A Arte de Liderar: reflexões sobre coerência, cultura e presença

Descubra como o iFood redefine a liderança com cultura, propósito e adaptabilidade para o futuro do trabalho.

5 de Novembro de 2025

Leitura de 6 min

No iFood, discutir liderança é olhar para o que nos move — e também para o que nos desafia. Foi com essa provocação que aconteceu o encontro “A Arte de Liderar: como líderes constroem relevância em tempos de excesso”, conduzido por Raphael Bozza, CHRO do iFood, com participação de Ricardo Baságlia, CEO da Michael Page.

A conversa começou com Baságlia propondo uma reflexão sobre o que define o sucesso de um líder hoje. Ele contou que, em outras épocas, o principal preditivo de sucesso era o QI, símbolo de inteligência lógica. Depois, veio o QE, o quociente emocional, popularizado por Daniel Goleman. Mas, segundo ele, o mundo mudou rápido demais para que essas medidas bastassem. Agora, o que realmente diferencia os profissionais é o QA — o quociente de adaptabilidade.

 

“Somos contratados com base em uma foto de mercado, de estrutura e de prioridades. Mas essa foto muda o tempo todo. Quem espera que ela volte, fica para trás”, afirmou.

 

IMG_3842.jpg

Essa capacidade de adaptação, segundo Baságlia, é o que sustenta o desempenho no longo prazo. Ele apresentou uma fórmula simples que resume sua visão: Performance = Talento – Interferência. Interferência é tudo aquilo que impede alguém de entregar o melhor — ruídos, processos, desgaste emocional, falta de clareza. 

papel do líder é reduzir essas interferências e criar condições para que o talento aconteça. Ele lembrou, com humor, que há profissionais que entregam resultado, mas “deixam um rastro de sangue pelo caminho”. E alertou que, quando isso acontece, o custo humano e cultural anula qualquer conquista de curto prazo.

Baságlia também falou sobre a importância de “zerar o ranço”, não deixar que ressentimentos entre equipes e projetos se acumulem. Segundo ele, o líder precisa cultivar a capacidade de recomeçar, de encarar conversas difíceis e de limpar o terreno emocional do time. “Sem isso, não existe confiança”, reforçou.

Foi nesse clima que Bozza entrou na conversa, trazendo o olhar de dentro do iFood. Ele contou que, durante muito tempo, o foco da empresa esteve nos resultados e que foi preciso virar a chave para equilibrar performance e cultura. Esse processo exigiu coragem para encarar incoerências, rever prioridades e reconectar as áreas ao negócio. “A área de pessoas não é a que traz só boas notícias, é a que traz a realidade”, comentou, ao lembrar de decisões impopulares que precisaram ser tomadas com transparência.

IMG_3864.jpg

A fala de Bozza provocou novas reflexões sobre o papel da liderança em tempos de excesso. Ele destacou que cultura não é discurso, é prática — algo que se sustenta nas pequenas decisões e na coerência entre o que se fala e o que se faz. No iFood, por exemplo, toda promoção de diretoria passa pela avaliação de cada C-level da companhia, e já houve casos em que profissionais não avançaram por comportamento desalinhado aos valores da empresa.

A conversa avançou para o conceito de vitalidade intelectual, apresentado por Baságlia. Ele descreveu essa característica como a energia de aprender continuamente e citou uma metáfora de Sócrates: “Mesmo que minha mãe fosse a melhor parteira do vilarejo, ela não conseguiria dar à luz uma mulher que não estivesse grávida.” Para ele, o desenvolvimento depende da vontade interna de evoluir, e o papel da liderança é criar espaço e estímulo para essa curiosidade se manter viva.

A partir daí, o debate se expandiu para o tema da felicidade e da saúde mental. Baságlia provocou o público ao dizer que vivemos uma “epidemia de doping corporativo”, alimentada por cafés, energéticos e remédios que aceleram o ritmo e mascaram o cansaço. Esses hábitos, segundo ele, sustentam a performance no curto prazo, mas cobram um preço alto no longo. “A liderança precisa ajustar o ritmo. A gente não resolve saúde mental colocando escorregador na entrada”, afirmou.

Bozza complementou com dados do iFood que desafiam estereótipos sobre a Geração Z. Um terço do time da empresa pertence a essa geração e, ao contrário do senso comum, é o grupo mais engajado e com menor índice de turnover. Para ele, o que essa geração rejeita não é a liderança, mas a incoerência. “Eles querem ver sentido, querem ver verdade”, disse.

O público também participou da conversa. Uma das perguntas trouxe à tona o uso de inteligência artificial em avaliações de desempenho e o desafio de manter o engajamento das equipes quando parte desse processo é conduzida por tecnologia. A dúvida abriu espaço para um exemplo prático de Bozza, que já havia abordado o tema ao longo do encontro.

Ele explicou que a inteligência artificial faz parte da cultura do iFood e que esse movimento começou de forma gradual, com poucos agentes de IA, até chegar aos mais de 4.500 que hoje apoiam diferentes áreas da empresa. Segundo ele, mais do que implementar ferramentas, o foco está em criar um ambiente de aprendizado contínuo, no qual a tecnologia é usada para ampliar o olhar sobre as pessoas e o negócio.

Bozza destacou que o segredo é não buscar o produto perfeito, mas incentivar o processo de evolução. “Queremos lançar, ouvir feedback, ajustar e evoluir junto com o time”, disse. Essa postura, segundo ele, estimula a criatividade, o engajamento e a coragem para testar novas ideias.

Arthur Freitas, CEO do iFood Benefícios, que estava na plateia, também contribuiu com o debate ao compartilhar um caso que conectou cultura, tecnologia e liderança. Ele lembrou que o produto nasceu em meio ao caos, quando ainda era apenas um QR Code, e brincou que “quase houve uma greve dos foodlovers” antes que as primeiras versões começassem a funcionar bem. O processo, segundo ele, foi construído com base em tentativa, erro e escuta. “O iFood Benefícios foi construído com escuta e experimentação. É disso que nasce a cultura empreendedora”, afirmou.

Entre provocações, aprendizados e trocas genuínas, o encontro mostrou que liderar em tempos de excesso é equilibrar lucidez e humanidade. Exige coragem para sustentar coerência, disposição para se adaptar e curiosidade para continuar aprendendo.

No fim, ficou uma sensação compartilhada: a liderança não é um ponto de chegada, é uma prática em constante construção.



Quer transformar a forma como sua empresa cuida das pessoas e impulsiona resultados?
O iFood Benefícios é o parceiro que une tecnologia, bem-estar e cultura para construir líderes e times mais fortes. 

 

Gente e gestão

Compartilhe esse post

Copiar Link
Compartilhar no Whatsapp
Compartilhar no LinkedIn
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook

Últimas publicações

Mais sobre: Gente e gestão