NR-1 e saúde mental: o que sua empresa está fazendo para combater riscos psicossociais?

Entenda o conceito de "task masking", suas causas, táticas comuns e como combater a prática
21 de Março de 2025
Leitura de 5 min
Sabe aquele colega que está sempre digitando freneticamente, alternando telas e planilhas, mas que, no fim do dia, parece não ter entregue muita coisa? Ou aquela correria no escritório que dá a sensação de que todo mundo está ocupado o tempo todo? Pois é. Pode ser um caso de "task masking” — ou, em bom português, um fenômeno que significa "fingir produtividade".
Essa tendência, que vem ganhando força especialmente entre os profissionais mais jovens, reflete uma realidade que muita gente conhece bem: a pressão por parecer sempre ocupado. O medo de ser visto como alguém que não faz o suficiente leva muitas pessoas a criarem uma "capa de produtividade", mesmo quando o trabalho de verdade não está rendendo tanto assim.
Mas de onde vem essa necessidade de parecer produtivo o tempo todo? E, mais importante, quais os impactos disso na cultura organizacional, na saúde mental e na real entrega de resultados?
Neste artigo, o Acrescenta vai falar sobre o que é o "task masking”, por que essa prática tem se tornado tão comum e como empresas e líderes podem evitar que esse comportamento tome conta do ambiente de trabalho.
Índice:
O fenômeno "task masking” não surgiu do nada. Ele é resultado das mudanças no ambiente de trabalho, das cobranças e expectativas na produtividade constante. Mas por que tantas pessoas sentem essa necessidade de parecer ocupadas o tempo todo?
A cultura do “sempre ocupado”
Em algumas empresas, não estar constantemente ocupado e sobrecarregado pode ser interpretado como se o colaborador não estivesse se esforçando o suficiente.
O medo da desvalorização
Muitos colaboradores têm receio de parecer dispensáveis, por isso precisam sempre encontrar maneiras de justificar sua presença na empresa.
A era do trabalho remoto e híbrido
Com o trabalho remoto, muitos colaboradores sentem receio de que seu trabalho não seja notado. Por isso, responder instantaneamente e ter a agenda lotada de reuniões parece o ideal para provar sua importância na empresa.
Pressão social e comparação constante
Plataformas como LinkedIn e redes sociais, no geral, criaram um ambiente onde todos parecem estar sempre produzindo algo incrível. Essa comparação constante aumenta a pressão para que os profissionais pareçam igualmente ativos e bem-sucedidos.
Insatisfação com o retorno aos escritórios
Com o retorno obrigatório ao escritório em algumas empresas, alguns profissionais encontrarão uma maneira de reagir, provando que estar fisicamente presente não significa necessariamente maior produtividade e engajamento.
Reação ao trabalho excessivo
Reação à cultura da hiperprodutividade, refletindo insatisfação com más gestões e a falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
O “task masking” não se resume apenas a deixar a tela do computador ligada. Quem pratica essa estratégia domina um conjunto de táticas que ajudam a manter a aparência de produtividade sem, de fato, estar produzindo. Algumas das mais comuns incluem:
Essas táticas não são apenas um reflexo de procrastinação, mas muitas vezes uma forma de autopreservação em ambientes que valorizam mais a aparência de produtividade do que os resultados reais.
A primeira impressão, o “task masking” pode parecer um fenômeno simples e inofensivo, mas os impactos no ambiente de trabalho podem ser significativos, gerando consequências tanto para os colaboradores quanto para as empresas, tais como:
É importante combater o "task masking” para gerar um ambiente de trabalho mais saudável, seguro e produtivo. Estratégias que incentivem transparência, confiança e foco em resultados reais são importantes; a seguir, algumas abordagens eficazes:
Incentivar um ambiente de feedbacks constantes, onde os colaboradores sintam segurança para expressar suas opiniões e sugestões. A comunicação aberta sobre as expectativas e os desafios do trabalho ajuda a diminuir a pressão de "fingir" produtividade.
Valorizar mais as entregas e menos as horas trabalhadas ajuda a reduzir o "task masking”, focando em resultados e qualidade.
Investir em benefícios de saúde e bem-estar para os colaboradores, como programas de apoio psicológico, políticas de equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e iniciativas de bem-estar ajudam a aliviar o estresse e diminuem a necessidade de recorrer a "disfarces" para se sentir validado.
É preciso definir metas realistas, objetivos claros e mensuráveis, além de oferecer uma visão clara do impacto do trabalho e o que se espera efetivamente de cada profissional.
Horários flexíveis e trabalho remoto podem aumentar a motivação e melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Essas estratégias não apenas combatem o "task masking”, mas também promovem um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e focado no bem-estar dos colaboradores. Ao adotar essas práticas, as empresas conseguem criar uma cultura mais autêntica e eficiente, onde o trabalho genuíno é mais valorizado do que a aparência de ocupação.