Gran revoluciona conexão entre funcionários remotos

Com o início da pandemia da Covid-19 em meados de 2020, a edtech Gran, com sede principal em Brasília e uma unidade em Curitiba, adotou o modelo de trabalho remoto, contratando pessoas de todo o Brasil. No entanto, em 2023, ficou claro que havia um problema: os funcionários estavam se sentindo isolados.

Conversando com pessoas de diversos setores, a empresa entendeu que havia falta de senso de pertencimento e de conexão por parte dos chamados “GranLovers” que não ficavam em Brasília, afetando seu engajamento e produtividade.

Segundo Mônica de Amorim, HR business partner da Gran, 74% dos mais de 1 mil profissionais estão em trabalho remoto e espalhados por diversas cidades. 

“Mesmo com algumas atividades presenciais para toda a empresa, como o nosso grande evento anual em Brasília, faltava trabalhar mais a conexão com eles”, conta.

Índice:

• O caminho
• Resultado

O caminho

Para resolver o problema, em novembro de 2023, Mônica e o time de pessoas começaram a desenvolver um projeto de encontro presencial que se somaria aos demais do calendário da companhia. Em janeiro de 2024, nasceu o GranCollab.

Com um formato mais livre, o evento não é obrigatório e não tem dinâmicas de integração pré-definidas pelo RH. A ideia é que ele seja espontâneo e protagonizado pelos próprios funcionários.

A empresa fica responsável pela divulgação e primeira conexão entre os participantes. Primeiro, envia um convite às pessoas daquela cidade, sempre com uma comunicação personalizada e divertida que se vale de aspectos locais da cultura e turismo. Depois, cria um grupo onde todos podem ver quem estará presente e quais são suas áreas e funções. Ali, as primeiras interações começam e as pessoas podem planejar com quem desejam conversar, seja para se conhecer pela primeira vez, seja para trocar ideias para um novo projeto ou resolução de um problema.

A Gran também cuida de reservar o espaço do encontro e o buffet em algum coworking, que seja de fácil acesso por transporte público e acessível para pessoas com deficiência.

Os funcionários podem se reunir em qualquer horário e data, mas geralmente utilizam um intervalo da semana fixo e livre de reuniões em seus calendários, como a Quarta de Foco, das 14h às 18h.

A Gran faz questão de frisar aos funcionários que o evento não é obrigatório, evitando que ele se torne algo pesado e que será feito de má vontade. A ideia é que, após o pontapé inicial da empresa, elas se sintam livres para sair de casa, se divertir e interagir da maneira que desejam, sem roteiro e pressão. 

“Com esse projeto, queríamos que a Gran fosse até as pessoas, não que as pessoas viessem até nós, em Brasília. É uma maneira de criar um grupo unido e feliz em diversas cidades. Sempre brincamos com eles: seu vizinho pode ser também um GranLover e você ainda não sabe”, disse Mônica.

Resultado

Em janeiro, o primeiro GranCollab aconteceu em São Paulo, seguido por encontros em cidades como Rio, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba e Salvador. Até agora, 100 pessoas já participaram dos eventos. Por escolha dos próprios funcionários, as reuniões serão trimestrais.

Após as reuniões, a pesquisa de NPS (Net Promoter Score) foi de 100 em todas as cidades, comprovando o sucesso da iniciativa. 

“Já tivemos depoimentos incríveis. Em João Pessoa, por exemplo, há três funcionários. Um deles nos falou que estava muito feliz após o GranCollab porque tinha se sentido visto pela empresa e pelo CEO”, diz Mônica.

Além das atividades no coworking, a empresa percebeu que os funcionários formaram novos grupos de amigos, se reunindo para happy hours após o encontro ou marcando atividades esportivas e de lazer em outros dias, criando grupos orgânicos e aumentando a integração e o bem-estar.

Para 2025, a Gran pretende continuar com o GranCollab e criar o papel de embaixadores. Em cada estado, haverá um funcionário embaixador responsável por encontrar o local do evento e gerenciar as pessoas antes e depois, sendo reconhecido financeiramente pelo trabalho.

 “Quando o projeto completar um ano, também pretendemos incluí-lo na nossa pesquisa anual para ver como ele está afetando a nossa cultura no ponteiro da comunidade”, afirma Mônica de Amorim. “O NPS 100 já nos mostrou que o resultado é positivo, mas queremos ter mais assertividade na contribuição dele para a cultura e nosso negócio”.

*Conteúdo inédito da Think Work Lab para o Acrescenta, do iFood Benefícios. Em breve, também disponível no Think Work Lab, na área exclusiva para assinantes.