Acidentes graves na Klabin caem 23% com treinamento de segurança

Com projeto Bloqueio de Energia, Klabin leva 8 horas de capacitação padronizada e unificada para diversas unidades

Foto de Think Work

Por Think Work

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7 de Fevereiro de 2025

Leitura de 3 min

Em 2021, a Klabin, uma empresa do setor de celulose com quase 19 mil funcionários, notou a necessidade de inovar em relação à segurança no trabalho. A empresa percebeu que o bloqueio de energias perigosas, ou seja, a aplicação de técnicas para garantir que um equipamento atinja o estado de energia zero, era essencial para evitar acidentes graves.

Com o objetivo de minimizar ocorrências relacionadas à falta de bloqueio de energia e padronizar a execução desse procedimento, a Klabin decidiu educar seus funcionários de forma abrangente e escalável.

Assim, foi implementada uma política de Proteção à Vida, com diretrizes unificadas para todas as unidades, visando fortalecer as práticas seguras e a qualidade de vida dentro da companhia.

Índice:

O caminho

O projeto Bloqueio de Energia, um treinamento em modelo EAD, com 8 horas de duração, surgiu para ajudar o trabalhador a entender os requisitos e as condições mínimas para executar o bloqueio de forma adequada, sem causar problemas para a sua integridade física. 

“O Bloqueio de Energia é um dos principais pilares para manter o nosso ambiente seguro e a integridade dos nossos funcionários”, explica Maelly Barski Ortiz, responsável pelo setor de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional da Klabin.

A ação começou a ser elaborada em 2021 e ficou disponível para os trabalhadores a partir de setembro de 2022. Ela foi desenvolvida pela equipe da Klabin em parceria com as consultorias Una Criatividade e Ittus.

Uma das adaptações pelas quais o Bloqueio de Energia passou foi a migração para o modelo híbrido. Ainda em 2022, a Klabin identificou um alto número de faltas no treinamento devido à dificuldade em retirar cerca de 20 operadores simultaneamente das máquinas, impactando na segurança e no risco de paradas. Assim, parte do curso passou a ser ofertada de forma presencial e outra, online.

Na modalidade online, são trabalhadas as principais premissas que impedem o acionamento inesperado do equipamento ou a liberação acidental de energia perigosa. Já a parte presencial é prática, com a simulação da aplicabilidade dos conceitos em locais seguros e controlados. 

Nesse formato, é possível testar os conhecimentos dos funcionários por meio de simulações, maquetes, checklists na própria máquina, entre outros. “Para ser facilmente adaptável à nossa realidade, o treinamento conceitual foi personalizado para o público operacional da Klabin, traduzindo suas experiências de forma lúdica e com exemplos e aplicações práticas”, explica Maelly.

O maior desafio do Bloqueio de Energia, segundo ela, é também um dos obstáculos mais comuns a qualquer iniciativa corporativa: a dificuldade de conciliar agendas. 

No caso da Klabin, a questão foi o conflito de calendário das equipes que ajudaram a criar o projeto e a disponibilidade das unidades físicas para o apoio nas gravações de cenas para os treinamentos.

Resultados

O treinamento tem gerado bons aprendizados e diminuído ocorrências envolvendo o bloqueio de energias. 

Um dos pontos de satisfação dos trabalhadores tem sido o formato híbrido, mesmo com a resistência inicial a capacitações online. “Os funcionários reagiram muito bem ao treinamento. Nós recebemos mais de 100 comentários positivos”, conta Maelly.

Além disso, o Bloqueio de Energia influenciou significativamente a frequência de acidentes dos empregados diretos (por milhão de horas trabalhadas) da Klabin, reduzindo em 23% a taxa de acidentes com afastamento em comparação com o ano de 2021.

A ferramenta de people analytics mostra que, em 2023, o treinamento tinha mais de 7.262 acessos online e 4.647, presenciais. 

Com a adaptação ao modelo híbrido, a empresa conseguiu reduzir o orçamento destinado ao programa em 500 mil reais, além de aumentar a eficiência operacional, sem perder a qualidade.

Para o futuro, a Klabin planeja consolidar a parte prática, atualizar o conteúdo conforme as necessidades e criar encontros de sustentação para sanar dúvidas e fortalecer a rede de apoio em relação à segurança do trabalho.

*Conteúdo publicado originalmente na Think Work Lab em 15 de novembro de 2024 com o título “Acidentes graves na Klabin caem 23% com treinamento de segurança”. Atualizado em 10 de janeiro de 2025 para o Acrescenta, do iFood Benefícios.

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