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Solução lúdica foi a aposta da e-Core para manter o perfil criativo, inovador e colaborativo de sua cultura
Desde 2020, a Think Work existe com a missão ajudar o RH a transformar o mundo do trabalho, trazendo: ideias inovadoras, aplicações práticas, conexões relevantes e ferramentas úteis para impactar positivamente o RH e a gestão de pessoas.
24 de Setembro de 2025
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Entre 2020 e 2022, a empresa de serviços em tecnologia e-Core se viu diante de dois desafios.
O primeiro foi a pandemia da Covid-19, que levou todos os seus funcionários para o trabalho remoto em suas sedes no Brasil e nos Estados Unidos – no México, todos já atuavam a distância. O segundo desafio foi encarar um momento de intenso crescimento, em que a companhia dobrou de tamanho: de cerca de 400 funcionários para quase 800.
Esses dois fatores, na visão do RH, ameaçavam a coesão dos times, a conexão entre as pessoas e o alinhamento com a cultura da e-Core. Desde a sua fundação, há mais de duas décadas, a marca preza pela criatividade, inovação e pela manutenção de ambientes colaborativos e multiculturais.
“A questão também foi colocada pelos executivos, principalmente pelos fundadores, que temiam que os valores se perdessem nesse cenário”, conta Luana Bohn Pinheiro, então analista em people experience da e-Core.
Para a direção, era importante manter conquistas como o 1º lugar nacional entre médias organizações no ranking da consultoria Great Place To Work (GPTW), bem como a nota 4,9 (de 5) na avaliação de funcionários na plataforma Glassdoor.
Índice:
No início de 2022, o time de pessoas decidiu apostar em um projeto leve e lúdico para trabalhar a cultura organizacional: um jogo, alinhado ao gosto de muitos funcionários, que são fãs de games.
A estruturação do projeto teve o apoio da área de tecnologia. Já o desenvolvimento ficou a cargo de um fornecedor especializado, a HSM, e levou dois meses. Em maio, o “E-Game da Cultura” foi lançado na intranet da companhia.
Feito em 2D com inspiração no universo do Super Mario Bros., da Nintendo, o game trabalha os valores da organização em cinco fases: Build Trust, Better Together, Self Start, Deliver & Delight e Lifelong Learning.
A cada fase, o usuário aprende sobre um valor. Para passar de nível, deve-se solucionar um caso ligado a uma situação do dia a dia, respondendo uma questão de múltipla escolha. Independentemente da resposta, o jogador recebe um feedback na hora, com um vídeo em que uma liderança fala sobre aquele determinado valor.
Enquanto avança, o jogador pode juntar moedas, ou e-Coins, e desviar de perigos como zumbis e ratos em cenários que remetem aos escritórios da companhia. O conceito visual e a divulgação do jogo contaram com a contribuição da equipe de marketing e comunicação.
A campanha de lançamento teve o impulso do CEO da empresa, que apresentou o jogo no “All Hands”, reunião bimestral conduzida para toda a companhia e um de seus principais eventos internos.
Também por ocasião do lançamento, os “e-Coreans”, como são chamados os funcionários da e-Core, receberam em casa uma caixa com o mascote da empresa, o e-Corito, e uma cartela de adesivos temáticos. O e-Corito é como um troféu: um reconhecimento a todos os que praticam os valores e que testaram a novidade.
“Tivemos a dupla missão de reciclar o treinamento sobre cultura entre quem já era da casa e treinar os novos funcionários no onboarding, garantindo que a conclusão do jogo fosse uma das etapas de entrada na empresa”, diz Luana.
Um ano e meio após o lançamento, a e-Core constatou que ele de fato contribui para a manutenção da cultura. “O jogo nos ajudou a manter o perfil da empresa, mesmo em um período difícil para a área de tecnologia, com muitos layoffs”, explica Luana. Segundo ela, as notas e posições nas avaliações de GPTW e Glassdoor foram mantidas.
“Os funcionários nos disseram que gostaram de encontrar um jeito leve e divertido de trabalhar algo importante e sério, como cultura e valores. Além disso, na pesquisa trimestral, perguntamos às pessoas se seu time vivenciava os valores da empresa e se o líder praticava tais valores. Obtivemos 90% de respostas positivas, um resultado excelente”, ela avalia.
O engajamento dos gestores foi mesmo importante para o sucesso do projeto. Eles se dispuseram a pensar no jogo, a construir casos a serem solucionados em cada fase e a gravar os vídeos de feedback.
E, é claro, a inclusão de todos no processo foi essencial. “Fizemos pesquisas em diversas áreas, para que as pessoas dissessem os desafios que enfrentavam, como os valores da companhia apareciam na vida real, etc.”, explica Luana.
Desde a criação do jogo, a e-Core investiu em outras iniciativas para trabalhar sua cultura organizacional. Uma delas foi a produção de um documentário celebrando os anos de empresa, trazendo depoimentos emocionantes de fundadores e funcionários.
Conteúdo publicado originalmente na Think Work Lab em 12 de dezembro de 2023 com o título “5 valores, 5 fases: como a e-Core reforça sua cultura em game”. Atualizado em 10 de julho de 2025 para o Acrescenta, do iFood Benefícios.