O que é layoff e o que diz a lei no Brasil sobre isso?

Leia sobre como funciona o layoff, quais são os seus objetivos e o que a legislação brasileira prevê sobre essa medida trabalhista.

9 de Maio de 2025

Leitura de 4 min

O termo layoff é utilizado para descrever a suspensão temporária do contrato de trabalho ou a redução da jornada e do salário de um empregado, geralmente em decorrência de dificuldades econômicas enfrentadas pela empresa.

A legislação brasileira estabelece critérios específicos para que essa medida possa ser adotada de forma legal, protegendo tanto os direitos do trabalhador quanto os interesses do empregador. Entender o que é o layoff e como ele é regulamentado é fundamental para empresas que enfrentam crises e para trabalhadores que precisam conhecer seus direitos nesse cenário. Continue lendo!

Índice:

O que é layoff de uma empresa?

layoff é uma estratégia adotada por empresas para adaptar suas operações a novas realidades, como dificuldades econômicas, avanços tecnológicos ou reestruturações internas. 

Nessa modalidade, o cargo do colaborador afastado é temporariamente desativado, sem a extinção definitiva da vaga. O termo ganhou notoriedade nos Estados Unidos, na década de 1970, quando passou a ser usado por companhias em crise financeira para descrever os intervalos entre contratos de trabalho, como uma medida de sobrevivência empresarial.

No contexto organizacional, o setor de Recursos Humanos exerce um papel crucial na condução de processos de layoff. Isso envolve uma análise cuidadosa dos impactos diretos e indiretos da medida, além da definição de estratégias de comunicação claras e empáticas com os funcionários afetados.

Também é fundamental que o RH avalie alternativas viáveis para mitigar os efeitos negativos da decisão, oferecendo apoio e orientações que contribuam para que os colaboradores enfrentem o período com mais tranquilidade e compreensão.

Como funciona o layoff no Brasil?

A base legal para o layoff está na Medida Provisória nº 2.164-41, que inseriu o artigo 476-A na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Segundo essa norma, o empregador pode suspender temporariamente o contrato de trabalho por um período que varia entre 2 e 5 meses.

Para aplicar o layoff, algumas condições precisam ser obedecidas conforme determina a legislação trabalhista:

  • A empresa deve oferecer ao empregado um curso de qualificação profissional durante todo o período de suspensão do contrato;
     
  • É obrigatório comunicar previamente os colaboradores e o sindicato da categoria com, no mínimo, 15 dias de antecedência;
     
  • O pagamento da remuneração durante o período deve ser garantido por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), desde que os trâmites legais sejam seguidos corretamente.
     

Caso essas exigências não sejam cumpridas ou o empregador demita o trabalhador durante o período de suspensão — ou nos três meses subsequentes ao seu retorno —, a penalidade prevista é uma multa de no mínimo 100% sobre o último salário do empregado antes da suspensão.

Além dessas regras básicas, há critérios específicos que precisam ser atendidos para que a empresa esteja apta a utilizar esse mecanismo:

  • Estar com a situação legal e fiscal regularizada, sem pendências judiciais;
     
  • Comprovar a necessidade de paralisação total ou parcial das atividades, como em casos de cancelamentos expressivos de pedidos ou rupturas na cadeia de suprimentos;
     
  • Enfrentar uma queda significativa da demanda, igual ou superior a 40%.

O que é layoff silencioso?

O chamado “layoff silencioso”, ou quiet layoff, descreve uma prática velada em que a empresa, em vez de realizar uma demissão direta, adota atitudes que pressionam o funcionário a pedir desligamento por conta própria. Essa estratégia geralmente se manifesta por meio da criação de um ambiente de trabalho insatisfatório ou até hostil, tornando a permanência do colaborador cada vez mais difícil. 

Entre as táticas utilizadas estão a redução de responsabilidades, o bloqueio de oportunidades de desenvolvimento profissional e a sobrecarga de tarefas que fogem às atribuições originais do cargo. 

Funcionários submetidos a esse tipo de abordagem podem perceber que estão sendo afastados de projetos relevantes, deixados de fora de decisões importantes ou tratados com indiferença pela liderança. A ausência de promoções e reconhecimento também contribui para o desânimo, fazendo com que o colaborador se sinta desvalorizado. 

As consequências desse comportamento organizacional são graves. A empresa corre o risco de perder talentos valiosos, prejudicar a moral da equipe e, consequentemente, reduzir sua produtividade. Além disso, pode enfrentar questões legais, caso fique caracterizado um desligamento indireto ou práticas abusivas no ambiente de trabalho.

Diante dessa situação, o profissional que desconfia estar sendo alvo de um quiet layoff deve buscar diálogo com a liderança, a fim de esclarecer os fatos e expressar suas percepções. Caso a situação persista ou se agrave, é recomendável procurar orientação jurídica especializada para conhecer seus direitos e avaliar os caminhos possíveis. Em última instância, pode ser o momento de refletir sobre novos rumos profissionais e buscar oportunidades em ambientes mais saudáveis e transparentes.

 

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