Cicatrizes na educação: Os efeitos da pandemia

O “efeito cicatriz” da pandemia ameaça o futuro dos jovens brasileiros e acende um alerta sobre o mercado de trabalho.

Gente e gestão

“O mundo todo está sofrendo os efeitos da pandemia, mas o Brasil está pior”, disse o economista e professor Marcelo Neri. À frente do FGV Social, braço de pesquisas sociais da Fundação Getulio Vargas, ele combinou dados de pesquisas globais, como do Gallup, e de estudos nacionais, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), para mapear as consequências dos dois anos anteriores a esta publicação em um dos grupos mais vulneráveis do país: os jovens. Segundo ele, as crianças em idade de alfabetização foram as mais afetadas pelo isolamento social forçado. Com as escolas fechadas e o homeschooling, a taxa de evasão escolar retrocedeu a níveis de 14 anos atrás. No terceiro trimestre de 2021 o índice ainda estava 128% superior ao do mesmo período de 2019. 

Ao analisar a visão dos jovens sobre educação, perspectiva de futuro e crença nas instituições públicas, Marcelo Neri, que já foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos no governo Dilma, descobriu o chamado “efeito cicatriz”: o impacto da pandemia sobre a trajetória profissional de toda uma geração. 

Na prática, isso deve agravar as diferenças sociais e minguar as reservas de talentos qualificados. Para as empresas, o recado era claro: se a falta de mão de obra qualificada era um problema em 2022, no futuro será ainda pior. 

Além da evasão escolar, há o já conhecido fenômeno do envelhecimento populacional mundial. De acordo com dados do FGV Social, até 2060 o percentual de jovens em 201 países – Brasil incluso – deve minguar em 95%. 

A juventude será um bem escasso. E o Brasil pode não ter as armas necessárias para competir no mercado global. Com uma insatisfação crescente em relação às perspectivas de vida, os poucos jovens qualificados que sobrarem no país devem buscar melhores oportunidades no exterior. 

Para piorar a situação, as instituições responsáveis por reverter esse cenário também enfraqueceram. “O Brasil perdeu muito na qualidade das políticas públicas em áreas como educação, saúde e meio-ambiente”, disse Marcelo Neri em entrevista exclusiva à Think Work.

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