Transformando ideias em ação: confira como foi o Asaas Connect

Descubra os principais insights do Asaas Connect 2024, evento repleto de inovação e empreendedorismo

11 de Outubro de 2024

Leitura de 20 min

Imagine um evento que reúne os principais nomes de negócios, tecnologia e finanças para uma verdadeira imersão nas tendências que moldam o futuro. O Asaas Connect 2024, em sua segunda edição, trouxe exatamente isso: uma oportunidade única de aprendizado, inovação e networking, com mais de 40 palestrantes de renome, como a empresária Carol Paiffer e a apresentadora e mestre em Direito Gabriela Prioli.

Realizado em São Paulo, o evento contou com três palcos distintos — Palco Connect, Palco Deploy e Speed Talking —, cada um projetado para estimular a troca de ideias e práticas entre CEOs, CFOs, empresários e desenvolvedores.

O Asaas Connect é mais do que um encontro de negócios; ele reflete a missão da fintech de desburocratizar e apoiar empreendedores de todos os tamanhos, criando conexões capazes de transformar trajetórias profissionais. Dito isso, vamos aos destaques que marcaram essa edição?

Índice:

Transformando números em decisões: o poder do Planejamento Financeiro

Nessa palestra, Nathalia Arcuri, fundadora do Me Poupe!, trouxe uma perspectiva prática e direta sobre a importância do planejamento financeiro para o sucesso de qualquer negócio. Mediado por Mari Palma (CNN), o painel começou com uma analogia interessante: o planejamento financeiro é como usar o Google Maps. "Sabe quando você está no Google Maps e começa a ver lá de longe, vê o mapa, as linhas, um país, uma cidade, um bairro, até chegar em uma janela?", questionou Arcuri. Para ela, sem uma receita consistente — ou seja, sem produto e cliente — não há planejamento que se sustente. A empresária alertou para o "hiperotimismo", um dos maiores erros dos empreendedores, aqueles que acreditam cegamente no sucesso sem analisar os riscos, e ainda destacou a importância do foco: o empreendedor que tenta fazer tudo ao mesmo tempo acaba perdendo a direção.

No mundo dos negócios, errar faz parte do processo, mas é essencial saber "errar pequeno", sempre com limites de perda bem definidos. "Se você não coloca um limite de perda, tem uma grande chance de se afundar, afundar sua família, seus amigos", comentou. Ela também ressaltou a importância de trazer racionalidade às decisões empresariais, equilibrando emoção e finanças, algo que aplica com sucesso no Me Poupe!. Ao falar sobre a criação do 'Me Poupe+', a fundadora explicou que o objetivo do novo projeto é "democratizar o acesso à informação de qualidade sobre gestão financeira". Além disso, mencionou as métricas essenciais para tomar decisões no negócio, como o alcance orgânico, CPL (Custo Por Lead), engajamento e NPS (Net Promoter Score), além de, no caso do Me Poupe!, medir o impacto social da empresa.

Encerrando, Arcuri deu dicas práticas para quem enfrenta dificuldades financeiras, sugerindo que o primeiro passo é fazer uma "fotografia" da situação, olhando a realidade com pragmatismo e identificando quais são as alavancas de crescimento, como o aumento das vendas. Ela destacou que o melhor momento para buscar crédito é quando você tem dinheiro e não quando você não tem, enfatizando a importância de se preparar antes das crises. A empresária também alertou sobre os perigos do "viés de confirmação", comum em empresas com pouca diversidade, onde se corre o risco de criar produtos limitados, voltados apenas para quem se parece com o próprio empreendedor do negócio.

Como superar a indecisão dos clientes

Neste painel, Chris Cornehl, CEO da Meet Rox, apresentou o Jolt Effect, metodologia criada pela sua empresa. Ele iniciou explicando o contexto de abordagens de vendas que influenciaram o Jolt Effect, como o Spin Selling e o Challenger Sale. O vendedor Challenger é aquele que desafia o cliente a perceber que permanecer no "ponto A" é mais problemático do que buscar o "ponto B". Ele conta que, apesar dessa habilidade, 84% das vendas ainda não se concretizavam, levando à pergunta: "O que os melhores vendedores estão fazendo de diferente?". Nesse contexto, surgiu o Jolt Effect, desenvolvido em 2022, no ambiente pós-pandemia. A principal descoberta é que, além do status quo, a indecisão — motivada pelo medo de errar — é um dos maiores fatores que impede o fechamento de negócios.

Cornehl apresentou dados mostrando que 13% das pessoas são moderadamente indecisas, enquanto 87% são altamente indecisas, o que evidencia a importância de lidar com essa barreira. A indecisão, segundo ele, pode ser classificada em três tipos: evaluation problem (problema de avaliação), lack of information (falta de informação) e outcome uncertainty (incerteza quanto ao resultado). A grande mensagem do Jolt Effect é que ele oferece um segundo "playbook" para vendas, sugerindo que, em alguns momentos, é necessário parar de agir como um vendedor Challenger e passar a adotar a abordagem do Jolt.

O Jolt Effect é baseado em quatro pilares:

  • O "J", de julgamento, refere-se à capacidade do vendedor de identificar o tipo de indecisão com o qual está lidando. 
  • Em seguida, o "O" de orientação, é sobre oferecer um direcionamento claro e proativo, limitando as opções para evitar sobrecarga de informações. 
  • O "L", de limitação de exploração, ensina a controlar o fluxo de informações, semelhante ao papel de um agente de viagens, onde o cliente pára de pesquisar dicas locais durante uma viagem por confiar no conhecimento do vendedor. 
  • Por fim, o "T", de tirar o risco da mesa, pode ser definido com "quais comportamentos ajudam a reduzir o risco para o cliente? O primeiro é o alinhamento de expectativas; o vendedor não deve superprometer nem minimizar as expectativas, mas sim gerenciá-las de forma eficaz. O segundo comportamento envolve a criação de uma proteção contra riscos, que significa trabalhar com outras variáveis que possam influenciar a decisão do cliente", explicou Cornehl.

Inteligência artificial e novos paradigmas da inovação

Diogo Cortiz (Professor na PUC-SP e Colunista no UOL) começou discutindo o contexto atual da inteligência artificial e seus desafios. Ele mencionou a recente premiação de dois pesquisadores com o Nobel por suas contribuições a IA e relembrou a primeira notícia sobre o COVID-19 no The New York Times, publicada em dezembro de 2019. Parece que foi ontem, não é mesmo? Ele argumenta que, se já estivemos em um momento de efeito borboleta, agora estamos vivenciando o efeito "ChatGPT". 

"Todos se lembram do dia em que um engenheiro do Google afirmou que a IA havia adquirido consciência? Mesmo com várias empresas desenvolvendo seus chatbots, havia hesitação em lançá-los. Então, a OpenAI aparece e disponibiliza um produto acessível a todos. Isso gerou um estado de FOMO (medo de ficar de fora), levando as big techs a investir massivamente em inteligência artificial.", relembrou ele.

Diogo ressaltou que o importante não é apenas o que a tecnologia é agora, mas o que ela pode se tornar. Pensem no Instagram: criado para compartilhar fotos, hoje é uma plataforma multifuncional. A tecnologia se retroalimenta do comportamento humano. Cortiz destacou duas abordagens distintas da inteligência artificial: a IA preditiva e a IA generativa. A IA preditiva utiliza dados históricos para prever resultados futuros. Um exemplo é a Netflix, que personaliza capas de filmes e séries para diferentes perfis de usuários, aumentando o engajamento ao entender preferências individuais.

Por outro lado, a IA generativa cria novos dados a partir de informações existentes, oferecendo oportunidades inovadoras em vários setores. Essa capacidade permite não apenas a geração de conteúdo, mas também a simulação de cenários complexos, potencializando a inovação em produtos e serviços. O avanço dessas tecnologias representa uma transformação significativa na forma como interagimos com dados e tomamos decisões. 

Neste contexto, o governo brasileiro está investindo R$23 bilhões em um plano de inteligência artificial, com o objetivo de desenvolver tecnologias que respeitem a ética e a privacidade dos cidadãos. Esse investimento visa elevar o Brasil à posição de liderança na pesquisa e inovação em IA, promovendo a criação de novos modelos de negócio e a adaptação da indústria às novas realidades tecnológicas. O palestrante enfatizou a importância da requalificação profissional, à medida que a IA se torna uma parte integrante do mercado de trabalho. Para encerrar, ele trouxe à tona uma imagem icônica do Homem-Aranha, concluindo com a frase: "Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. E nós, como seres humanos, devemos ter responsabilidade em como usamos essas ferramentas".

O poder da implementação de plataformas para melhoria de processos

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O quarto painel do evento, mediado por Eduardo Kruger, Vice-presidente de Produtos no Asaas, trouxe à tona as experiências dos palestrantes sobre como a implementação de plataformas digitais pode transformar processos dentro das organizações. Jaqueline BentoSenior Software Engineer Manager no Ifood Benefícios, compartilhou sua visão sobre como essas ferramentas têm transformado as operações e contribuído para a inovação. Para ela, as plataformas digitais, especialmente as ferramentas low-code, foram "divisores de águas": elas liberaram tempo para que a equipe pudesse se concentrar em aspectos estratégicos, como a inovação e a evolução do produto.

A autonomia é um ponto central na abordagem do iFood. Jaqueline destaca o uso do pcard, que permite que os gerentes façam aquisições de ferramentas que atendam diretamente às necessidades do negócio. Isso não apenas empodera os colaboradores, mas também incentiva uma cultura de inovação. Ela afirma: "No iFood, temos alguns modelos de trabalho que ajudam muito no dia a dia, como o pcard".

Fabio Caous, Executivo de Contas Estratégicas na Twilio, complementou a discussão ao abordar o papel da comunicação na implementação de novas plataformas. Ele afirmou que a efetividade na escolha e implementação de tecnologias deve estar alinhada com as reais necessidades do negócio, observando que "a solução é mais simples do que parece" em muitos casos. A escuta ativa dos clientes também foi um tema recorrente no painel. Jaqueline compartilhou a experiência do iFood em realizar pesquisas regulares para entender as necessidades dos usuários, destacando um caso onde “a principal reclamação das pessoas era ‘eu não consigo falar com um humano’”. Em resposta, a empresa implementou um canal via WhatsApp, resultando em uma melhoria significativa na NPS.

Eduardo Kruger trouxe à luz da discussão a integração de sistemas e a importância das APIs na personalização das soluções para atender às especificidades de cada negócio. Com ênfase na comunicação transparente com os clientes se revelando fundamental, Bento encerrou comentando que, para fortalecer o relacionamento com os usuários, é vital não apenas ouvir, mas também manter um diálogo contínuo sobre as melhorias implementadas. "O ponto não é só fazer essa escuta, mas manter essa troca com ele", concluiu. Essa abordagem reforça o compromisso do iFood com a melhoria contínua e a satisfação do cliente, ao mesmo tempo em que destaca a relevância de uma cultura colaborativa dentro das organizações.

Ecossistema Empresarial: Insights de Carol Paiffer

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Carol Paiffer, Shark e CEO da ATOM, apresentou uma visão abrangente sobre ecossistemas empresariais, começando com a definição de um CSC (Centro de Serviços Compartilhados). Ela destacou a importância de validar produtos e serviços após a formação de uma estrutura empresarial. Fazendo um paralelo com sua experiência no Shark Tank, ela enfatizou a necessidade de entender se o que está sendo oferecido possui valor agregado e potencial escalável. Segundo Carol, muitos empreendedores mantêm produtos que não vendem apenas por ego, o que a leva a questionar: “Por que manter 30 produtos na prateleira se só cinco são vendidos?”.

A palestrante destacou a importância da análise financeira: "Contra números não há argumentos". Para Carol, compreender e interpretar os números é crucial para qualquer negócio. Ela também abordou a gestão de equipes, apresentando um teste que aplica aos seus investidos, chamado "ADV", que gera um relatório detalhado sobre o autoconhecimento dos integrantes. "Quando não temos autoconhecimento do que fazemos com facilidade, a gente passa a se adaptar o tempo inteiro", ressaltando que gosta muito desse teste porque ele mostra quando a pessoa está só se adaptando. Paiffer recomendou duas leituras que considera essenciais para empreendedores: Comece pelo PorquêJogo Infinito. Essas obras ressaltam a necessidade de construir legados e não apenas focar no curto prazo, o que pode ser uma armadilha para a sustentabilidade dos negócios.

Ao discorrer sobre a estratégia de expansão, Carol enfatizou que crescer sem organização é um erro comum. Ela notou que muitos empreendedores, influenciados pela rapidez das redes sociais, buscam ascender rapidamente, mas isso pode levar a falhas: "Não adianta querer crescer sem organização". A empresária explicou que o poder de um ecossistema é demonstrado através da interconexão de setores diferentes, afirmando: “Quanto mais setores e segmentos diferentes, mais poder nós temos no ecossistema”. Ressaltou ainda que a redução do Custo de Aquisição de Clientes (CAC) deve ser uma prioridade para todos.

Para concluir, a Shark evidenciou a importância do empreendedorismo como um tema presente em todos os lugares. Ela citou seu projeto sobre educação financeira, o Clube do Teo Tourinho, que está sendo implementado em escolas públicas do Brasil. "Se você tem o poder de falar sobre um assunto, você pode transformar o nosso país através desse conhecimento", declarou, desafiando todos a se tornarem educadores e influenciadores em suas comunidades. "Você quer mudar o nosso país?" foi a provocação final, incentivando uma reflexão sobre o papel de cada um de nós na construção de um futuro melhor.

Carreira: principais caminhos e oportunidades de mercado nas áreas de tecnologia

Neste momento do evento, Paulo Chiodi (Product Guru's), Gabriel Pato (Pato Academy) e Fred Amaral (Lerian) ressaltaram a importância do aprendizado contínuo para desenvolvedores, enfatizando que a inteligência artificial (IA) deve ser integrada nas operações das empresas. Eles discutiram como a IA pode ser uma ferramenta valiosa, ajudando os profissionais a aprimorarem suas carreiras e conhecimentos, ao mesmo tempo em que destacaram que a autenticidade se tornará um diferencial em um cenário saturado por conteúdos gerados por IA.

Além disso, alertaram para a necessidade de um entendimento profundo dos dados e das soft skills, essenciais para o sucesso nas áreas de tecnologia. Eles concluíram que a IA deve ser vista como uma aliada, e não como uma inimiga, ressaltando que "ela é o que você quiser que ela seja", incentivando os profissionais a aproveitarem essa ferramenta para potencializar seu desenvolvimento profissional.

Por fim, eles enfatizaram que a verdadeira inovação surge da combinação do conhecimento técnico com a criatividade e a capacidade de adaptação. A habilidade de interpretar dados e tomar decisões informadas se torna crucial, especialmente em um ambiente de trabalho em rápida evolução. Essa integração de habilidades técnicas e interpessoais não apenas favorece o crescimento profissional, mas também contribui para a criação de soluções mais eficazes e inovadoras nas organizações.

Empreendendo no entretenimento: ideias que geram resultados

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Konrad Dantas, fundador da Kondzilla, começou sua palestra contando sobre sua trajetória pessoal, explicando que, aos 11 anos, decidiu mudar sua vida através do rap e da produção musical. A virada em sua vida veio com a educação. Após a morte de sua mãe, ele usou o seguro de vida que recebeu para investir nos seus estudos e se mudou para São Paulo. Para ilustrar o contexto da época, ele mostra um vídeo do MC B.O. para destacar a estética dos clipes de funk em 2008, antes do surgimento da Kondzilla.

A virada na sua carreira veio com o clipe do MC Boy do Charmes, "Megane", que alcançou 1 milhão de visualizações em apenas 28 dias. Isso abriu portas para outros artistas, como MC Guimê, que o procurou para produzir "Tá Patrão". Nesse ponto, ele revela que enfrentou adversidades financeiras e chegou a pensar em desistir. No entanto, foi chamado para dirigir um DVD do Charlie Brown Jr. em 2011, o que reacendeu sua carreira, abrindo portas para grandes produções como "Baile de Favela" do MC João e "Deu Onda" do MC Bin Laden.

Kond compartilhou a decisão importante de não usar mais palavrões, mulheres de biquíni ou armas de fogo em seus clipes, o que ajudou a tornar o Kondzilla um dos maiores canais do país, com mais de 67 milhões de visualizações. Ele ressaltou que "todo mundo é uma marca e, no futuro, as marcas vão se tornar verbos", movimento que já estamos vendo com os "youtubers" e "instagrammers".

Ele também deu conselhos para empreendedores iniciantes, destacando a importância de compartilhar lucros e construir empresas com parceiros que estão ao seu lado desde o início. Brincou sobre a importância de "fazer um bom PowerPoint", e reforçou que para tirar uma ideia do papel, é preciso começar colocando-a no papel. Kond destacou três prioridades em qualquer negócio: aumentar o faturamento, diminuir custos e melhorar o produto. Por fim, ele mencionou o sucesso de produções especiais, como a série "Sintonia", que se tornou a série de língua não-inglesa mais assistida no mundo na Netflix em agosto de 2023. Ele também mencionou seu projeto com a Paramount+, "Escola de Quebrada", e reforçou a importância do marketing, do destaque nas plataformas e de escolher bem os parceiros de negócios.

O painel culminou com a menção ao Instituto Kondzilla, que visa formar jovens periféricos e inseri-los na economia criativa. Para encerrar, ele fez um apelo à plateia: "ajude um jovem de favela a estudar", ressaltando que não é necessário ser bilionário para ajudar, mas sim ter disposição para oferecer apoio básico, como um vale-alimentação, por exemplo. Sua frase final, "se pá você é feliz e nem sabe", ressoou como um lembrete da importância de valorizar as pequenas coisas na vida.

Do Brasil ao Vale do Silício: aprendizados sobre inovação, liderança e growth

Emília Chagas (Darwin Startups) começou compartilhando sua trajetória profissional e lançou uma pergunta para o público: quantos ali já eram ou sonhavam em ser empreendedores? Muitas mãos se levantaram, mas ela surpreendeu ao dizer que nunca havia sonhado em empreender; seu objetivo era ser jornalista. Durante sua carreira como repórter, e enquanto entrevistava pessoas sobre empreendedorismo e feminismo, foi indicada ao livro O Segredo de Luísa, que plantou as primeiras sementes de inquietação sobre o tema. Mais tarde, como gestora de conteúdo, ela identificou um problema no mercado: a falta de uma ferramenta unificada para gerir conteúdo. Foi a partir dessa necessidade que ela entrou no universo do empreendedorismo.

Ela desenvolveu um sistema básico que resolvia parte desse problema, e a partir dessa experiência aprendeu uma lição importante: o que parece ser um problema pode ser, na verdade, uma oportunidade. Esse produto inicial rodou pelo Brasil por um ano, mas, ao analisar o mercado mais profundamente, Emília percebeu que apenas 2% da demanda estava no Brasil, enquanto 40% vinham dos Estados Unidos. Isso a levou a entender que quanto maior o problema, melhor a oportunidade. Foi assim que sua jornada a levou ao Vale do Silício, onde seu produto foi aprimorado, e nasceu a versão definitiva do sistema, agora moldado pela visão dos clientes e suas necessidades.

A partir desse ponto, Emília destacou a importância da distribuição. Para ela, o erro do empreendedor iniciante é focar demais no produto, enquanto o empreendedor experiente sabe que a chave está na distribuição: "Quem são seus parceiros de distribuição?", perguntou, sublinhando que ter acesso ao mercado é o que realmente permite o crescimento. Outro aprendizado fundamental foi o uso de métodos científicos no desenvolvimento de negócios, sempre focando na melhoria contínua e na busca pelo alinhamento entre valores pessoais e profissionais. Chagas finalizou com uma reflexão sobre propósito e bem-estar: “No meio da história, a vida acontece. Precisamos estar integrados ao que acreditamos e nossos valores. Vamos viver a vida que a gente quer e nossa empresa pode nos apoiar nisso, não é uma corrida sem fim, é sobre viver e viver bem."

Menos emoção, mais razão

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Logo de início, Gabriela Prioli (Rede Globo) trouxe leveza à conversa brincando com o fato de que, ao se tornar influenciadora, disseram que ela precisava de um bordão. “Menos emoção e mais razão” acabou se tornando o dela. Curiosamente, ela logo enfatizou que não se considera uma pessoa totalmente racional. "Eu sou, sim, uma pessoa emocionada", afirmou, explicando que a frase não implica na ausência de emoção, mas sim na importância de agir com racionalidade mesmo diante dos sentimentos. Ao recomendar o livro A Mente Moralista, ela introduziu a metáfora do "elefante e o ginete". "Você sabe o que é um ginete?", perguntou à plateia. Ela explicou que o ginete, ou cavaleiro, é como a racionalidade tentando guiar o elefante, que representa nossa parte emocional. “O elefante é mais forte, mas o ginete pode direcionar o caminho”, disse, ressaltando que a racionalidade precisa ser trazida ao jogo para equilibrar nossas decisões.

Prioli também mencionou o livro Rápido e Devagar, que detalha o funcionamento dos sistemas 1 e 2 da mente: o sistema 1 é rápido, intuitivo e emocional, enquanto o sistema 2 é mais lento, deliberativo e lógico. E é esse equilíbrio entre o intuitivo e o racional que precisamos buscar em nossas decisões diárias. Ela exemplificou ao mostrar a imagem de uma pessoa aflita: todos rapidamente perceberam o estado emocional da pessoa, mas quando perguntou "quanto é 15x37?", a resposta não veio tão fácil. "Entenderam a diferença entre o elefante e o ginete?", provocou. Para Gabriela, viver de forma mais racional – mais "15x37" – ajuda a evitar decisões impulsivas e mal pensadas.

Ao falar sobre o efeito Dunning-Kruger, Gabriela explicou como a confiança flutua conforme aprendemos. “No começo, você não sabe nada e a confiança está lá em cima. Conforme vai estudando, a confiança cai, mas quando você vira especialista, ela volta a subir – só que nunca no mesmo nível de quem não sabe nada”. Para ela, essa é uma lição importante sobre equilibrar emoção e razão.

Então veio a parte mais descontraída: “Eu sei que vocês não esperavam, mas vou citar o Neymar”, disse, arrancando risadas da plateia. Com o lema do jogador, “Ousadia e alegria!”, incentivou o público a ser corajoso, sem medo de arriscar. Em seguida, mencionou a Anitta: “Ela disse que é impossível agradar todo mundo, e quer saber? Ela está certa! Não dá para agradar 100% das pessoas 100% do tempo”.

No final, ela trouxe uma metáfora pessoal ao contar sobre sua experiência ao saltar de paraquedas, uma situação que gerou grande apreensão. “Por que eu me submeteria a 20 segundos de absoluto pavor?”, pensou. Nesse momento, foi o ginete que entrou em ação: ela deliberadamente escolheu enfrentar o medo. Com isso, Gabriela deixou a plateia com uma mensagem poderosa: “Desejo que vocês tenham coragem de se submeter a 20 segundos de absoluto pavor” (e, não, isso não tem a ver com saltar de paraquedas). Ela nos desafiou a anotar todas as vezes em que sentimos medo e refletir sobre os momentos em que o superamos, mostrando que o medo pode ser vencido – e que é a racionalidade que nos permite escolher enfrentá-lo.

Do empreendedorismo à gestão de pessoas

Asaas Connect 2024, com sua ênfase em empreendedorismo e inovação, apresentou uma rica tapeçaria de insights que os profissionais de Recursos Humanos podem integrar em suas práticas de gestão de pessoas. O evento destacou a importância da adaptação e da criatividade em um ambiente de negócios em constante mudança. A habilidade de inovar e se reinventar é vital não apenas para empreendedores, mas também para líderes que buscam construir culturas organizacionais dinâmicas e resilientes. 

Além disso, o networking proporcionado pelo evento serviu como um lembrete poderoso de que a colaboração e as conexões são essenciais para o sucesso. Ao final do dia, cabe a nós, transformar esses aprendizados em ações concretas.

Gente e gestão

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