Payback no RH: como calcular e mostrar o retorno dos seus investimentos em pessoas

Entenda o conceito, as vantagens e como calcular o payback

21 de Julho de 2025

Leitura de 4 min

payback é um indicador que representa o tempo de retorno financeiro sobre um investimento.

Diretamente ligado ao fluxo de caixa, o cálculo desse KPI (Key Performance Indicator, ou Indicador-Chave de Desempenho) é essencial para que a empresa ou setor possa determinar se uma aplicação específica é realmente viável e lucrativa.

No contexto de Recursos Humanos, serve para estimar o período de retorno de equipamentos, implementação de ferramentas, novas contratações, treinamentos e qualquer investimento que possa beneficiar os profissionais da área e/ou os colaboradores da empresa.

Índice:

Qual as vantagens do payback?

Dentre os benefícios do payback, vale citar:

  • cálculo prático e fácil compreensão, acessível mesmo para quem não é expert em finanças;
  • auxilia a tomada de decisões ainda nas fases de planejamento;
  • comparação entre investimentos, permitindo a avaliação de possíveis lucros e riscos.

Apesar das vantagens, o payback é mais indicado para projetos de curto prazo, além de ter compatibilidade limitada com negócios de grande porte ou planos de maior complexidade e não considera rendimentos posteriores à recuperação do investimento inicial.

Sendo assim, para ter projeções e análises mais aprofundadas, é interessante acompanhá-lo com outros indicadores, como o ROI (Retorno sobre Investimento).

Cálculo payback

Existem dois tipos de payback: o simples e o descontado. Veja detalhes sobre ambos logo a seguir.

Payback simples

Apesar de prática, a versão simples é consideravelmente limitada porque não contabiliza variáveis que podem impactar as finanças ao longo do tempo. O cálculo é:

Investimento inicial / Saldo médio do fluxo de caixa no período em questão = Payback

Em um cenário hipotético, o RH de uma empresa investiu R$ 30 mil no treinamento dos colaboradores. A projeção é que a aplicação dos novos conhecimentos traga receita de R$ 4 mil por mês. Logo, o cálculo é:

30.000 / 4.000 = 7,5

Isso significa que a empresa vai recuperar o investimento que fez treinando seus colaboradores dentro de sete meses e meio.

Payback descontado

Muitos preferem recorrer ao payback descontado porque o simples não contempla taxas de descontos para corrigir os valores com base na valorização ou desvalorização da moeda e deixá-los mais reais.

Por isso, é preciso considerar:

  • Taxa Mínima de Atratividade (TMA): aplicada como parâmetro para definir a rentabilidade mínima do investimento, pode ser baseada na taxa Selic ou em qualquer outro benchmark que faça sentido para a aplicação.
  • Valor Presente Líquido (VPL): valor do fluxo de caixa vigente, calculado a partir de valores futuros, já com descontos do TMA.

Usando o exemplo anterior, o gerente de RH quer calcular o payback descontado considerando um fluxo de caixa de um ano e TMA de 10%.

Antes de mais nada, é preciso calcular o VPL:

Fluxo de caixa (FC) / (1 + TMA)¹ = VPL

“n” é o tempo a ser considerado, lembrando também que o fluxo de caixa mensal do exemplo é de R$ 4.000. O cálculo, portanto, é:

4.000 / (1 + 0,10)¹ = Valor descontado

4.000 / 1,10 = Valor descontado

Valor descontado = 3.636

Ou seja, considerando a rentabilidade mínima de 10%, o fluxo de caixa mensal não é de R$ 4.000, mas, sim, de R$ 3.636.

Agora esse valor deve ser aplicado à fórmula do payback:

Investimento inicial / Fluxo de caixa descontado = Payback descontado

Com os valores do exemplo, o cálculo é:

30.000 / 3.636 = 8,2

Assim, o payback descontado é relativamente mais longo do que o simples, com retorno em pouco mais de oito meses.

Qual o payback ideal?

É difícil afirmar uma taxa ideal porque cada investimento tem suas próprias particularidades.

Mas, no geral, quanto menor for o payback, mais vantagens para a empresa, porque isso significa que o retorno financeiro aconteceu em menos tempo.

Para obter mais exatidão nos resultados, a recomendação é incluir o time financeiro na conversa, desde o planejamento do projeto até o monitoramento dos resultados.

É importante coletar informações detalhadas — como custos iniciais, receita esperada, despesas operacionais, etc. — e analisar cada dado para garantir maior precisão para tomar decisões, fazer ajustes e investir em novas ideias.

Entender indicadores como o payback é só o começo. Continue acompanhando o Acrescenta, o hub de conteúdos do iFood Benefícios, e aprimore sua gestão com dados, estratégia e visão de futuro.

Gente e gestão

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