Será que você sabe dar feedback?

Aprenda a dar, receber e usar feedbacks para engajar sua equipe e impulsionar resultados

19 de Março de 2025

Leitura de 7 min

Todo mundo já ouviu aquela frase: “O feedback é um presente”. Mas, sejamos sinceros, nem sempre ele vem bem embrulhado. Algumas vezes, é entregue de qualquer jeito, sem contexto, sem direcionamento – e, em vez de ajudar, pode acabar desmotivando.

O problema não é o feedback em si, mas como ele é dado. Quando bem aplicado, ele é uma das ferramentas mais poderosas para o crescimento profissional e organizacional. Ele ajuda a alinhar expectativas, corrigir rotas e fortalecer conexões entre líderes e equipes.

Mas então, qual o segredo para um feedback realmente eficaz? Como transformar esse momento em algo produtivo, e não apenas mais uma conversa difícil?

Neste artigo, o Acrescenta vai explorar a importância do feedback contínuo, seu impacto na motivação dos colaboradores e como criar uma cultura onde ele realmente faz a diferença.

Índice:

  • Feedback negativo não é um ataque – é uma oportunidade
  • O poder do follow-up: mostrar que você ouviu e agiu
  • Criando uma cultura de feedback contínuo
  • Antes de falar, prepare-se: como dar um feedback que realmente faz a diferença

    Se tem algo que separa um feedback eficaz de um simples comentário aleatório é a preparação. Chegar para um colaborador e soltar um “precisamos melhorar isso” sem contexto e sem direcionamento não resolve nada – na verdade, pode gerar ainda mais confusão.

    Um bom feedback começa muito antes da conversa acontecer. Envolve observar, reunir informações e estruturar a mensagem de forma clara e construtiva. Afinal, o objetivo não é apontar erros, mas sim gerar aprendizado e evolução.

    Métodos que ajudam a estruturar um feedback eficaz

    Para que a mensagem faça sentido e realmente tenha impacto, alguns métodos podem ajudar a organizar o pensamento antes da conversa:

    Método STAR (Situação, Tarefa, Ação, Resultado)

    • Situação: Contextualize o momento em que determinado comportamento ou ação aconteceu.
    • Tarefa: Explique qual era a expectativa ou o papel da pessoa na situação.
    • Ação: Descreva exatamente o que foi feito.
    • Resultado: Mostre as consequências (positivas ou negativas) do que aconteceu.

    Método SBI (Situação, Comportamento, Impacto)

    • Situação: Relembre o contexto de forma objetiva.
    • Comportamento: Aponte a ação específica, sem julgamentos pessoais.
    • Impacto: Explique como esse comportamento afetou a equipe, os resultados ou o ambiente.

    Ambos os métodos ajudam a tornar o feedback mais claro, baseado em fatos e não em achismos. Isso evita que a conversa se torne subjetiva demais ou carregada de interpretações pessoais.

    O momento certo e o tom fazem toda a diferença

    Um dos segredos para um bom feedback é encontrar o momento certo para aplicá-lo. Nem sempre ele precisa ser dado imediatamente, mas também não se pode deixar passar tempo demais.

    Garanta que, ao aplicar o feedback, você esteja em um ambiente tranquiloreservadosem interrupções e com tempo suficiente para que a conversa flua.

    Não deixe emoções atrapalhar essa conversa e lembre-se: inteligência emocional é fundamental.

    E o tom? Esse pode ser o fator decisivo entre um feedback produtivo e uma conversa desmotivadora. Tenha sempre uma abordagem respeitosa, direta e equilibrada. Seja firme, mas sem agressividade, já que a ideia é colaborar com o desenvolvimento do colaborador e não aplicar uma “bronca”.

    Reconhecer e corrigir: o equilíbrio essencial

    Feedback não é só sobre apontar melhorias. Se a pessoa só recebe retornos negativos, a tendência é que, com o tempo, sinta-se desmotivada e insegura sobre o próprio trabalho.

    Por isso, um feedback bem feito precisa trazer esse equilíbrio: valorizar o que está sendo bem executado e, ao mesmo tempo, oferecer caminhos para evolução. Isso reforça que a intenção é o crescimento e não apenas a correção de erros.

    No fim das contas, feedback não é sobre criticar, mas sobre construir. Quando bem feito, ele fortalece a confiança, melhora a performance e cria um ambiente onde todos sentem que têm espaço para evoluir.

    Escuta ativa: você realmente absorve o que seu colaborador tem a dizer?

    Escutar ativamente é fundamental para realizar um bom feedback. Comunicação não é uma via de mão única, é preciso pontuar, direcionar, mas também saber ouvir.

    Esperar o outro concluir sua fala, compreender a mensagem que está tentando ser transmitida, não fazer julgamentoster empatia pelo outro e demonstrar interesse genuíno no que o colaborador tem a dizer é estar 100% presente na conversa. E isso é escutar ativamente.

    Pare de ouvir para responder, comece a ouvir para entender. Algumas práticas ajudam a fortalecer essa escuta ativa:

    1. Demonstre interesse real

    • Mantenha contato visual e evite distrações
    • Faça perguntas para esclarecer pontos, mostrando que realmente quer entender

    2. Evite interrupções e julgamentos

    • Deixe a pessoa concluir o raciocínio antes de falar
    • Em vez de já pensar na resposta, concentre-se em processar a mensagem

    3. Confirme o entendimento

    • Reafirme o que foi dito com frases como "Se entendi direito, você está dizendo que...". Isso evita interpretações erradas

    Feedback negativo não é um ataque – é uma oportunidade

    Nem sempre o que ouvimos é confortável, e está tudo bem. O problema é quando a defesa automática entra em ação e a conversa vira um embate.

    Ao receber um feedback negativo, tente mudar a perspectiva:

    • Em vez de pensar “Isso não é verdade”, pergunte-se “O que posso aprender com isso?”.
    • Em vez de se justificar, busque entender por que a outra pessoa percebeu a situação dessa forma.

    Quanto mais aberto ao diálogo um líder for, mais confiança a equipe terá para trazer pontos importantes sem medo de represálias.

    O poder do follow-up: mostrar que você ouviu e agiu

    De nada adianta uma conversa produtiva se nada acontece depois. O follow-up é a etapa que fecha o ciclo do feedback, mostrando que as considerações do colaborador não foram ignoradas.

    • Após um feedback, retome o assunto: Pergunte como a pessoa está se sentindo, se as mudanças sugeridas foram implementadas e se há algo mais que pode ser ajustado.
    • Se comprometa com ações: Se um colaborador trouxe uma questão válida, mas nenhuma ação foi tomada, a confiança na liderança diminui. Se algo não puder ser resolvido de imediato, ao menos deixe claro que a preocupação foi levada em conta.
    • Mantenha o canal aberto: Feedback não é um evento isolado, mas um processo contínuo. Criar essa cultura fortalece a conexão entre equipe e liderança.

    Criando uma cultura de feedback contínuo

    O feedback não se restringe apenas a avaliações formais, ele precisa fazer parte do dia a dia e da cultura organizacional. Ele serve justamente para compreender e alinhar expectativas, direcionar e redirecionar, colaborar com o desenvolvimento e reconhecer ações e atitudes que estão dando certo.

    Como transformar o feedback em uma prática natural?

    • Liderança como exemplo: Líderes precisam dar e receber feedback. Mostre que está sempre aberto e disposto a escutar.
    • Ambiente seguro: Criar um espaço seguro é importante, os colaboradores precisam sentir que seus pontos de vista são ouvidos e considerados. Respeite o momento de fala de todos e compartilhe planos de ações.
    • Pequenas práticas diárias: Comentários rápidos em reuniões, check-ins frequentes e ferramentas como pesquisas de pulso ajudam a manter o fluxo.

    No fim, uma cultura de feedback não se constrói do dia para a noite, mas quando se torna parte da rotina, impulsionando o crescimento de todos – inclusive o da empresa. 

    Dica para a liderança: Feedback é uma via de mão dupla! Esteja aberto a ouvir sua equipe, peça retorno sobre sua gestão e demonstre interesse genuíno em se desenvolver. Quando os colaboradores percebem que sua voz é valorizada, o engajamento e a confiança crescem – e toda a empresa evolui junto. 

    Gente e gestão

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