A nova economia do trabalho
Descubra como a flexibilidade no trabalho, aliada à confiança e transformação digital, redefinem o futuro corporativo e promovem bem-estar e...
5 de Dezembro de 2024
Leitura de 7 min
A pandemia de COVID-19 trouxe diversas mudanças para o mundo do trabalho. Fomos obrigados a sair de um ambiente corporativo tradicional e adaptar a rotina a reuniões virtuais, espaços de trabalho em casa e manter a produtividade à distância. Esse cenário, que surgiu de maneira inesperada, acelerou uma transformação que estava caminhando de forma lenta nos últimos anos: a digitalização e a flexibilização das relações de trabalho.
Muitas empresas precisaram se reinventar e se adequar em um curto prazo de tempo. O que antes parecia impossível - como trabalhar remotamente em larga escala, tornou-se viável e essencial. E para que essa mudança ocorresse e a flexibilidade funcionasse, a confiança entre empresas e colaboradores precisou ser estabelecida.
Modelos híbridos e remotos ganharam mais força durante e pós-pandemia, e estes modelos vieram oferecer mais autonomia e qualidade de vida. Empresas que abraçaram essa nova mentalidade, como o iFood, descobriram que produtividade e bem-estar caminham juntos. Não se trata apenas de tecnologia ou ferramentas, mas de se ter um novo olhar para o trabalho: focado em resultados, colaboração e, principalmente, confiança mútua entre empresas, líderes e equipes.
Neste artigo, o Acrescenta vai explorar as tendências que moldam o futuro do trabalho, trazer alguns exemplos de empresas que realizaram a transição para o modelo flexível com sucesso e compreender porque a flexibilidade aliada a confiança é a chave para o futuro do trabalho.
Índice:
- Tendências no Trabalho Remoto e Híbrido
- O case iFood: flexibilidade integrada à cultura
- Confiança mútua: construindo uma base sólida
- Autonomia e resultados: foco nas entregas, não no tempo trabalhado
- Desafios e soluções no novo cenário
- Saúde mental e bem-estar: prioridade no novo cenário
Tendências no Trabalho Remoto e Híbrido
A pandemia acelerou a adoção do trabalho remoto e híbrido, que acabam trazendo mais equilíbrio para a vida dos colaboradores, assim como mais saúde e bem-estar.
Em 2023, cerca de 65% dos trabalhadores que atuaram de forma híbrida afirmaram preferir este modelo, equilibrando os dias em casa e no escritório. No Brasil, os dados da IBRE/FGV mostraram que os colaboradores geralmente alternam entre três dias em home office e dois presenciais.
Ao que tudo indica, o modelo híbrido veio para ficar, afinal, os colaboradores tendem a ser mais felizes e produtivos ao obterem flexibilidade no trabalho. O foco para o futuro será ambientes de trabalho descentralizados e maior ênfase na produtividade flexível. A combinação entre trabalho remoto e coworking crescerá, especialmente em setores criativos e tecnológicos.
Empresas como o iFood já exploram esses formatos, utilizando espaços colaborativos para promover inovação, sem abrir mão da liberdade que o home office oferece. A chave para o sucesso continuará sendo a confiança mútua entre empresa e colaborador, aliada a métricas claras de desempenho.
O case iFood: flexibilidade integrada à cultura
O iFood é um exemplo de como a flexibilidade pode ser implementada de forma eficiente, integrando a cultura organizacional com as demandas do trabalho híbrido. Os colaboradores têm a flexibilidade do modelo híbrido e contam com ferramentas tecnológicas que garantem conexão e produtividade em qualquer lugar.
O programa "Meu Cantinho iFood", por exemplo, fornece um valor específico para que os colaboradores equipem seus home offices com itens ergonômicos, como cadeiras, mesas, teclados, apoio ergonômico e demais itens necessários para um espaço de trabalho estruturado. Além disso, a parceria com a Woba permite o acesso a espaços de coworking pelo país, facilitando o trabalho remoto em diferentes locais.
Essas iniciativas são suportadas por espaços colaborativos nos escritórios, projetados para estimular a criatividade e a troca de ideias, como salas temáticas, estúdios para comunicação institucional e áreas de convivência.
Referências em Modelos Flexíveis
- Google: Pioneira no trabalho híbrido, a empresa oferece autonomia para os colaboradores escolherem o formato que mais se adapta às suas rotinas. Programas de suporte à saúde mental e espaços colaborativos exemplificam a integração da cultura com o modelo flexível.
- Microsoft: Adotou o conceito de "Hybrid Workplace" com foco em produtividade e bem-estar. Ferramentas de comunicação foram fundamentais para manter a eficiência dos times.
- Airbnb: Implementou o trabalho remoto permanente, em que os colaboradores podem trabalhar em qualquer lugar do mundo. A empresa acredita que a flexibilidade aumenta a satisfação, atração e retenção de talentos.
O foco dessas empresas é a confiança como pilar central na implementação de modelos flexíveis. A confiança mútua entre líderes e equipes permite não apenas manter a produtividade, mas também fortalecer o senso de pertencimento e a conexão com a cultura da empresa, independentemente do ambiente físico.
A flexibilidade não é apenas uma tendência, mas um reflexo da evolução das relações de trabalho, exigindo que empresas inovem na forma de liderar e engajar seus talentos.
Confiança mútua: construindo uma base sólida
É importante estabelecer um ambiente de confiança para que líderes e equipes remotas prosperem. Para que esse elo seja construído, é necessário haver transparência, comunicação aberta e ações consistentes.
- Comunicação Transparente: Estabelecer expectativas claras sobre metas, prazos e critérios de desempenho. Ao invés de microgerenciamento, é importante realizar check-ins regulares que incentivem o diálogo.
- Empatia e Respeito: Reconhecer as realidades e desafios individuais. Líderes que demonstram empatia e compreensão tendem a construir equipes mais engajadas e resilientes.
- Feedback Contínuo: Feedbacks frequentes, focados no desenvolvimentos, de líder para equipe e de equipe para líderes ajudam a manter o alinhamento e reforçam o sentimento de pertencimento.
Autonomia e resultados: foco nas entregas, não no tempo trabalhado
Confiança está diretamente ligada à autonomia. Empresas que adotam modelos flexíveis bem-sucedidos entendem que a produtividade não deve ser medida pelo número de horas trabalhadas, mas sim pela qualidade das entregas.
- Resultados tangíveis: Definir objetivos claros e mensuráveis, permitindo que os colaboradores gerenciem seu tempo e métodos de trabalho. Esse enfoque cria um senso de responsabilidade, motivação e pertencimento.
- Flexibilidade com Responsabilidade: Dar autonomia significa permitir que os colaboradores escolham o ambiente e horário que mais se adequam à sua produtividade. Mas essa liberdade vem acompanhada da responsabilidade de manter a qualidade e cumprir prazos.
A confiança é um pilar que impulsiona a verdadeira transformação no ambiente de trabalho flexível. Ela sustenta a inovação, engajamento e crescimento entre empresas, líderes e equipes.
Desafios e soluções no novo cenário
A adoção do trabalho remoto e híbrido trouxe flexibilidade, mas também revelou desafios únicos para a gestão de pessoas. As empresas que buscam sucesso nesses modelos precisam enfrentar esses obstáculos de forma proativa e humanizada.
Gestão de Performance: avaliar e motivar equipes remotas
Gerir o desempenho à distância exige uma abordagem diferente do modelo tradicional. Focar em entregas e em resultados concretos, ao invés de horas de trabalho, se torna o grande diferencial. Para garantir o engajamento e a produtividade, algumas práticas essenciais são:
- Definição Clara de Metas: Alinhar objetivos específicos e mensuráveis.
- Check-ins Regulares: Adotar conversas de acompanhamento frequentes, onde o foco está em suporte e desenvolvimento.
- Reconhecimento e Valorização: Celebrar conquistas e reconhecer o esforço individual e coletivo.
“Os líderes devem criar uma cultura onde o progresso é valorizado mais do que o controle", Satya Nadella, CEO da Microsoft.
Saúde mental e bem-estar: prioridade no novo cenário
A flexibilidade pode trazer desafios para a saúde mental, especialmente quando há uma fusão entre o espaço de trabalho e o pessoal. As empresas precisam adotar estratégias que priorizem o bem-estar emocional dos colaboradores:
- Programas de apoio psicológico: Oferecer acesso a serviços de saúde mental e encorajar o uso sem estigmas.
- Respeito à jornada pessoal: Incentivar pausas e respeitar horários de descanso.
- Espaços de conexão e humanização: Fomentar momentos de descontração e integração, mesmo em ambientes remotos.
A transformação digital e a flexibilidade no trabalho são mais do que tendências passageiras — representam um novo paradigma onde o equilíbrio entre autonomia, performance e bem-estar é essencial. Empresas que priorizam a confiança e a saúde mental de suas equipes não só se adaptam melhor, mas também criam um ambiente onde todos prosperam juntos.