Ceará RH: conexões que despertam o engajamento e transformam o trabalho

Acompanhe as principais palestras do segundo dia do Ceará RH e fique por dentro das tendências

31 de Outubro de 2025

Leitura de 8 min

O segundo dia do Ceará RH 2025 seguiu costurando ideias e conexões que unem tecnologia, propósito e humanidade. Em um mundo em que tudo muda rapidamente, o evento mostrou que o futuro do trabalho depende menos de previsões e mais da nossa capacidade de imaginar, adaptar e criar juntos.

O encontro reuniu novamente grandes nomes do mercado para conversas sobre engajamento, liderança e o papel da inteligência artificial nas transformações do trabalho. Foram trocas que reforçaram um ponto essencial: por trás de toda inovação, ainda são as pessoas que dão sentido ao que é construído.

O iFood Benefícios esteve presente acompanhando cada debate de perto e traz nesta cobertura os principais destaques, aprendizados e reflexões que marcaram o segundo dia do evento.

Índice:

Conexão Humana em tempos digitais

Denise Fraga subiu ao palco com uma mensagem simples, mas urgente: é preciso colocar limites e resgatar o que realmente importa. A atriz, palestrante e colunista da revista Crescer falou sobre o desequilíbrio entre a velocidade do mundo e a lentidão das nossas emoções, um contraste que tem nos afastado do presente e, principalmente, uns dos outros.

Para Denise, a tecnologia é uma ferramenta incrível, mas também uma armadilha silenciosa. Entre notificações e prazos, acabamos nos desconectando da vida real, perdendo a capacidade de observar, sentir e nos relacionar com profundidade.Vivemos no modo automático, e quando isso acontece, deixamos de enxergar as pessoas ao nosso redor, segundo ela.

A atriz defendeu que, em meio a tantas demandas e informações, cultivar presença e gentileza é um ato revolucionário. Para líderes, isso se torna ainda mais essencial — estar verdadeiramente presente, escutar com atenção e construir laços de confiança é o que sustenta qualquer equipe.

Denise também fez um convite às empresas: acompanhar as transformações da sociedade não é apenas uma questão de inovação, mas de humanidade. Investir em relações éticas, acolhedoras e diversas não é mais um diferencial , é o caminho para evoluir de forma íntegra e sustentável.

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A ciência do engajamento

Alê Prates, palestrante e cofundador da Futurize, começou sua fala com uma provocação simples, mas poderosa: segundo o dicionário, engajamento é fazer por livre e espontânea vontade o que precisa ser feito. E, a partir daí, ele trouxe uma nova perspectiva — engajamento é liberdade.

Na visão de Alê, existe uma diferença essencial entre estar engajado e estar comprometido.

Quem está engajado faz porque quer.
Quem está comprometido faz porque precisa.

O engajamento, segundo ele, é um fator emocional acionado por gatilhos racionais, é aí que mora o desafio das lideranças modernas.

Ele questiona: é realmente difícil liderar a nova geração, ou apenas esquecemos de oferecer sentido ao trabalho?

Essa geração, que já não suporta o modelo corporativo tradicional, não perdeu a capacidade de se engajar, perdeu o porquê. Quando o trabalho não desperta propósito, ele deixa de gerar vontade.

“Engajamento nada mais é do que o quanto eu consigo trazer um sentido claro, para que as pessoas sintam vontade de fazer algo que gere mudança no futuro”, reforçou Alê.

Ele ainda provocou os líderes sobre suas prioridades. Quando se fala em produtividade, muitos escolhem primeiro o que é mais impactante ou mais fácil e só depois o mais urgente. 

Mas, nesse processo, as pessoas acabam ficando fora da agenda.
E quando se resolve apenas o que é urgente, o que realmente importa - as pessoas - fica para depois.

Para Alê, o engajamento no trabalho acontece em ciclos, que se retroalimentam:

Acolhimento → Pertencimento → Desempenho → Reconhecimento → Retribuição (o desejo de fazer, despertar do engajamento)

É nesse movimento contínuo que nasce uma cultura de engajamento genuíno — onde a vontade de contribuir se renova, não por obrigação, mas por significado.

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Os desafios da IA para liderança

Pedro Doria, jornalista e especialista em transformações digitais, abriu sua palestra conduzindo o público por uma linha do tempo fascinante — a da inteligência artificial. Para ele, compreender o impacto da IA no trabalho exige entender suas três grandes fases.

Primeiro, o Aprendizado de Máquina, a geração que aprendeu a partir de dados estruturados. Depois vieram as Redes Neurais, capazes de emular sentidos humanos e reconhecer padrões complexos. E, agora, vivemos a era da IA Generativa, que não apenas aprende, mas cria.

É desse avanço que surgem os modelos de linguagem, como o ChatGPT, capazes de produzir textos que soam quase humanos. Pedro alerta, no entanto, que apesar da sofisticação, essas inteligências ainda não têm consciência nem compreensão real do mundo. Elas identificam padrões — mas não sabem distinguir o verdadeiro do falso.

Nesse ponto, ele introduz um conceito-chave: a senciência — aquilo que, por enquanto, nos separa das máquinas. A consciência, a subjetividade, o sentir.

O jornalista reforça que o melhor jeito de compreender o potencial da IA é usá-la de verdade. Ele defende que, após cerca de 10 horas de uso consistente, qualquer profissional começa a enxergar novas possibilidades.

Um estudo da Harvard Business School, citado por ele, mostra que uma pessoa sozinha, munida de IA, pode alcançar resultados equivalentes (ou até superiores) aos de uma equipe inteira.

Para Pedro, os desafios da IA para a liderança estão menos na tecnologia e mais na mentalidade. A liderança do futuro precisará unir pensamento crítico e sensibilidade humana para usar a inteligência artificial como aliada — e não substituta. Isso significa desenvolver discernimento para interpretar dados, fazer as perguntas certas e manter a conexão genuína com as pessoas. Afinal, máquinas podem processar informações em segundos, mas ainda são os líderes que dão sentido, propósito e direção ao que é criado.

Liderança adaptativa e Learning Agility

Grazi Mendes abriu sua fala com uma reflexão: 

“O que fazemos hoje costura o tempo.”

Ela trouxe a analogia de que tudo o que criamos e fazemos reflete não só no agora, mas também no futuro. E seguiu com outra provocação poderosa:

“O futuro não é um destino a ser previsto, mas um exercício de imaginação coletiva.”

A construção de qualquer mudança nasce de um sonho coletivo e esse sonho começa quando alguém decide incentivar, inspirar e convidar outras pessoas a imaginarem juntas.

Mais do que reagir, é preciso antecipar, adaptar e inovar. Vivemos em constante mudança, em um mercado cada vez mais dinâmico, onde a disrupção se tornou parte do cotidiano.

Segundo uma pesquisa da Gallup, o que as pessoas mais esperam das lideranças é esperança. Esperam líderes que impulsionem a mudança, que indiquem caminhos e ofereçam suporte e ferramentas para que as equipes consigam evoluir junto às novas tecnologias e às transformações constantes.

Mas Grazi também trouxe à tona as limitações das lideranças de hoje:

  • A dificuldade de se adaptar às mudanças.
     
  • A sensação de não estarem prontas.
     
  • O cansaço e a exaustão constantes.
     
  • A pressão intensa por resultados.
     
  • E a falta de espaço para desenvolver habilidades humanas.
     

No meio disso tudo, ela compartilhou uma frase que trouxe reflexão para todos:

“Tudo que você toca precisa ficar mais bonito depois de você.”

E completou com um convite à reflexão:

“A sua liderança está mudando as equipes para melhor?”

Grazi trouxe uma visão sensível e necessária sobre o papel transformador da liderança e o  compromisso em fazer as pessoas se sentirem mais potentes.

Ela também abordou a epidemia da solidão e seus efeitos nas equipes, destacando como os líderes podem ter um papel fundamental em oferecer apoio e conexão genuína.

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Liderança, engajamento e futuro

O segundo dia do Ceará RH 2025 reforçou que o futuro do trabalho será construído por líderes que unem sensibilidade humana, visão adaptativa e coragem para inovar. Entre reflexões sobre tecnologia, propósito e conexão, ficou evidente que a verdadeira transformação começa quando as pessoas se sentem parte do processo  e não apenas peças dele.

Em um tempo de mudanças aceleradas, o desafio é manter o humano no centro das decisões, guiando a tecnologia com propósito e empatia. Porque liderar o futuro é, antes de tudo, cuidar do agora.

 

O Ceará RH 2025 terminou, mas as provocações e aprendizados que ele trouxe continuam ecoando. Que cada conexão feita e cada insight compartilhado se transformem em novas formas de inspirar, engajar e evoluir o trabalho — e o iFood Benefícios segue junto nessa construção de um futuro mais humano e conectado.

 

Gente e gestão

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