Fique por dentro do que rolou no RH Leadership Experience 2024

No último dia 28 de maio, o RH Leadership Xperience 2024, realizado pela StartSe, reuniu especialistas de RH de empresas de todo o Brasil, com o objetivo de refletir sobre as melhores práticas e o futuro deste setor.

O iFood Benefícios marcou presença como patrocinador, incluindo um estande na área de expositores, além de duas palestras: Gustavo Vitti, CHRO do iFood, falou sobre o RH Data Driven e David Ruiz, Diretor de Engenharia do iFood Benefícios, apresentou a importância de aliar tecnologia e gestão humanizada para promover o desenvolvimento dos profissionais. 

Dando a partida: o RH está pronto para a IA?

No início do RH Leadership Experience, Cristiano Kruel, Sócio e Head de Inovação da StartSe, provocou uma reflexão entre os participantes sobre a maturidade do RH para utilizar a IA. Para o anfitrião, a IA é muito relevante e uma ferramenta importante para o trabalho com os times nas empresas. Ainda apontou que os maiores desafios são os custos, a determinação do melhor uso dos dados e as melhores formas de colocar as estratégias em prática.

“Somos humanos e o medo de algo novo é natural, mas precisamos ser curiosos quanto à Inteligência Artificial. O grande desafio do RH é quanto tempo leva e quanto custa para encontrar a solução de determinado problema. Portanto, quem entender de IA e separar a conversa da prática, terá uma chance maior desta resolução”, comentou Cristiano.

O futuro do trabalho: conectando humanos com a IA

Ricardo Wagner, Diretor do Copilot e Soluções do Futuro do Trabalho na Microsoft Americas, falou sobre como conectar pessoas e a tecnologia de IA para que possamos gerar inclusão e benefícios para os colaboradores. Este movimento aprimora a área do RH e a visão de gestão de pessoas.

Ele acredita que a tecnologia impacta positivamente a educação, o emprego e a qualidade de vida das pessoas, especialmente aquelas que possuem alguma deficiência. Dessa forma, apresentou como a IA generativa Copilot da Microsoft dá autonomia para essas pessoas, como é o caso do Alexandre Costa, arquiteto de Soluções de Nuvem na companhia.

“Hoje, existem 46 milhões de pessoas com deficiência no Brasil. Não podemos tratá-las como se fossem custo e problema, precisamos criar essa adaptação e isso é possível por meio da tecnologia", comentou Ricardo. “A IA é inevitável, remove barreiras e inclui. É uma revolução do bem”, concluiu.

Dados, IA e decisões em RH. Estamos preparados?

Gustavo Vitti, CHRO do iFood, apresentou no RH Leadership Experience o nosso caso de sucesso que nos fez ter uma visão People Data Driven. Para ele, é essencial potencializar a utilização de dados e conectar os insights com a cultura da empresa. É essencial, portanto, utilizar as ferramentas de IA para avaliar as interações dos colaboradores, o que vai ajudar a entender o comportamento e sentimento de cada profissional em relação à empresa, time e liderança. O executivo ainda indicou a importância da segurança psicológica e o respeito nas relações de trabalho.

Vitti indicou a aplicação do Canvas do RH Data Driven, com os passos a seguir:

1. Entenda como o RH gera valor; 
2. Faça o básico bem feito e entenda as atividades urgentes da empresa;
3. Organize sua base de dados e entenda quais deles são importantes;
4. Crie hipóteses, mas cuidado: não seja muito ideológico;
5. Busque as boas práticas do mercado;
6. Facilite a utilização de dados;
7. Conecte os insights com a cultura da empresa.

“Se a missão do RH é construir um ambiente de altíssima performance por meio da liderança, é necessário que o RH construa as ferramentas para dar essa visibilidade à liderança", comentou o CHRO.

Segurança psicológica

Vitti ainda falou sobre a importância da segurança psicológica para a criação de times mais audaciosos e que se arriscam:

“Nossa pesquisa interna mostrou que somos um dos melhores lugares para trabalhar, entretanto, quando se trata de segurança psicológica, estamos na média do mercado e não é isso que queremos. Para desafiar, precisamos gerar confiança e isso só é possível se cuidarmos dos times. A filosofia Care to Dare cuida das pessoas com confiança, suporte e empatia ao mesmo tempo em que desafia esses colaboradores. Precisamos criar um ambiente onde as pessoas possam errar, falhar e se sentirem felizes por isso, pois sabem que têm o apoio da liderança”, afirmou.

Os líderes são capazes de definir o engajamento das pessoas em relação a empresa, portanto:

• Utilize a jornada de dados para gerar insights e guiar as lideranças;
• Trabalhe com referências para evitar opiniões sem embasamento;
• Deixe claro o que é esperado do colaborador.

Por fim, Vitti deixou um recado para o RH:

“A tecnologia melhora de forma linear e as novas tecnologias crescem de forma exponencial. Quem não começar a utilizar a IA agora, vai perder um tempo precioso lá na frente”.

Harmonizando alta performance e felicidade

Renato Barbosa, CEO e Fundador da Gria, indicou como aliar alta performance e a felicidade por meio da Inteligência Artificial. O executivo alertou os participantes sobre o principal desafio neste processo, que é a saúde mental de cada membro do time, sendo essencial o acompanhamento de pessoas neste processo de digitalização do RH. Pontuou também a possibilidade de tomar decisões mais estratégicas com as pessoas com o uso dos dados, o que irá incentivar as habilidades de cada profissional e potencializar o que as pessoas têm de melhor, gerando bem-estar e motivando as pessoas.

“Nosso principal desafio é a saúde mental. O que o cliente enxerga é o que entregamos. Portanto, como as pessoas cuidam de outras pessoas?”, questionou.

A otimização do PDI integrando feedback humano e insights de IA Generativa

Um destaque do evento foi a abordagem da otimização do PDI - Plano de Desenvolvimento Individual - integrando feedback humano e insights de IA Generativa, compartilhado na apresentação de David Ruiz, Diretor de Engenharia do iFood Benefícios. Segundo Ruiz, a integração entre as interações humanas e a IA oferece inúmeras vantagens para o plano de desenvolvimento dos colaboradores, identificando questões, antecipando áreas de crescimento e diminuindo possíveis lacunas na evolução dos profissionais. Para isso, é essencial equilibrar o uso da tecnologia ao olhar humano. 

“O ChatGPT é alimentado por vastos conjuntos de dados e usa modelos de aprendizado profundo para gerar respostas em tempo real capazes de simular conversas humanas com precisão e contexto. Análises mais complexas se tornam acessíveis por meio da IA Generativa, facilitando decisões informadas e estratégicas”, afirmou.

Essa integração trouxe diversos benefícios para os profissionais que precisam criar um bom PDI com agilidade sem perder a profundidade, além de um PDI único e relevante para cada profissional e identificação antecipada de áreas em crescimento, o que minimiza gaps de desenvolvimento.

Entretanto, o olhar humano ainda é importante para o feedback e, por isso, não podemos excluí-lo totalmente. O ponto chave da palestra de David é o equilíbrio entre a tecnologia e o humano: “A tecnologia não vai nos substituir, mas sim complementar e ajudar no nosso trabalho”.

Ele ainda alertou para outros desafios dignos de atenção que a IA pode trazer:

1. Uso responsável dos dados: cuidado com informações sensíveis e confidenciais. É necessário que as empresas verifiquem as políticas do site e consultem internamente quais plataformas de IA Generativa são permitidas. Evite sempre compartilhar dados confidenciais;
2. Riscos de recomendações infundadas: é necessária a revisão humana. Lembre-se: a IA complementa o seu trabalho e não o faz por você;
3. Treinamento e adaptação: prepare e atualize constantemente as equipes.

Sobre o futuro da IA no PDI, David finalizou:

“No cenário em evolução dos PDIs, a IA não é apenas uma tendência, mas sim um parceiro estratégico. Ela amplifica a intuição humana, permitindo decisões mais informadas e personalizadas. À medida que a tecnologia avança, nosso papel é guiá-la, integrando nossa expertise humana para moldar futuros de carreira brilhantes. O futuro é uma fusão da Intuição Humana com Inteligência Artificial”.

Clique aqui para ter acesso ao Prompt para ChatGPT para o seu PDI apresentado no evento.

Modelo preditivo de performance: RH Data Driven e humanizado

Para Matheus Curty, Gerente Sr. de Agilidade, Estratégia e People Analytics na Natura, com a consolidação dos dados, os líderes podem ter em mãos ferramentas para capacitar as pessoas. No caso da Natura, a IA foi utilizada no RH para a realização de análises semânticas nos textos recebidos pelo RH em pesquisas de engajamento. Com a aplicação foi possível relacionar os dados com números para avaliar a experiência de cada colaborador.

“Não é sobre ferramenta, e sim sobre ser Data Driven. Consigo analisar os textos recebidos pelo RH em pesquisas de engajamento e cruzar os dados com números para ter ainda mais clareza da experiência do colaborador”, comentou.

Segundo ele, o principal aprendizado de People Analytics começa com atitudes. Além disso, sugere que as pessoas se apaixonem pelo problema e não pela solução.

Liderança: humanização, diversidade e propósito

Mariana Talarico, Diretora de RH da Natura, e Vivian Ronchi, Gerente Sênior de Gestão de Pessoas na Natura, encerraram o evento falando sobre a cultura de proximidade junto aos colaboradores que a empresa aplica em uma estratégia baseada em liderança humanizada, diversidade e propósito. Neste sentido, a IA deve ser sempre aliada ao trabalho humano, para que possa apoiar a rotina operacional, sendo um meio e não um fim na área de gestão de pessoas.

“Líderes têm que ser agentes de transformação e aprendizado durante o percurso. Permita-se transformar para transformar os outros. Isso é liderar”, encerrou Mariana.

O evento contou com a participação dos principais líderes de RH do Brasil em discussões sobre o uso da tecnologia de IA na área de RH, cultura das empresas, gestão de talentos, futuro do trabalho, inclusão geracional, diversidade e liderança estratégica.

Inspire-se com esta importante reflexão que pode conduzir seu time para o futuro, com a utilização de ferramentas de IA e o olhar humano, para a promoção de uma gestão de pessoas otimizadas e que vai levar a área de RH para outros patamares de otimização, principalmente em temas como diversidade, inclusão e empatia.

O futuro da gestão de pessoas começa hoje, então sigamos debatendo juntos!