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Como conduzir entrevistas de recrutamento para não recrutadores

O que você precisa perceber, dicas e boas práticas

Por Carolina Martins

A rotatividade de colaboradores traz muitos prejuízos para a empresa: impacto negativo na marca empregadora, perdas financeiras e clima organizacional instável são alguns deles.

Enquanto especialista em recrutamento e seleção, acredito fortemente que a taxa de turnover está relacionada a uma contratação eficiente. Por isso, saber como conduzir um processo seletivo é extremamente importante, e essa é uma habilidade que pode ser desenvolvida por profissionais não-recrutadores.

A entrevista é a fase mais importante em um processo seletivo. Porém, para uma contratação eficaz, não basta apenas saber conduzir uma entrevista de recrutamento, é preciso ter bons candidatos para a vaga. Essa é a maior dificuldade; 85% das empresas alegaram ter dificuldade na contratação de profissionais.

Estabeleça processos bem definidos para que você tenha uma boa previsibilidade dos resultados. Para isso, siga as etapas a seguir:

  • Mapeamento prévio da contratação

Este mapeamento prévio consiste em, primeiro, entender o porquê uma vaga será aberta na empresa. Feito isso, você sabe exatamente qual o principal problema que o novo colaborador vai resolver e quais competências técnicas e comportamentais ele deve ter.

  • Crie um descritivo da vaga

Coloque o título do cargo, quais serão as atividades diárias do colaborador, quais qualificações são indispensáveis e as habilidades desejadas. Não se concentre em pré-requisitos, foque nas responsabilidades da função para mapear com clareza o desempenho que a empresa espera do profissional e quais competências ele precisa ter para chegar no resultado esperado. Mesmo que você não encontre um perfil profissional 100% compatível, o descritivo é um parâmetro de análise e será o seu aliado em todo o processo seletivo.

  • Localize os profissionais ideais

Algumas empresas optam apenas pela divulgação pública da vaga. Mesmo que ela exista, a forma mais eficiente (e gratuita) de ter bons candidatos no processo seletivo é por meio da prospecção, usando a inteligência artificial do LinkedIn a seu favor. Esse é o melhor caminho para encontrar profissionais compatíveis com a vaga.

Com a ferramenta do LinkedIn Recruiter, basta você usar filtros para localizar exatamente o perfil profissional que você busca e convidá-lo para o processo seletivo. Assim, você otimiza o seu tempo e garante que os candidatos estejam enquadrados com o que a empresa precisa para o cargo.

  • Conduza uma boa entrevista

Para conduzir uma entrevista de recrutamento da melhor forma possível, tenha em mente que são necessárias algumas estratégias. Além de resolver um problema da empresa, a contratação deve ser feita com foco em reter talentos.

Peter Ducker, pai da administração moderna, já dizia: “As pessoas são contratadas por suas habilidades técnicas, mas são demitidas pelos seus comportamentos”. Pensando nisso, a forma estratégica de manter bons colaboradores na empresa é contratar pelo comportamento, e não somente por suas habilidades técnicas.

As soft skills (competências comportamentais) são muito mais difíceis de aprender. Diferente das competências técnicas, não basta fazer um curso para desenvolver habilidades, como inteligência emocional, resiliência, empatia, paciência, etc.

Por isso, ao contratar com base nas competências, você tem os olhos voltados ao que realmente importa: a capacidade do profissional de ter uma boa performance e contribuir com os objetivos da empresa.

Embora seja uma tendência de recrutamento, o método foi criado em 1959 por Robert White. Definitivamente, as competências são os melhores preditores para o desempenho do trabalho, muito mais que os métodos tradicionais de contratação - como teste de QI, indicação ou análise de requisitos.

Em síntese, a contratação com base em competências tem o foco nas habilidades, desempenhos e resultados do candidato, e não nos diplomas, prestígio e atributos.

Não é porque um profissional estudou em uma universidade renomada que, necessariamente, ele sabe liderar bem um time.

Além de aumentar as chances de encontrar a pessoa certa para a função, contratando com base nas competências e não apenas nas características, ajuda a empresa a se tornar mais diversa e inclusiva.

  • Leia o currículo atentamente antes de entrevistar o candidato

Parece óbvio, eu sei. Mas uma leitura atenciosa do currículo antes da entrevista muda tudo. Você não perde tempo perguntando informações que já estão descritas no currículo. Pelo contrário: você usa disso a seu favor para fazer perguntas objetivas e estratégicas.

Por exemplo: se você notou que o candidato foi líder em alguma empresa (ou até mesmo em um trabalho voluntário da faculdade), pergunte a ele sobre essa experiência, quais foram os principais desafios e como ele cooperou com os resultados alcançados.

  • Seja um bom ouvinte

Extraia uma resposta completa do candidato e preste bastante atenção no que ele diz, assim você consegue ter uma visão ampla de suas habilidades, experiências e competências.

Não confie em sua memória: tome nota das respostas, isso é importante para uma análise comparativa após as entrevistas dos candidatos.

  • Crie um ambiente confortável

Tenha empatia com o candidato. A entrevista de emprego é desafiadora para muitas pessoas. Preparar um ambiente acolhedor reduz o nervosismo do candidato e faz com que ele dê respostas mais completas.

Mostre interesse genuíno na entrevista e elabore perguntas claras e diretas, para que não haja problemas interpretativos. Tudo isso influenciará positivamente na sua avaliação. 

  • Elabore boas perguntas

Toda pergunta feita na entrevista de emprego tem um objetivo por trás. Algumas são indispensáveis, porque fazem com que você perceba importantes traços de comportamento. 

Vou citar dois exemplos: 

Quais são seus pontos fortes e pontos fracos? 

Essa pergunta é estratégica para você identificar se o candidato possui pontos fortes relacionados aos requisitos da vaga. 

Do mesmo modo, você identifica se o ponto fraco que ele menciona é indispensável para o cargo. O ideal é que o ponto fraco seja alguma competência ou habilidade que não é tão necessária para a função que ele vai ocupar. 

Quais são os seus maiores resultados? 

O que você busca gerar para a empresa, ao realizar um processo seletivo, é resultado. Por isso, quando você identifica um candidato que já tem um bom histórico de resultados, são maiores as chances desse padrão se repetir no cargo que ele está concorrendo. Por isso, na entrevista, saiba identificar profissionais que geram resultados.

  • Avaliação e tecnologia

Uma boa forma de avaliar as competências dos candidatos é aplicando testes e dinâmicas. A avaliação feita no processo seletivo vai variar de acordo com as necessidades da vaga. Podem ser feitas dinâmicas em grupos, testes comportamentais e até mesmo exercícios práticos com foco na técnica, para cargos que dependem de hard skills específicas. 

Independente da avaliação, usar a tecnologia como aliada vai otimizar seu tempo e facilitar o acompanhamento de indicadores. E não importa qual seja sua experiência com recrutamento e seleção, usar ferramentas e softwares (como matriz de competências, simulações comportamentais e elaboração de questionários personalizados) vai te auxiliar e proporcionar mais segurança no processo seletivo. 

O melhor lugar para você ter acesso às tendências e ferramentas de RH é no Hub de Conteúdos do iFood Benefícios, o Acrescenta. Você vai encontrar diversos artigos, webinars e e-books sobre as melhores estratégias para aplicar na prática.

Em um mercado tão competitivo, implementar boas práticas com foco na gestão de pessoas faz toda a diferença na construção de uma equipe eficiente.

Portanto, invista tempo em consumir bons conteúdos, isso vai transformar os resultados do seu trabalho e, automaticamente, trazer melhorias para a sua empresa.

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Carolina Martins é a especialista em RH com maior número de seguidores no LinkedIn e fala sobre carreira em sua página, auxiliando profissionais a se destacarem na rede de contatos com o Programa Autoridade Executiva. Com 10 anos de experiência, já esteve ao lado de quem contrata e também de quem quer ser contratado. É criadora do Programa Trocando de Empregos, 1º treinamento do país a ajudar profissionais na transição de carreira.

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Gente e gestão

Carolina Martins

10 de Julho de 2024

Leitura de 6 min