Demissão sem justa causa: entenda os direitos do trabalhador

Como a inteligência artificial impacta o bem-estar, a inovação e a performance no trabalho, segundo o Pulso RH 2025 da Alice.
30 de Junho de 2025
Leitura de 7 min
A inteligência artificial não é mais sobre o futuro — é sobre o agora.
A 4ª edição do Pulso RH, da Alice nos convida a olhar para a IA com mais profundidade. O estudo mostra que, embora ela ainda divida opiniões, já transforma a produtividade, o bem-estar e a forma como vivemos e trabalhamos.
Mais da metade dos profissionais brasileiros afirmam que a IA tem um impacto significativo no seu dia a dia. A pesquisa revela o surgimento de uma cultura "IA-first", onde a tecnologia é aliada do cuidado, da empatia e da performance humana. Um dado curioso: quem usa IA com frequência também cuida mais da saúde física, emocional e social.
Por outro lado, o desafio é real: nem todos sabem como usar, por que usar ou têm apoio das empresas. E é aí que entra o RH — como arquiteto de ambientes saudáveis e inteligentes, que prepara pessoas para liderar essa nova era com segurança, clareza e propósito.
O Pulso RH não oferece respostas prontas. Ele provoca.
E deixa claro: o futuro do trabalho passa por decisões que tomamos agora. E essas decisões precisam colocar as pessoas no centro — com saúde, autonomia e humanidade.
Índice:
Foi com uma provocação certeira que André Florence, CEO e cofundador da Alice, abriu a 4ª edição do Pulso RH: “O que a inteligência artificial tem a ver com saúde?”
A pergunta, longe de ser retórica, ecoa os dados da pesquisa e convida o RH a olhar para a IA não apenas como ferramenta de produtividade, mas como fator de bem-estar e transformação cultural.
Segundo o estudo, 63% das pessoas já usam IA no trabalho, e 58% afirmam que o impacto foi relevante.
Mas o dado que mais chama atenção é o que conecta tecnologia e qualidade de vida: 59% das pessoas dizem que a IA ajudou a economizar até 30% do tempo do dia. E esse tempo extra? Está sendo dedicado a estudos, família e saúde.
André resumiu bem:
“A IA ainda não mudou o mundo, mas já mudou a expectativa que temos sobre o mundo.”
Ao automatizar tarefas repetitivas - 42% dos entrevistados relatam isso - e ampliar a eficiência - 41% dizem que a IA aumentou seu escopo de atuação, a IA reorganiza o nosso jeito de trabalhar e, consequentemente, de viver.
Mas fica o alerta: se o escopo aumenta, o cuidado também precisa crescer na mesma proporção.
O desafio não está só em adotar IA, mas em garantir que ela gere tempo com qualidade e não apenas mais demandas.
O primeiro painel do evento trouxe provocações importantes sobre como a inteligência artificial está sendo integrada à cultura, aos processos e — principalmente — à estratégia das empresas.
Eduardo Thuler, Vice Presidente de operações de AI, na Wellhub, abriu o painel com uma fala direta e prática: por lá, o uso de ferramentas como Gemini já faz parte do dia a dia.
“A pergunta certa não é se a IA vai substituir algo, mas: será que o que eu faço hoje poderia ser feito melhor com a ajuda de uma assistente?”
A provocação abre espaço para um novo tipo de reflexão — menos defensiva e mais estratégica. Para Eduardo, o uso da IA precisa estar no centro das decisões e se tornar parte natural do raciocínio dos times.
Mariana Dias, CEO e cofundadora da Gupy, complementou trazendo a importância da autorresponsabilidade: é preciso se adaptar, aprender continuamente e assumir o protagonismo sobre o uso da tecnologia.
Para Mariana, os líderes têm um papel fundamental em dar o exemplo. A cultura da empresa precisa incentivar o uso da IA como meio de colaboração e aceleração.
Robson Privado, CGO e cofundador da MadeiraMadeira, reforçou o papel da liderança como guia nesse processo. Para ele, liderança é mostrar o caminho e incentivar o time a trilhar. É preciso estudar, buscar, testar e principalmente desenvolver a curiosidade nas equipes.
A fala dele destaca algo fundamental: a curiosidade é uma competência chave na era da IA. Mais do que saber usar ferramentas, é preciso cultivar uma mentalidade aberta para experimentar, errar e aprender com agilidade.
E mesmo com todo esse movimento, o medo ainda existe: 36% dos profissionais ainda têm receio de serem substituídos pela IA, segundo os dados do Pulso RH.
Sobre isso, Mariana lembrou que novas funções surgem à medida que outras desaparecem — e que a adaptação faz parte do processo. Para ela é preciso entender no caminho como nos reposicionar. A transformação vem acompanhada de incertezas, mas também de oportunidades.
Para fechar o painel, Eduardo fez um lembrete necessário:
“Como humanos, a resistência sempre vai existir. Mas é papel da cultura e da liderança impulsionar a mudança e criar ambientes que encorajem essa transição.”
Como se constrói uma cultura aberta à inovação?
Essa foi a provocação que norteou o segundo painel do evento — e que, segundo os dados do Pulso RH 2025, precisa ser respondida com ações claras, lideranças preparadas e um ambiente de confiança.
Os números mostram uma relação direta entre uso de IA e percepção de inovação:
Na prática, isso significa que usar IA não é só sobre tecnologia — é um reflexo da cultura organizacional. Raphael Bozza, CHRO no iFood, confirmou essa afirmação compartilhando que no iFood a cultura é tão forte e tão presente que, mesmo diante dos desafios, seguimos focados em inovação e tecnologia.
Bozza destacou os sete comportamentos do “jeito iFood de trabalhar”, com ênfase em agir com agilidade, testar, errar e aprender rápido. Um exemplo disso é o iFood Hits, iniciativa que só deu certo depois de muitas tentativas e aprendizados ao longo do caminho.
Gianpiero Sperati, CHRO da Creditas, trouxe um ponto essencial:
“Alta performance exige equilíbrio com bem-estar. Só com segurança psicológica é possível criar um ambiente onde as pessoas inovam de verdade.”
Ele também destacou a importância das parcerias estratégicas com foco em saúde e bem-estar, que sustentam essa cultura de equilíbrio.
Gabriela Cañas, CHRO da Nuvemshop, reforçou que a inovação se constrói no cotidiano, com espaço para testar e errar. Ela compartilhou a experiência da empresa com um agente de IA interno, que apoia os colaboradores com agilidade, reduz tarefas operacionais e melhora a experiência de trabalho.
Segundo a pesquisa, 58% das pessoas que usam IA no trabalho relataram economia de mais de 30% do tempo com tarefas operacionais — tempo que pode ser realocado para estratégias, aprendizado e inovação.
Gabriela também citou o papel dos hackathons como rituais culturais importantes:
“As pessoas só vão aprender — e perder o medo — se tiverem espaço para usar e testar”
Bozza finalizou com práticas internas do iFood que ajudam a sustentar essa mentalidade inovadora: o uso da IA é avaliado nos ciclos de desempenho, e há investimento direcionado no PDI (Plano de Desenvolvimento Individual) para aprofundar o conhecimento em IA.
E, como disse Gianpiero, amarrando tudo de forma precisa:
“No fim, é tudo sobre pessoas — e sobre mudar hábitos.”
A IA não é só sobre eficiência. É sobre escolhas humanas, cultura organizacional e liderança ativa.
Se queremos usar melhor o tempo que a IA nos devolve, precisamos preparar nossas empresas, nossos líderes e nossos times. Fica a provocação: sua empresa está realmente pronta para abraçar a inovação — ou apenas usando a IA como atalho?
Quer continuar por dentro dos principais eventos do mundo do RH? Acompanhe o Acrescenta, o hub de conteúdo do iFood Benefícios.