CONARH 2024: saiba tudo o que rolou no primeiro dia

O maior evento de RH e gestão de pessoas da América Latina, o CONARH, finalmente chegou! E para começar com tudo, o primeiro dia da 50ª edição foi agitado e contou com debates e insights inovadores.

Imagine um palco gigante reunindo grandes especialistas, discutindo as últimas tendências e os desafios que o futuro reserva para o RH. Foi isso que encontramos por lá. Se você busca inspiração e atualização para sua carreira, essa é a oportunidade perfeita! 

Neste resumo, você encontrará os principais temas e tendências que acompanhamos por lá e que impactarão o futuro do RH.

Índice:

• Inteligência Artificial e Acessibilidade
• Tendências & Tecnologia na Transformação digital
• Bem-estar. O que os líderes têm com isso?
• DE&I: Etarismo e Gerações
• ESG no Centro e Longevidade Organizacional
• Nova parentalidade
• Cultura, Performance e muito Empreendedorismo no Ifood Pago
• Vamos falar de Saúde Mental?
• Novos modelos de trabalho

Inteligência Artificial e Acessibilidade

O evento começou com um painel sobre Inteligência Artificial e Acessibilidade, reunindo especialistas como Gustavo Rodrigues (CEO da Everymind), Jhenyffer Coutinho (Top Women in Tech 2024) e Thierry Cintra Marcondes (Conselheiro e Professor da Wylinka). O debate ganhou relevância com um dado impactante do IBGE: 18,6 milhões de brasileiros têm alguma deficiência. 

Thierry redefiniu acessibilidade como "autonomia e confiança", enfatizando uma abordagem que vai além de adaptações físicas, englobando design de plataformas, comunicação e práticas organizacionais. Gustavo, por sua vez, destacou que a IA, embora poderosa, ainda não supera a inteligência humana. Ele introduziu o conceito de "Jornada de acessibilidade", ilustrando como soluções inclusivas beneficiam a todos, não apenas pessoas com deficiência.

Os especialistas falaram sobre a importância de equipes diversas no desenvolvimento de IA para eliminar vieses e democratizar oportunidades, e que acessibilidade vai muito além de seguir um checklist ‘padrão’. 

Duas frases marcantes resumem o debate: "Progresso só é progresso se for para todo mundo" e "Estamos muito preocupados em fazer um risoto e esquecemos do arroz com feijão". Essas reflexões apontam para uma mudança de paradigma no pensamento corporativo, onde a inclusão se torna um catalisador para crescimento e inovação e não apenas uma obrigação. 

Para encerrar, deixaram uma provocação para os profissionais de RH serem agentes ativos na construção de um futuro de trabalho verdadeiramente acessível e equitativo, utilizando a IA como uma ferramenta poderosa, mas sempre centrada em pessoas.

Tendências & Tecnologia na Transformação digital

O painel reuniu Fernanda Pires (CHRO na CBMM), Hélio Dantas (COO & Co-Founder da 3ClicksRH) e Paula Giannetti (Diretora de Gente e Gestão na Unipar), trazendo insights valiosos sobre o papel central do RH na jornada de transformação digital. Um dado da Gartner revela que 64% das barreiras à transformação digital no Brasil estão relacionadas à cultura organizacional.

Fernanda Pires ressaltou que a adoção de tecnologia deve agregar valor ao dia a dia dos líderes e colaboradores, enquanto Hélio Dantas enfatizou a urgência do RH em se preparar para participar de decisões estratégicas. “O RH precisa ser convidado para sentar na mesa com os decisores”, comentou. 

Além disso, abordaram sobre a importância de criar ambientes que favoreçam a cocriação e a colaboração, adotando modelos de liderança ágil que permitam erros e estimulem ideias inovadoras.

Novas competências essenciais para o futuro do RH foram destacadas, incluindo a compreensão de vieses cognitivos e habilidades em análise de dados. 

Ao final, concluíram que o RH é fundamental na transformação digital, liderando desde a automação de processos até o uso estratégico de dados e o desenvolvimento de novas competências. O desafio reside em equilibrar habilidades técnicas (high tech) com habilidades humanas (high touch), visando ressignificar o trabalho na era digital. 

Ficou evidente que, ao adotar uma mentalidade orientada por dados, fomentar uma cultura de inovação e desenvolver novas competências, o RH pode se tornar um catalisador da mudança organizacional, preparando as empresas para os desafios e oportunidades do futuro digital.

A abertura oficial do evento marcou um momento memorável, celebrando os 50 anos deste encontro icônico no setor de RH e gestão de pessoas.

Mesclando nostalgia e expectativas para o futuro, a cerimônia homenageou cinco décadas de trocas de conhecimentos, histórias inspiradoras e crescimento profissional. Foi um momento de agradecer aos presentes, reconhecendo o papel fundamental de cada participante na construção dessa trajetória. 

Esse momento especial também contou com a apresentação da cantora e compositora brasileira Paula Lima, que encantou a todos com sua voz poderosa e repertório envolvente, adicionando um toque especial de alegria e emoção a esta celebração histórica.

Bem-estar. O que os líderes têm com isso?

Debora Schmidt (JACOBS DOUWE EGBERTS), Kátia Regina (Nestlé LATAM) e Ricardo Burgos (Grupo Amil) abordaram o papel dos líderes na promoção do bem-estar dos colaboradores. Os líderes são responsáveis por criar um ambiente que promova a saúde física e mental, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e o senso de propósito no trabalho. Para isso, podem modelar comportamentos saudáveis, incentivando pausas, respeitando horários de descanso e promovendo uma comunicação aberta sobre saúde mental.

Políticas de trabalho flexíveis e a criação de espaços para descompressão também foram destacadas como estratégias eficazes. Debora Schmidt enfatizou a importância do RH entender as necessidades dos líderes para criar programas de desenvolvimento adequados. Ela questionou se as empresas realmente compreendem as dificuldades de seus líderes, alertando para o risco de iniciativas que não atendem às necessidades reais.

A análise final dos especialistas é que investir no bem-estar é uma responsabilidade ética e uma estratégia inteligente. O bem-estar dos colaboradores deve ser uma prioridade estratégica, com os líderes assumindo um papel ativo e contínuo em sua promoção e manutenção.

DE&I: Etarismo e Gerações

No painel sobre gerações e etarismo, foi discutida a necessidade urgente da integração de diferentes faixas etárias no ambiente de trabalho. Os palestrantes destacaram a importância de adaptar as estratégias de recursos humanos para refletir a diversidade etária crescente no mercado de trabalho, conforme apontado pelo IBGE e estudos da FGV. 

A discussão ressaltou que até 2040, 57% da força de trabalho terá mais de 45 anos, exigindo das empresas uma mudança de mentalidade para acolher e valorizar a experiência dos trabalhadores mais velhos. Fran Winandy (Acalântis Services) enfatizou o papel das lideranças em promover uma integração eficaz entre gerações, enquanto Andrea Tenuta (Maturi) destacou a necessidade de superar a cultura "jovem centrada" nas empresas e abrir espaço para os “velhos talentos”.

Renato Bezerra (Hospital Sírio Libanês) apresentou um exemplo prático com o Hospital Sírio Libanês, que implementou a “entrevista oculta” para combater o etarismo e outras formas de preconceito no recrutamento. Este processo visa anonimizar características pessoais dos candidatos para focar exclusivamente nas competências, resultando em um aumento significativo na contratação de profissionais 50+. Além disso, Andrea reforçou que a diversidade etária deve ser vista como uma estratégia de negócios consolidada e alinhada com práticas de ESG, apontando que a inclusão multigeracional é essencial para uma governança eficaz. O painel concluiu que a diversidade etária não é sobre substituir os mais jovens, mas sim sobre enriquecer as equipes com uma ampla gama de experiências e perspectivas, refletindo o fato inevitável de que viver é envelhecer.

ESG no Centro e Longevidade Organizacional

Para iniciar o papo, Grazielle Parenti (Syngenta) ressaltou que o ESG deve ser integrado em todos os níveis da empresa e não restrito apenas às equipes especializadas. Ela destacou a importância de incorporar a sustentabilidade na retenção de talentos, refletindo sobre como a "green transititon" pode ser aplicada no cotidiano das organizações. Caroline Pfeiffer Marinho (World Employment Confederation) complementou, afirmando que a integração de objetivos ESG nas contratações é crucial para fortalecer a cultura organizacional e impulsionar o desenvolvimento sustentável.

A discussão também abordou a importância da governança robusta para mitigar riscos e melhorar a reputação da empresa. Helena Bertho (Nubank) trouxe à tona a realidade de que apenas uma pequena fração dos colaboradores se conecta com a cultura ESG da empresa e que há uma escassez de profissionais com "greenskills" no Brasil. O painel deixou uma reflexão sobre a necessidade de alinhar práticas ESG com estratégias de negócio e sobre quem deve estar envolvido no planejamento do futuro sustentável das organizações, enfatizando a importância de trazer as pessoas certas para o debate e a execução das metas de sustentabilidade.

Nova parentalidade

A parentalidade, antes vista como um papel majoritariamente feminino, está passando por uma profunda transformação, impulsionada por mudanças sociais e a busca por uma divisão de responsabilidades mais equitativa entre homens e mulheres. Essa "nova parentalidade" redefine os papéis tradicionais, incentivando o compartilhamento do cuidado com os filhos e a construção de uma relação mais igualitária entre pais e mães. Eduardo Roveri (Estrella Galicia Brasil), Michelle Levy Terni (Filhos no Currículo) e Rodrigo Exman (Legal & Corporate Affairs, Latin America) discutiram esse novo modelo de parentalidade e seus impactos no mundo corporativo. A nova parentalidade abrange diversos aspectos, como:

• Compartilhamento das tarefas domésticas;
• Aumento da participação dos pais;
• Flexibilidade no trabalho;
• Desconstrução de estereótipos de gênero.

O painel discutiu ainda como integrar a parentalidade no currículo e na narrativa profissional pode diferenciar candidatos e colaboradores em processos seletivos e no desenvolvimento de carreiras. Ao reconhecer e valorizar as competências adquiridas na parentalidade, as empresas podem criar ambientes mais inclusivos e aproveitar talentos que, de outra forma, poderiam ser subestimados. Desta forma, ser pai ou mãe deve ser visto não apenas como um aspecto pessoal, mas como um diferencial competitivo que enriquece o perfil profissional e agrega valor às organizações.

Esse tema representa um passo importante na busca por uma sociedade mais justa  e igualitária. No entanto, é importante reconhecer que ainda há muito a ser feito para  que esse novo contexto seja uma verdadeira realidade para todos. A superação de  barreiras culturais e a criação de políticas públicas que apoiem a família são essenciais para que a nova parentalidade seja uma realidade para todos.

Cultura, Performance e muito Empreendedorismo no Ifood Pago

Na Arena da SulAmérica, Natalia Ubilla, Head de People do iFood Benefícios, falou sobre Cultura, Performance e Empreendedorismo no iFood Pago, e o papel fundamental que a fintech desempenha no crescimento dos restaurantes por meio de soluções financeiras inovadoras. Ela explicou que a criação do iFood Pago foi motivada pela necessidade de oferecer suporte financeiro que impulsione o sucesso dos restaurantes parceiros, alinhando-se com os valores centrais do iFood, como empreendedorismo, resultados, inovação e colaboração.

A primeira lição aprendida no processo foi "resgatar as raízes da nossa cultura". Esse conceito envolveu a preservação dos valores fundamentais do iFood: empreendedorismo, resultado, inovação e all together. A segunda lição, "estrutura organizacional como alavanca para autonomia com alinhamento e velocidade", destacou a importância de ter pessoas certas nas cadeiras certas numa estrutura que simplifique a jornada.

O terceiro aprendizado, "garra", combina impacto e potencial. O impacto se refere à performance, à cultura e à liderança, enquanto potencial está ligado ao mindset de crescimento e à capacidade de resolver problemas. Juntos, esses elementos ajudam a formar líderes que não apenas representam a cultura da empresa, mas também alcançam resultados significativos. 

Finalmente, a quarta lição foi "modelo de gestão", que aborda como a vivência prática da cultura deve ser integrada na gestão da empresa. Isso envolve definir claramente como as pessoas e a empresa executam suas tarefas, discutem e resolvem problemas, com base em alguns pilares fundamentais: 

• Visão e propósito: o motivo pelo qual existimos;
• Modelo de gestão: a forma que contratamos, capacitamos e desenvolvemos talentos;
• Pessoas e cultura: molda o comportamento das pessoas, influenciando na motivação e satisfação, gerando assim, engajamento, inovação e eficiência.

A disciplina na execução e a liberdade para empreender são vistas como essenciais para alcançar resultados e promover inovação. Toda essa jornada tem promovido um crescimento significativo e fortalecido nosso sentimento de pertencimento, enquanto buscamos elevar o iFood Pago a um patamar ainda mais alto do que o próprio iFood. A missão é fazer com que os restaurantes cresçam mais rápido.

Vamos falar de Saúde Mental?

Neste painel, o ator Marcelo Serrado trouxe um relato pessoal e inspirador sobre sua experiência com crises de pânico e ansiedade. Compartilhando sua jornada de superação, ele demonstrou a importância de se falar abertamente sobre saúde mental, um tema cada vez mais presente no contexto contemporâneo. Ansiedade, depressão e crises de pânico são realidades para muitas pessoas, que muitas vezes buscam tratamento com medicamentos para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Serrado também destacou a Síndrome de Burnout, uma doença que vem crescendo no ambiente de trabalho, causada por esgotamento mental decorrente de situações estressantes, como alta demanda, falta de colaboradores, pressão hierárquica e excesso de trabalho. 

Ele abordou sua própria jornada de tratamento, incluindo meditação, alimentação adequada, regressão, leitura e autoconhecimento, enfatizando que a busca por ajuda e o apoio de outros são essenciais para a recuperação. Sua história serve como um importante incentivo para que as pessoas se cuidem e busquem ajuda quando necessário, especialmente aqueles que  exercem funções de liderança e cuidam de outras pessoas dentro das organizações.

Novos modelos de trabalho

A era digital e as mudanças sociais impulsionaram a transformação do mundo do trabalho, dando origem a novos modelos que priorizam a flexibilidade e a autonomia e para falar sobre isso, Andrea Murakawa (GE Vernova), Cristiane Mendes (Chiefs.Group) e Felipe Fagundes (AngloGold Ashanti) discutiram essa transformação, abordando a ascensão do trabalho híbrido, que combina momentos presenciais e remotos, e a expansão de novas formas de organização, como o trabalho síncrono e assíncrono, jornadas fracionadas e modelos que desafiam a jornada tradicional de 8 horas diárias. Essa transformação exige que empresas e áreas de RH se adaptem a um novo cenário, gerenciando times de forma mais flexível e atentos às necessidades e preferências dos colaboradores.

Felipe destacou a importância de experimentar e testar diferentes modelos de trabalho para encontrar o ideal para cada organização. Ele compartilhou a experiência da empresa com a implementação de uma jornada de trabalho de 4 dias, evidenciando os benefícios em termos de engajamento, energia, criatividade e tempo dedicado ao bem-estar dos colaboradores. Essa experiência demonstra que a flexibilidade e a busca por novas formas de trabalho podem gerar resultados positivos para as empresas e para os colaboradores.

O primeiro dia do CONARH 2024 foi um sucesso absoluto, e claro que o iFood Benefícios não ficaria de fora! Com um estande de 150m², transformamos o espaço em um verdadeiro centro de experiências e conhecimento. A programação do dia foi um show à parte, reunindo grandes nomes do mercado para debates e insights sobre o futuro do trabalho, desafios da gestão de pessoas, liderança feminina, remuneração e muito mais. Foi incrível ver líderes de peso como:

• Arthur Freitas, Diretor Geral do iFood Benefícios
• Renata Caffaro, Diretora de Pessoas na B3
• Camilla Tabet, Diretora de Pessoas na Ambev
• Natalia Ubilla, Head de People do iFood Benefícios
• Daniela Zylberkan, Head de Marketing do iFood Benefícios
• Claudia Colaferro, CEO e fundadora da AngelUs Network
• Bruno Henriques, Presidente do iFood Pago
• Lilian Kazama, Diretora de People do iFood
• German Arciniegas, Gerente Sr. de People da EBANX
• Guilherme Loiola, Co-founder e COO na Chiefs.Group
• Luiz Eduardo Drouet, Fundador da Prosper Tech Talents

compartilhando suas visões e experiências, com a mediação de ninguém menos que Fabio Porchat, que conduziu as conversas com o seu humor inteligente e irreverente, tornando os debates ainda mais dinâmicos e interessantes.

Se você ainda não visitou o estande do iFood Benefícios, ainda dá tempo de aproveitar! É uma experiência única, com um espaço pensado para inspirar e transformar a forma como você encara a gestão de benefícios.