Sintomas físicos do excesso de trabalho

Provocando problemas de saúde, o estresse e cansaço promovidos pelo esgotamento no trabalho podem ser mais perigoso do que parecem

30 de Julho de 2025

Leitura de 5 min

43% dos brasileiros alegam sobrecarga de trabalho, de acordo com uma pesquisa de 2022 feita pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP), em parceria com a Talenses e a Gympass.

Já o Relatório Global de Bem-Estar no Trabalho 2024, do site de empregos Indeed, mostra que 60% dos trabalhadores estão estressados na maior parte do tempo. Apenas 1 em cada 5 entrevistados disseram prosperar em suas atividades profissionais.

O excesso de trabalho é um elemento detrator para a saúde mental, podendo, inclusive, resultar em burnout, ansiedade, depressão e outros distúrbios psicológicos.

Sintomas físicos também são atrelados ao estresse, colocando em risco a qualidade de vida das pessoas. Um estudo global realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que 745 mil pessoas morreram em 2016 por Acidente Vascular Cerebral (AVC) e doenças cardíacas relacionadas a longas jornadas de trabalho.

Casos severos como esse, segundo o levantamento, são mais comuns nos países do Sudeste Asiático e do Pacífico Ocidental, mas outros sinais prejudicam a saúde e podem se tornar cada vez mais graves caso não sejam levados a sério em qualquer lugar do mundo.

Índice:

Tensão muscular

tensão muscular – principalmente nos ombros e no pescoço – é motivada por vários fatores, incluindo má postura, esforço repetitivo e estresse.

Ainda que possa parecer inofensiva, se não tratada propriamente, a dor nos músculos pode causar dores de cabeça e nas costas, fadiga, dor crônica e problemas de mobilidade.

No geral, o tratamento é simples e pode ser feito de maneira independente. Alongamentos e exercícios físicos são as principais soluções. Se necessário, vale procurar profissionais qualificados para aliviar a tensão com massagens, sessões de acupuntura, quiropraxia e medicamentos.

Dor de cabeça

dor de cabeça por estresse é chamada de cefaleia tensional ou cefaleia de tensão. Cansaço e esgotamento são os principais causadores, mas também pode ser associada a problemas de vista, distúrbios de ATM (Articulação Temporomandibular), dores musculares, desidratação e exposição ao sol.

As pessoas afetadas sentem pressões na cabeça na região da testa, têmporas ou nuca. Outros sintomas também podem se manifestar, como dor nos olhos, sensibilidade à luz e no pescoço, ombros e couro cabeludo.

Geralmente, a dor de cabeça pode ser controlada com a ajuda de analgésicos recomendados por médicos e farmacêuticos. Caso seja muito intensa ou frequente, é importante consultar um clínico geral e/ou neurologista para obter o diagnóstico e tratamento adequados.

Hipertensão emocional

Como o próprio nome já indica, a hipertensão emocional é resposta do corpo diante de situações estressantes. É diferente da doença tradicional, normalmente de origem genética.

Isso acontece porque o organismo libera cortisol (hormônio do estresse), norepinefrina e adrenalina, substâncias que aumentam os batimentos cardíacos e promovem a contração dos vasos sanguíneos, causando a pressão alta.

É normal que a pressão suba em momentos de tensão, mas se torna ainda mais grave em pessoas mais ansiosas, sensíveis ou que sofrem de depressão. Os riscos são sérios: doença hipertensiva crônica, AVC, infarto e danos em alguns órgãos (coração, rins e cérebro) com o passar do tempo.

A pressão alta emocional pode gerar alguns sintomas:

  • Fraqueza;
  • sudorese excessiva;
  • dor de cabeça;
  • dor no peito;
  • zumbido no ouvido;
  • problemas de memória.

O principal tratamento é evitar o estresse, seguido de terapia para ajudar a controlar as emoções. Adotar uma dieta balanceada, fazer exercícios físicos, não fumar e não beber também ajudam.

Dependendo da avaliação médica, é possível tratar a doença com a ajuda de medicamentos.

Insônia

A dificuldade para cair no sono, preservá-lo de forma contínua ao longo da noite ou despertar antes do horário planejado é o caracteriza a insônia72% dos brasileiros têm dificuldade para dormir, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A insônia pode ser um sintoma de distúrbios mentais ou uma condição patológica, podendo acontecer três vezes por semana e persistir por vários meses. Em quadros crônicos, tem duração média de três anos.

Em situações de estresse, o cérebro fica mais ativo porque assume um estado de alerta e não consegue desligar nem mesmo nos momentos de descanso.

Além dos sinais emocionais e psicológicos – irritabilidade, letargia, falta de concentração, isolamento, baixa autoestima, ansiedade, depressão, entre outros –, sintomas físicos da insônia são diversos, variando conforme a gravidade de cada quadro:

  • Dor de cabeça;
  • dor muscular;
  • hipertensão;
  • glicemia alta;
  • arritmia;
  • apneia do sono;
  • baixa imunidade;
  • diabetes.

O tratamento depende do diagnóstico. Mudanças de hábito, terapia e medicamentos podem ser receitados profissionais capacitados, como especialistas em medicina do sono.

Gastrite nervosa

Gastrite nervosa, ou dispepsia funcional, é motivada por estresse, ansiedade e outros fatores emocionais. Mesmo que não cause inflamação estomacal como a doença tradicional, provoca azia, queimação, sensação de estufamento, má digestão, gases, náuseas e vômitos.

Os sinais acontecem graças ao vago, um nervo craniano responsável por transmitir mensagens entre cérebro, coração e sistema digestivo. Em eventos estressantes, a produção de gastrina (hormônio associado ao funcionamento gastrointestinal) e ácido clorídrico aumenta, promovendo os sintomas da gastrite.

A gastrite nervosa não é considerada perigosa, mas gera bastante desconforto que pode agravar ainda mais o estado emocional dos pacientes, prejudicando também a produtividade e as relações interpessoais.

O tratamento consiste em controlar as emoções. Evitar estresse, fazer terapia, investir em meditação e atividades físicas são de grande ajuda. Alimentação saudável e tempo para descanso e lazer também fazem parte da lista de bons hábitos.

Caso julgue necessário, um médico gastroenterologista pode receitar remédios para aliviar a condição.
 

Quer ter mais dicas em como cuidar da sua saúde e dos colaboradores? Acompanhe os conteúdos do Saúde no Prato.

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