A Ambidestria no RH: impactos no treinamento e desenvolvimento
Confira algumas estratégias para promover aprendizado contínuo e eficiência operacional
Por Ana Paula Baseggio Lehmkuhl
CHRO no DOT Digital Group, Ana é graduada em Direito e tem experiência de mais de 18 anos na área de Recursos Humanos e Treinamento e Desenvolvimento
11 de Setembro de 2024
Leitura de 4 min
No mundo atual, as organizações enfrentam constantes desafios para se adaptarem às rápidas mudanças e demandas do mercado. Nesse cenário dinâmico, a ambidestria no setor de Recursos Humanos surge como uma abordagem estratégica crucial para impulsionar o desenvolvimento organizacional e individual.
Para aqueles que ainda não têm tanta familiaridade com o tema, explico: a ambidestria refere-se à capacidade de equilibrar a exploração de novas oportunidades com a utilização de habilidades existentes. Em termos simples, significa ser capaz de inovar enquanto se mantém eficiente nas práticas estabelecidas, refinando as habilidades atuais. Isso se aplica diretamente à área de Treinamento e Desenvolvimento (T&D), onde a necessidade de adaptação rápida às mudanças é essencial para o sucesso organizacional.
Vamos entender, na prática, como isso funciona.
Índice:
Impactos na área de Treinamento e Desenvolvimento
A implementação da ambidestria na área de T&D pode ter impactos significativos na empresa. Ao adotar essa abordagem, as organizações podem melhorar a capacidade das pessoas de adaptarem-se rapidamente às mudanças do mercado e às novas demandas tecnológicas. Isso resulta em equipes mais ágeis e preparadas para inovar e explorar novas oportunidades, enquanto mantêm e aprimoram suas competências existentes, tais como:
- Flexibilidade e adaptabilidade: a ambidestria permite que os profissionais de T&D ajustem seus métodos conforme as necessidades emergentes da organização e do mercado. Isso inclui a exploração de novas técnicas de ensino e aprendizagem, bem como o refinamento das práticas existentes que se mostraram eficazes.
- Inovação contínua: ao adotar uma abordagem ambidestra, a área de T&D pode incorporar novas tecnologias, metodologias e tendências de aprendizagem rapidamente. Isso mantém os programas de treinamento atualizados e relevantes, desenvolvendo as habilidades necessárias para enfrentar desafios futuros.
- Desenvolvimento de talentos: a ambidestria no RH promove um ambiente de aprendizagem contínua e desenvolvimento de habilidades. Isso não só aumenta a capacidade das pessoas de se adaptarem a novas demandas, mas também fortalece a cultura organizacional, promovendo a inovação e a colaboração.
- Eficiência operacional: a ambidestria permite que a área de T&D maximize seus recursos, otimizando processos e garantindo que os investimentos em desenvolvimento de talentos tragam retornos significativos para a organização.
Como implementar a ambidestria no T&D
Implementar a ambidestria exige uma abordagem estratégica e integrada. É essencial começar com uma avaliação detalhada das necessidades de desenvolvimento, tanto dos indivíduos quanto da organização como um todo. Isso pode envolver a identificação de lacunas de competências, análise de tendências de mercado e revisão das metas estratégicas da empresa. Alguns pontos a considerar são:
- Cultura organizacional: promover uma cultura que valorize o questionamento, a inovação e a melhoria contínua é fundamental. Isso encoraja os profissionais de T&D a experimentarem novas abordagens sem medo de falhar. É o momento de investigar novas oportunidades e explorar antigas certezas.
- Estratégia integrada: integre a ambidestria na estratégia de T&D da organização. Isso pode incluir programas estruturados para explorar novas ideias, mantendo os padrões de qualidade na operação.
- Experiência: é fundamental direcionar atenção ao aspecto humano e entender de que maneira o público da organização prefere aprender. Qual é a abertura para novas tecnologias? Entenda como as pessoas aprendem com o conteúdo criado por quem trabalha na empresa. Quem apoia na curadoria das fontes? Como as pessoas aprendem a aprender? Estas perguntas exploratórias e investigativas ajudam a encontrar respostas para manter as pessoas engajadas e conectadas com o programa de desenvolvimento da empresa.
- Liderança: inspiração e preparo para inserir este conceito no ambiente corporativo e mantê-lo vivo na cultura organizacional. Considerar as mudanças recentes e tendências quanto ao comportamento e os diferentes formatos de trabalho. Estabelecer e fortalecer uma cultura de aprendizado contínuo considerando o desenvolvimento individual e dos times de trabalho.
- Monitoramento e feedback: estabelecer mecanismos para monitorar a eficácia de novas iniciativas de treinamento e buscar feedback regularmente. Isso ajuda a adequar os programas conforme os resultados esperados e a fazer mudanças de maneira ágil.
A ambidestria no RH é importante porque prepara as empresas para atuar em contextos de alta competitividade e transformações rápidas e profundas, como a transição entre as Revoluções 3 e 4.0, com o avanço da Inteligência Artificial e a fusão dos ambientes reais e virtuais.
A ambidestria no RH é mais do que uma estratégia; é uma mudança de mentalidade necessária para enfrentar os desafios do mercado moderno. Com ela, as organizações podem adaptar-se rapidamente às mudanças, promover a inovação e desenvolver talentos de forma eficaz. Implementar essa abordagem fortalece a capacidade da organização de se manter competitiva, criando um ambiente de trabalho mais dinâmico e estimulante para todos.
Ana Paula Baseggio Lehmkuhl é CHRO - Chief Human Resources Officer no DOT Digital Group. Graduada em Direito, tem MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e especialização em Employer Branding e Employee Experience, entre outras titulações. Possui experiência de mais de 18 anos na área de Recursos Humanos e Treinamento e Desenvolvimento.