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Síndrome de Burnout: Como a gestão pode prevenir o esgotamento

Descubra os principais gatilhos que podem desencadear a Síndrome de Burnout e saiba como evitar que este transtorno afete os seus colaborado...

Por Equipe iFood Benefícios

O Burnout, também conhecido como Síndrome do Esgotamento Profissional, continua sendo um desafio significativo para empresas e colaboradores, principalmente em tempos de mudanças rápidas no ambiente de trabalho. A síndrome é caracterizada por um estado de exaustão emocional, física e mental causado pelo estresse excessivo e prolongado no ambiente de trabalho.

Em um cenário onde os colaboradores alternam entre o home office e o escritório, novas pressões e desafios surgem, aumentando o risco de Burnout. Este artigo traz uma visão atualizada da síndrome, seus sintomas no contexto atual e o papel do RH na prevenção.

Índice:

O que é Síndrome de Burnout?

O termo “burnout” foi criado pelo médico americano Herbert Freudenberger em 1974. Ele significa “aquilo que deixou de funcionar por absoluta falta de energia”.

No Brasil, a doença é reconhecida por meio do Decreto N.º 3.048 de 6 de maio de 1999. Além de ser encontrada no Grupo V da Classificação Internacional das Doenças – CID-10. Onde é citada como a “sensação de estar acabado”.

O Burnout e o modelo híbrido de trabalho

Se antes o home office completo era uma novidade, hoje vivemos em um cenário onde o modelo híbrido ganha cada vez mais força. A flexibilidade de trabalhar parte do tempo em casa e parte no escritório traz benefícios, mas também desafios. O sentimento de desconexão ou a sobrecarga para equilibrar as demandas pessoais e profissionais, sem uma separação clara entre os dois ambientes, pode aumentar o risco de Burnout.

Além disso, para muitos colaboradores, o retorno parcial ao escritório traz um novo tipo de pressão: uma adaptação constante entre dois mundos. Enquanto alguns sentem falta da socialização diária no ambiente de trabalho, outros se preocupam com a logística de estar presente fisicamente no escritório algumas vezes por semana, além de manter a produtividade em casa. Essa sobrecarga mental, aliada à sensação de estar "sempre online", pode acelerar o desenvolvimento do Burnout.

Mudanças de atenção e impacto digital

O Burnout apresenta sinais claros, mas eles podem ser facilmente confundidos com cansaço comum ou estresse temporário. No entanto, à medida que o trabalho híbrido e o digital se tornam centrais, começamos a observar um agravamento de certos sintomas, como a despersonalização e a perda de propósito.

Estar sempre conectado e disponível em ferramentas digitais de comunicação, como WhatsApp, Slack e Microsoft Teams, cria uma demanda constante por atenção. Isso resulta em uma sensação de vigilância permanente, que esgota a energia mental e reduz a capacidade de concentração. Assim, muitos profissionais experimentam:

  • Dificuldade de concentração: uma alternância constante entre atividades pessoais e profissionais, combinada com notificações frequentes, compromete a capacidade de foco.
  • Sentimento de ineficiência: mesmo com altos níveis de produtividade, há uma sensação persistente de que o trabalho não é suficiente ou não gera impacto.
  • Distanciamento emocional: muitos profissionais começam a se isolar dos colegas, evitando interações e perdendo a conexão emocional com o trabalho.
  • Alterações no sono: ansiedade e estresse podem causar insônia ou noites de sono pouco reparadoras, levando a uma espiral de esgotamento.

Além desses sinais, o ambiente digital pode criar a falsa impressão de que "não fazer o suficiente" é uma falha pessoal, o que agrava o esgotamento.

Principais causas do esgotamento

O esgotamento, conforme descrito em um artigo da Gallup, é causado por vários fatores inter-relacionados, todos ligados à forma como o ambiente de trabalho e a gestão são estruturados. Os seis fatores que mais se correlacionam com o esgotamento dos colaboradores são:

  1. Carga de trabalho desproporcional

    A sobrecarga de trabalho é uma das principais causas do Burnout. Quando as demandas do trabalho superam os recursos disponíveis (tempo, apoio ou ferramentas adequadas), os colaboradores ficam fisicamente e mentalmente exaustos. Isso é ainda mais agravado em ambientes onde há pressão constante para aumentar a produtividade sem o suporte correspondente.

  2. Falta de apoio e reconhecimento

    O apoio emocional e prático da liderança e dos colegas é essencial para o bem-estar. Quando os colaboradores sentem que estão sozinhos em suas tarefas, sem o devido reconhecimento ou suporte, eles são mais propensos ao esgotamento. O apoio adequado ajuda a aliviar o estresse e a manter os colaboradores engajados e motivados.

  3. Falta de clareza nas expectativas

    A ambiguidade em relação às responsabilidades e metas pode gerar uma sensação de insegurança e ineficácia. Quando os colaboradores não sabem claramente o que é esperado deles, ou quando essas expectativas mudam constantemente, o nível de estresse aumenta. Isso pode gerar frustração e uma sensação de falta de controle, elementos que afetam diretamente o esgotamento. 

  4. Falta de autonomia

    A falta de controle sobre a maneira como o trabalho é realizado também é uma causa significativa de Burnout. Quando os colaboradores têm pouca autonomia para tomar decisões ou ajustar seus próprios métodos de trabalho, a sensação de impotência aumenta. A autonomia, por outro lado, está fortemente relacionada ao bem-estar e à satisfação no trabalho

  5. Desequilíbrio entre a vida pessoal e profissional

    O trabalho excessivo ou horários desregulados que invadem o tempo pessoal, especialmente em ambientes com modelos híbridos ou remotos, são gatilhos importantes para o esgotamento. Colaboradores que não conseguem “desligar” o trabalho e equilibrar suas responsabilidades pessoais são mais propensos ao esgotamento. 

  6. Falta de propósito ou significado no trabalho

    A percepção de que o trabalho não é significativo ou que não contribui para um objetivo maior também pode ser um fator de esgotamento. Quando os colaboradores não veem valor no que fazem, a motivação para as tarefas diminui, o que pode levar ao esgotamento a longo prazo. 

 Esses fatores não só aumentam os níveis de estresse, como também comprometem a saúde física e mental dos colaboradores, resultando em maior rotatividade e queda de produtividade. A gestão proativa desses elementos, por meio de comunicação clara, apoio adequado e um ambiente de trabalho equilibrado, é essencial para prevenir o Burnout​. 

Como as empresas podem prevenir o Burnout? 

As empresas têm um papel fundamental na prevenção do Burnout, especialmente neste novo cenário de trabalho híbrido. Ao adotar práticas que promovam o bem-estar e equilibrar as demandas do trabalho com a saúde mental dos colaboradores, é possivel evitar que o Burnout se instale.

  • Defina expectativas claras

Uma das principais recomendações é que os líderes precisam garantir que as expectativas de desempenho sejam bem comunicadas e detalhadas pelos colaboradores. Isso reduz a incerteza, um fator significativo de estresse, e permite que os funcionários saibam exatamente o que é esperado deles, promovendo mais segurança no trabalho. 

  • Promova uma cultura de apoio e feedback  

O apoio contínuo de líderes e colegas é essencial. Isso inclui o reconhecimento regular pelo trabalho bem feito e fornecer feedback construtivo. Além disso, o apoio emocional é destacado como fundamental, especialmente quando os interlocutores enfrentam desafios pessoais ou profissionais. 

  • Ofereça mais autonomia aos colaboradores 

Dar mais controle sobre o trabalho e a capacidade de tomar decisões sobre como e quando realizar as tarefas pode aliviar o estresse. Quando os colaboradores têm mais autonomia, eles sentem maior controle sobre sua rotina e produtividade, o que ajuda a mitigar o esgotamento. 

  • Garanta um equilíbrio saudável entre a vida pessoal e profissional 

Incentivar os colaboradores a manter limites claros entre o trabalho e a vida pessoal é crucial, especialmente em ambientes com trabalho remoto ou híbrido. As empresas contribuem ao oferecer horários flexíveis e respeitar o tempo de descanso dos funcionários, evitando o “trabalho constante”.

  • Monitore os níveis de bem-estar

A Gallup sugere que as empresas devem realizar check-ins frequentes para monitorar o bem-estar dos colaboradores. Avaliações regulares sobre a carga de trabalho, estresse e engajamento ajudam a identificar sinais de esgotamento antes que ele se agrave. 

  • Treine a liderança

Líderes treinados para reconhecer os primeiros sinais de burnout e agir de forma preventiva fazem uma grande diferença. O treinamento deve incluir empatia, inteligência emocional e habilidades de gestão de conflitos para que possa lidar melhor com situações que podem desencadear o esgotamento.

Essas estratégias não apenas ajudam a prevenir o burnout, mas também promovem um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo, onde os colaboradores se sentem valorizados e motivados.

Saiba como é realizado o diagnóstico do Burnout

Para constatar que uma pessoa está com a Síndrome de Burnout, o diagnóstico precisa ser feito por um psicólogo e psiquiatra, após uma análise clínica.

Portanto, quando notar o surgimento de alguns sintomas relacionados a essa síndrome, é importante buscar ajuda profissional para receber o diagnóstico correto e seguir a forma ideal de tratamento.

Como é feito o tratamento da Síndrome de Burnout

A Síndrome de Burnout geralmente é tratada através de sessões de psicoterapia. Entretanto, em alguns casos é necessário contar com o apoio de medicamentos, como ansiolíticos e antidepressivos.

Além disso, é indicado rever o ambiente de trabalho atual e buscar praticar atividades físicas regularmente para aliviar sintomas de estresse. É importante que a pessoa se afaste do trabalho por um período de tempo para descansar a cabeça e se desligar de suas obrigações.

Burnout não é uma fraqueza, é um alerta

Um dos maiores desafios ao tratar o Burnout é mudar a percepção de que o esgotamento é uma fraqueza pessoal. Muitos colaboradores, principalmente em posições de alta responsabilidade, têm dificuldades em assumir que estão sobrecarregados, por medo de serem vistos como "incapazes".

Por isso, é fundamental que tanto os colaboradores quanto as empresas entendam que o Burnout é um sinal de alerta. Se você ou alguém de sua equipe estiver apresentando os sintomas, é hora de agir. Buscar ajuda, ajustar expectativas e estabelecer limites são etapas essenciais para a recuperação.

A prevenção do Burnout deve ser uma prioridade. Quanto mais cedo forem adotadas medidas de apoio, maiores serão as chances de criar um ambiente de trabalho saudável, produtivo e sustentável para todos. 

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Gente e gestão

Equipe iFood Benefícios

12 de Junho de 2024

Leitura de 9 min