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Comunicação não violenta no trabalho: dicas para evitar conflitos

Confira como melhorar o clima organizacional corporativo usando a comunicação não violenta

Por Priscila Couto

Comunicação é a habilidade mais valorizada no mercado e acredito que seja um dos nossos maiores problemas na atualidade. Hoje nos comunicamos de várias formas e com públicos diversos, e sendo assim, os entendimentos não são tão claros para todos, gerando ruídos, conflitos e mal-entendidos, que poderiam ser evitados com uma abordagem mais cuidadosa.

Agora você deve estar se perguntando: como posso mudar a forma de me comunicar, para reduzir esses  impactos?

A resposta é: aprendendo sobre Comunicação Não Violenta (CNV), conceito desenvolvido por Marshall Rosenberg, que ensina como podemos nos comunicar e interagir de forma mais empática com as pessoas à nossa volta. 

Cabe ressaltar que nem toda comunicação é violenta de fato, estamos considerando aqui as palavras utilizadas, são elas que geram sentimentos de mágoa, ansiedade ou tristeza para quem ouve. 

Gosto muito dessa fala do Marshall:

“Quando falamos sobre o que observamos, vamos para a conversa compartilhando uma mesma realidade. Concordamos e testemunhamos que aquilo de fato aconteceu, e tiramos o foco dos julgamentos sobre o que aconteceu.”

O que é comunicação não violenta?

A CNV é uma metodologia baseada na empatia, respeito e compreensão, seu papel é criar conexões autênticas entre as pessoas, permitindo uma comunicação mais clara, sem julgamentos ou críticas. A CNV está pautada em quatro pilares:

  • Observação: detalhe o que aconteceu sem julgamento.
  • Sentimentos: declare seus sentimentos em relação ao acontecido.
  • Necessidades: identifique o que necessita em relação aos seus sentimentos.
  • Pedidos: peça de forma clara, para atender suas necessidades.

Na prática:

Pedro, na última reunião fui interrompida, enquanto explicava meu raciocínio (observação). Me senti excluída e irritada (sentimento), porque todos tiverem espaço de fala sem interrupção. Assim como todos os outros, preciso de espaço para expor minhas opiniões e ser respeitada. Até porque minhas considerações eram pertinentes para o projeto dar certo. (necessidades). Peço que da próxima vez, caso queira fazer alguma consideração, aguarde a finalização na minha ideia, ok? (pedidos)

Percebeu como a mensagem ficou diferente? Se pensarmos na comunicação que não considera a CNV, talvez ela não falaria nada, ele não saberia como ela se sentiu e, em outra reunião, poderia agir do mesmo jeito. 

6 recomendações para melhorar sua comunicação

  1. Pratique uma escuta ativa 

    Quando alguém conversar com você, dedique total atenção à pessoa. Se estiver realizando uma atividade, interrompa, se não puder, peça um momento, finalize e, só depois, dê atenção à pessoa. Demonstre interesse pelo que ela fala, use o seu corpo para criar essas reações, busque também fazer perguntas, a fim de esclarecer algum ponto.

  2. Observe ao invés de julgar

    Ao utilizar a comunicação não violenta, julgamentos e críticas ficam de fora, é preciso apenas descrever o acontecimento de forma clara, focando na ação e não na pessoa. 

    Na prática: 

    Ao invés de dizer: “Você não contribui em nenhuma reunião”, diga “Gostaria de ouvir mais sua opinião nas reuniões, o que acha?”

  3. Não tenha receio de dizer como se sente

    Falar sobre nós pode ser desafiador, eu sei, e entendo que não tivemos um aprendizado emocional, que nos ensine como fazer isso. Por causa disso, temos por hábito misturar emoções, entre o que aconteceu ou achamos que aconteceu de fato. Ao praticar a CNV, os sentimentos vêm à tona. E não se esqueça: é sempre sobre você e não sobre o outro. 

    Na prática:

    Abuse de frases que comecem com: "Eu me sinto..." ao invés de "Você me faz sentir..."

  4. Compartilhe suas necessidades

    A origem de muitos conflitos no ambiente de trabalho acontece porque as necessidades não são atendidas. Hoje temos o seguinte cenário: se ficamos insatisfeitos com alguma coisa, fechamos a cara e/ou contamos para o amigo do lado, mas não procuramos a pessoa que gerou a insatisfação. Entenda que, para a comunicação fluir, é preciso também ter conversas difíceis.

    Na prática:  

    Ao invés de dizer: “você ainda não entendeu porque tenho interesse em participar desse projeto”, diga “esse projeto é importante para mim, porque irá tratar do assunto X, que tenho interesse em aprender e, inclusive, estou lendo um livro sobre o tema"

  5. Seja claro nos seus pedidos

    Pedidos nada mais são do que as necessidades que você quer atingir. O papel do pedido não é incomodar, mas sim deixar claro o que você espera que aconteça, facilitando o entendimento do outro. Porque se o seu pedido não for claro, as coisas vão rolar sobre a perspectiva de quem faz, que pode ser diferente da sua. 

    Nossa intenção ao pedir não é colocar ninguém na parede e nem dar ultimatos, por isso, atenção na escolha das palavras e no tempo que você deseja que tudo aconteça.

    Na prática: 

    “Você consegue finalizar aquele relatório na quinta até às 15h?”, é bem melhor do que: “Preciso do relatório na quinta, às 15h, na minha mesa, sem falta!”

  6. Desenvolva sua empatia

    Durante muito tempo, acreditei que ser empática era tratar o outro como eu gostaria de ser tratada. Estava sendo egoísta e nem sabia. Na verdade, ter empatia é tratar o outro como ele quer ser tratado e, para isso, precisamos questionar. Mas como realizar isso nas empresas? Analisando as situações sem julgamento, refletindo através do ponto de vista do outro. Não estamos falando de concordar com tudo, mas sim abrir a mente para outras possibilidades, validando os sentimentos e necessidades do outro.

    Na prática: 

    Considere a seguinte situação: alguém da sua equipe perdeu seu animal de estimação, ficou super abalado, está muito triste e não foi trabalhar. Para quem não tem um Pet, talvez isso não faça sentido e julgue, dizendo algo do tipo: “Gente, mas era somente um animal”. Quando o certo para essa situação seria apenas respeitar.

Conheça essa exposição sobre empatia: Exposição interativa usa calçados e áudios com histórias contadas por seus donos para trabalhar empatia | O que fazer em São Paulo | G1 (globo.com)

Incentivar o uso da CNV no ambiente corporativo é transformar a comunicação e a forma com que as pessoas se relacionam, criando uma cultura mais clara, empática e humanizada. A redução de conflitos é apenas um dos ganhos, você pode ter aumento na produtividade dos times, melhoria do clima, aumento do NPS, redução do turnover, mais qualidade de vida e bem-estar. 

Priscila Couto tem uma consultoria voltada para a Mentoria de Carreiras, além de ser LinkedIn Top Voice Carreira. Também atua como palestrante, professora, consultora de LinkedIn e influenciadora.

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Gente e gestão

Priscila Couto

23 de Julho de 2024

Leitura de 5 min