobrecarregados financeiramente podem ter sua produtividade reduzida e, além disso, são mais propensos a desenvolver problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. Isso demonstra que o impacto das finanças pessoais vai além do bolso – ele interfere diretamente na qualidade de vida e na capacidade de trabalho dos indivíduos.
O que as empresas podem fazer para ajudar?
As empresas podem oferecer benefícios que facilitam o acesso dos colaboradores ao bem-estar sem comprometer seu orçamento pessoal. Algumas estratégias incluem:
- Programas de bem-estar subsidiados: cobrir parte ou a totalidade dos custos de academias, terapias e outras atividades de saúde pode fazer uma grande diferença. Esse tipo de benefício permite que os colaboradores cuidem da saúde física e mental sem se preocuparem com os gastos adicionais.
- Parcerias e descontos: oferecer descontos em academias, clínicas de nutrição, consultas de terapia psicológica ou programas de mindfulness pode ser um diferencial. Essas parcerias ajudam a tornar o autocuidado mais acessível e incentivam os colaboradores a utilizarem esses serviços regularmente.
- Orientação financeira: ajudar os colaboradores a gerenciar suas finanças é outra maneira de apoiar o bem-estar. Workshops e treinamentos sobre organização financeira e planejamento de despesas pessoais podem ajudar as pessoas a desenvolverem uma relação mais saudável com o dinheiro e a priorizarem investimentos em saúde e bem-estar.
- Benefícios flexíveis: permitir que os colaboradores escolham onde desejam investir seus benefícios é uma forma eficaz de atender às necessidades individuais. Com um programa de benefícios flexíveis, cada pessoa pode direcionar os recursos para o que realmente importa para ela, seja um recurso de bem-estar, uma consulta médica ou uma terapia complementar.
Um caminho para o engajamento e a produtividade
Os dados revelam que os colaboradores com acesso a programas de bem-estar relacionam maior satisfação com a empresa e melhor saúde mental e física:
- Satisfação com o emprego: entre os colaboradores que têm acesso a programas de bem-estar, 84% afirmam estar satisfeitos com seus salários, e 79% acreditam que o RH realmente se importa com seu bem-estar. Em contrapartida, apenas 45% dos trabalhadores sem acesso a esses programas têm essa percepção.
- Melhora na saúde: colaboradores que utilizam programas de bem-estar relatam saúde física e mental superior em relação aos que não têm esse apoio, o que se traduz em menos licenças médicas e menos casos de burnout.
Esse cenário mostra que investir em programas de bem-estar impacta positivamente a imagem da empresa, o nível de engajamento e até mesmo a produtividade. Uma equipe saudável é mais eficiente, menos propensa a faltas e mais engajada no longo prazo, criando um ambiente de trabalho mais harmônico e produtivo.
O bem-estar dos colaboradores deixou de ser um detalhe e se tornou essencial para qualquer estratégia organizacional que vise longevidade e competitividade. As empresas que colocam a saúde e o bem-estar de sua equipe em primeiro plano estão construindo uma base sólida para engajamento, retenção e satisfação.
A pesquisa mostra que o bem-estar é tão valorizado quanto o salário, e as organizações que priorizarem essa questão certamente se destacarão no mercado de trabalho.
Portanto, para atender às expectativas e aos futuros dos colaboradores, é crucial que as empresas invistam em programas de bem-estar inclusivos, acessíveis e adaptáveis. Essa transformação pode ser o diferencial competitivo que define o sucesso da empresa, além de melhorar a qualidade de vida dos colaboradores, fortalecer a cultura organizacional e promover um ambiente de trabalho mais saudável e próspero.
Afinal, investir no bem-estar não é apenas cuidar do presente, mas sim construir um futuro mais promissor para a empresa e para cada um de seus colaboradores.