SXSW: norte ou constelação? Repensando nosso propósito em 2025

Evento reuniu grandes nomes do mercado, que “abriram suas cozinhas” e revelaram os segredos de como escalam seus negócios
13 de Março de 2025
Leitura de 17 min
A chuva forte que caiu na capital de São Paulo e atingiu Osasco no final da tarde desta quarta, 12 de março, não atrapalhou a busca por conhecimento e a curiosidade de descobrir o segredo das empresas que estão mudando o jogo no mercado.
O iFood Benefícios abriu suas portas para promover o Impulso, seu primeiro evento deste ano, e recebeu líderes de RH, Finanças e Gestão, para gerar avanços significativos no mundo dos negócios com conteúdo de qualidade por meio de grandes nomes do mercado.
Índice:
Flávia Alessandra, empreendedora e atriz, abriu o evento com muito entusiasmo, trazendo inspiração e insights valiosos sobre inovação, crescimento e futuro dos negócios. Muito além da carreira artística, Flávia tem um histórico sólido como empreendedora e construiu sua trajetória com estratégia e inovação.
Para ela, empreender não é apenas abrir uma empresa — é uma mentalidade. “A gente empreende na nossa carreira e na nossa vida o tempo todo”, declarou. Seja ao assumir desafios, aprender novas habilidades ou buscar inovação, a mentalidade empreendedora é o que nos impulsiona para o próximo nível.
E é exatamente isso que o Impulso representa: um evento para crescer, se conectar com novas possibilidades e transformar o futuro do trabalho. Com um olhar atento às tendências e à tecnologia, o evento reforça a importância de se adaptar, inovar e buscar soluções que realmente façam a diferença para pessoas e negócios.
Daniela Zylberkan, Head de Growth e Marketing no iFood Benefícios, abriu o evento mostrando um pouco de como funciona o ecossistema de iniciativas da marca, que vão além da jornada do consumidor. Ela revelou uma tríade que integra experiências, educação por meio de conteúdos, e saúde e bem-estar, para que as empresas consigam colocar o colaborador no centro e cuidar de seus ativos mais importantes.
Diego Barreto, CEO do iFood, abriu a noite falando sobre crescimento exponencial, revelando os desafios e aprendizados por trás de um negócio de alto crescimento. Desde sua origem, a startup tem como propósito a inovação e ser um local e uma empresa onde as pessoas se sintam bem em participar, seja como colaboradores, parceiros ou clientes.
Muitas pessoas acreditam que o sucesso de uma startup acontece de maneira linear: uma grande ideia surge, recebe investimentos, é desenvolvida e, consequentemente, torna-se um sucesso. No entanto, Diego trouxe uma visão realista do processo, destacando que a trajetória é repleta de trabalho intenso, incertezas, inseguranças, erros e aprendizados constantes.
O iFood, que hoje movimenta mais de 7 bilhões de reais por mês, além de ser resultado de um ecossistema de crescimento exponencial, é motivo de orgulho para o mercado: “O iFood é fruto de tecnologia brasileira que consegue cada vez mais gerar resultado pro vendedor e renda pro entregador”. A marca é sustentada por quatro pilares essenciais: cultura, modelo de gestão, pensamento de ecossistema e inovação rápida.
Diego ressaltou ainda que a cultura da empresa é fundamental e é necessário respeitá-la, acima de tudo: “A cultura, pra mim, é algo inegociável”. Para ele, é por meio de uma cultura forte e estruturada que a empresa, colaboradores e clientes crescem.
Entre os pilares fundamentais que fazem o iFood ser único em termos de pessoas e entregas, ele destacou alguns:
Focamos em inovar e descobrir novas soluções, mas também em ser cada vez mais eficientes e rentáveis. A capacidade de fazer duas coisas contraditórias ao mesmo tempo deve ser valorizada, e é preciso que, cada vez mais, as pessoas tenham a capacidade de serem ambidestras.
“Não existe orçamento para inovação, está na cultura, está na empresa”.
Não se contente com os consensos. Exponha seus pontos de forma transparente, discordando e estando aberto a opiniões.
“É necessário entender a importância de ter conflitos produtivos, se você não tem conflito você está postergando as decisões difíceis”.
Coragem e transparência são fundamentais para superar desafios. É preciso encarar fatos de frente para transformar o impossível em possível.
“Seja brutal com os fatos, não com as pessoas”.
É necessário descomplicar e desapegar, criando soluções e não obstáculos.
“É preciso flertar com o caos, para ter agilidade e prioridade nas entregas, ou seja, ter menos política e burocracia envolvida, e mais bom senso. [...] Entre um problema e uma solução só existe uma coisa no caminho: informação”.
Diego compartilhou o caso do Clube iFood como exemplo da cultura de inovação, de teste e de aprendizados com os erros. Ao criarem o programa de fidelidade, entenderam que: agilidade = testar + aprender.
Para este jet ski (projeto), foram realizados mais de 1000 testes em um ano. Enquanto testavam e aprimoravam, foi percebido que o consumidor retornava ao aplicativo mais vezes quando utilizava o Clube iFood. Apenas após 2 anos, compreenderam como monetizar para então, em maio de 2024, decolarem em resultados.
A inovação sempre esteve presente, permitindo o espaço para testes e erros, com base em confiança nas pessoas.
Thiago Nigro, CEO e Fundador do Grupo Primo, subiu ao palco após a exibição de um vídeo inspirador que contou sua trajetória como um dos maiores educadores financeiros do Brasil. O empreendedor trouxe sua visão sobre como construir um negócio que cresça de forma sustentável gerando valor e sendo guiado por uma visão clara. Um dos principais questionamentos que abordou foi: Você precisa ter o melhor produto para ser o maior?
Nigro ilustrou essa questão com o exemplo da Wimpy (rede de fast food com menos unidades) e o McDonald's (líder global no setor). A diferença entre as duas? Escala. “Não são as empresas que tem os melhores produtos que são as maiores empresas. O segredo está na distribuição e na escala”, explicou.
A grande sacada é que quem tem a maior distribuição e a melhor escala sempre vence. Para isso, é essencial controlar a narrativa perante o cliente. Quem define essa narrativa e distribui sua mensagem de forma eficiente sai na frente.
Thiago explicou que todo negócio passa por quatro fases antes de se tornar um grande empreendimento:
O Grupo Primo passou por cada uma dessas etapas: começou com "O Código da Riqueza", evoluiu para "O Primo Rico" e, depois, tornou-se o Grupo Primo, consolidando-se como um ecossistema completo de educação financeira.
Para escalar rapidamente, é fundamental estruturar bem o modelo de negócio por meio de alavancas e mecanismos de escala. Nigro reforçou que não é apenas sobre o que você vende, mas sobre o que você defende. “Ganha sempre quem tem o melhor modelo de negócio com o maior exército de vendas”, concluiu.
Além da escala e modelo de negócio, a visão e a gestão também são fundamentais na construção de uma empresa, de um ecossistema. “Nossa visão é a de ser o maior ecossistema de educação financeira e consultoria de investimentos do Brasil”, exemplificou.
Também é preciso ter as pessoas certas para trabalharem juntas e evitar ter pessoas que “remam contra a maré”, isto é, precisam estar bem alinhadas com a cultura e propósito da organização. Uma gestão controlada e eficiente é fundamental para que toda essa engrenagem funcione adequadamente.
Para Nigro, os principais aprendizados para o negócio são:
Ele finalizou destacando que aprimoramento é inovação, em sua visão. “É preciso se manter fiel a sua visão e seguir o caminho do esforço inteligente para ter um resultado escalável. Seja um aprimorador”, concluiu.
Arthur Freitas, Diretor Geral do iFood Benefícios, compartilhou a jornada do iFood Benefícios e como ela vem se tornando um diferencial no mercado de benefícios corporativos.
“A marca mais amada do Brasil está reinventando a forma como as pessoas se conectam com os seus benefícios.”
Em março de 2020, no auge da pandemia de covid, apenas 10% dos restaurantes do iFood aceitavam vale-refeição. Mesmo assim, a plataforma registrou 2 milhões de pedidos por mês feitos com esse método de pagamento. Esse cenário evidenciou uma demanda clara: as pessoas queriam mais opções para utilizar seus benefícios.
Foi assim que nasceu o iFood Benefícios. Mas apenas lançar um novo serviço não era suficiente – era preciso executar bem. A inovação exige tentativa e erro.
A primeira solução criada foi um QR Code, mas que não teve grande adesão. Em seguida, foi lançado o cartão bandeirado Elo, aceito em mais de 4 milhões de estabelecimentos, aumentando significativamente a facilidade de uso e a experiência do usuário. “Somos um ecossistema. Geramos valor em todas as pontas a partir do entendimento de suas dores”, relembrou Arthur.
Sendo assim, perceberam que a baixa acessibilidade dos vales nos estabelecimentos, as altas taxas na forma de pagamento e as dificuldades enfrentadas pelo RH e pelos colaboradores demonstraram que o setor precisava de uma solução mais eficiente. O iFood Benefícios surgiu justamente para inovar o mercado e trazer soluções para as dores dos colaboradores, do RH e dos estabelecimentos.
Para aumentar o valor agregado, o iFood Benefícios incorporou o Clube iFood à sua proposta: quem tem o cartão, tem acesso ao Clube, que oferece vantagens e descontos exclusivos. Além disso, firmou parcerias com restaurantes para garantir descontos especiais para quem paga com o cartão iFood Benefícios.
Toda essa inovação e proposta de valor trouxeram excelentes resultados e feedbacks positivos, como relatou um dos clientes da empresa: "Com o antigo fornecedor, era preciso parar o tempo por dois dias para realizar a gestão dos benefícios. Com o iFood Benefícios, fazemos isso em poucas horas".
Os resultados positivos também se refletem nos números. Empresas que adotam o iFood Benefícios registram um turnover menor em comparação à média do mercado:
Turnover médio do mercado: 25%
Turnover das empresas que oferecem benefícios iFood: 18%
Mais do que um cartão de benefícios, o iFood Benefícios quer entregar valor e agregar para o RH, para os colaboradores e para os estabelecimentos.
Sendo assim, diversas iniciativas são oferecidas para quem possui o produto: Clube iFood, parceria com descontos em restaurantes, Colab+, além do Acrescenta, nosso portal, com conteúdos especializados para RH e empresas, além de podcast, coberturas de eventos e, em breve, cursos e formações.
Entre as próximas novidades, o RH poderá gerenciar os benefícios dos colaboradores diretamente pelo app, tornando a experiência ainda mais intuitiva. Além disso, será lançado um painel de dados, permitindo que as empresas acompanhem o uso dos benefícios e comparem seus números com as tendências do mercado.
A futurista Daniela Klaiman fechou a noite com uma palestra incrível que abordou as tendências, desafios e necessidades que surgirão no mercado de trabalho e na sociedade nos próximos anos, mostrando que é essencial estar preparado para o que vai acontecer no futuro.
Para começar, destacou que o estudo do futuro exige uma análise de diversos fatores, desde mudanças no comportamento do consumidor até o surgimento de novas tecnologias.
O conceito de Future Ready não se trata apenas de prever tendências, mas de se preparar para o que está por vir, antecipando possibilidades e criando planos A, B e C para diferentes cenários.
Para explicar os desafios do futuro, Daniela trouxe as macro forces, como crise financeira, mudança climática, guerras descentralizadas - hoje existem 69 conflitos ativos no mundo, impactando acordos econômicos e políticos, e causando insatisfação generalizada, pós-verdade, polarização e crise na saúde mental.
Sobre a era da pós-verdade, a futurista explicou que o conteúdo que consumimos já não é inteiramente humano. Estamos entrando em um momento onde será difícil distinguir o que é real do que é manipulado. Com isso, saímos da era da confiança para a era da desconfiança, onde novas formas de validação da informação serão necessárias.
Além disso, a polarização surge diante deste cenário. As redes sociais estão moldando nossas percepções ao fortalecerem apenas aquilo que já acreditamos. Isso impede que tenhamos contato com perspectivas diferentes, tornando a sociedade cada vez mais dividida.
E por fim, há o aumento da crise de saúde mental. A combinação desses fatores tem levado a um aumento alarmante nos casos de burnout, ansiedade e solidão. Hoje, apesar de ser a mais conectada, 75% da Geração Z se sente sozinha.
Diante deste cenário, novas necessidades emergem. Empresas e lideranças precisarão se adaptar a essas demandas para garantir relevância e sustentabilidade no longo prazo. Daniela destacou as cinco grandes necessidades (ou future needs):
Em seguida, Daniela abordou os níveis de evolução e consciência das organizações, mostrando que os valores do mundo não estão no mesmo nível que os valores e mentalidades da grande maioria das empresas. Ela dividiu essas organizações em três tipos:
Organizações combativas
O valor maior nesse tipo de empresa é a força, e elas são boas para respostas rápidas e em curto prazo, mas deficientes no desenvolvimento de colaboradores. Nesses lugares, os chefes são absolutos, as relações são pautadas pelo medo e submissão à liderança, pela hierarquia acentuada e pelas recompensas com base nos interesses da gestão.
Organizações dogmáticas
O valor nesse tipo de empresa é a tradição, e elas planejam a longo prazo, mas não aceitam correr riscos. Nesses lugares, a receita do sucesso costuma ser a receita do passado, a hierarquia é rígida e burocrática, o emprego é encarado como algo vitalício, e as normas e regras são valores inquestionáveis.
Organizações de performance
O valor nesse tipo de empresa é a máquina, e elas são drivers de inovação e eficiência, mas têm foco no lucro a todo custo, desconsiderando o impacto gerado. Nesses lugares, a eficiência e inovação são as chaves, a gestão é feita por metas, que são recompensadas com sucesso rápido e bônus altos, a hierarquia tem mais autonomia na execução, e o ambiente é individual e competitivo.
Organizações plurais
O valor nesse tipo de empresa são as pessoas, e elas valorizam o ser humano, neutralizando os excessos sobre o meio ambiente, mas deixando em último plano o business, faturamento e lucratividade. Nesses lugares, a diversidade é tema central, há o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, os líderes viram mentores, e o propósito é um must have das empresas.
Nas chamadas organizações exponenciais, o principal valor será a tecnologia, responsável por neutralizar os aspectos negativos dos outros tipos de organizações, e trazendo para si os aspectos positivos.
Para isso, alguns pilares exponenciais de inovação devem ser seguidos:
O Impulso chegou para mostrar que a inovação, a tecnologia e o cuidado humano não podem andar separadamente na construção de organizações com sucesso exponencial, e a primeira edição só veio dar um gostinho de tantos assuntos e pautas que ainda merecem ser desvendados no futuro.
Continue acompanhando o Acrescenta para ficar por dentro de todos os assuntos que são fundamentais para desenvolver grandes negócios e impulsionar o futuro da sua empresa no mercado.