Como lidar com a ansiedade e ser mais feliz e produtivo?

No Rewards Day BH, iFood Benefícios, Pipo Saúde, Stay e Hotmart debateram como a remuneração total pode ser alavanca de cultura e futuro.
6 de Agosto de 2025
Leitura de 9 min
O Rewards Day BH nasceu da vivência real de quem esteve no centro das grandes discussões sobre Total Rewards — e trouxe essa energia diretamente para o palco mineiro.
Com a presença do iFood Benefícios, Pipo Saúde, Stay e Hotmart, o evento abriu espaço para uma conversa sincera e necessária sobre o futuro da remuneração total.
Ao longo do encontro, ficou claro que não estamos apenas falando de salário e benefícios, mas de uma mudança de mentalidade. RH está cada vez mais estratégico, olhando para experiência, personalização, cultura e dados como pilares de uma nova era na gestão de pessoas.
Foi um momento para refletir:
👉 Para onde estamos caminhando enquanto área?
👉 O que realmente importa para quem trabalha com a gente?
👉 E como a remuneração pode ser uma ponte — e não um obstáculo — entre o que a empresa oferece e o que os talentos valorizam?
Mais do que respostas prontas, o Rewards Day BH nos entregou perguntas poderosas. E talvez seja esse o maior valor de um evento como esse: provocar para transformar.
Índice:
Logo na abertura do evento, Tiago Mattos — futurista, cofundador da Aerolito, professor e palestrante — provocou o público com uma das suas previsões feitas em 2022:
“Em dez anos, haverá uma IA, operando através de computational creativity, capaz de gerar textos, imagens e outras mídias, em todos os smartphones.”
Acertou em cheio.
Mas o trabalho de Tiago vai além das previsões certeiras: ele estuda sinais e explora potenciais futuros ainda pouco mapeados. Com esse olhar, trouxe reflexões valiosas para líderes e profissionais de RH sobre o que está por vir — e como podemos (ou devemos) nos preparar.
“Teremos gêmeos digitais para os mais diferentes fins.”
Essa foi uma das provocações de Tiago. Réplicas virtuais capazes de simular comportamentos humanos estão cada vez mais presentes — inclusive realizando boa parte do nosso trabalho.
2. O gêmeo digital fará boa parte do nosso trabalho.
Os gêmeos digitais farão boa parte do trabalho e será necessário uma readaptação dos modelos de trabalho
3. Você terá gêmeos digitais de outras pessoas trabalhando para você.
Gêmeos digitais de grandes nomes, grandes estudiosos serão comuns serem usados.
4. Haverá cada vez mais espaço para lideranças futuristas.
Preparar os colaboradores e ser uma liderança preparada para o futuro, sabendo analisar o futuro será um diferencial.
Mas ainda tem algo que nos diferencia da inteligência artificial.A inteligência artificial não pode desenvolver autoconsciência. Ela não pensa sobre si mesma no futuro. Por isso, cabe a nós humanos preparar os profissionais para o que vem pela frente.
Tiago compartilhou alguns exemplos de tecnologias que já estão redesenhando a ideia de benefício:
O benefício do futuro não é apenas o que se entrega, mas o que transforma.
A resposta está na tríade:
Alguns benefícios apenas neutralizam. Outros engajam profundamente. O segredo? Enxergar a empresa como um clube exclusivo, com sinais de futuro que só os colaboradores daquela equipe têm acesso.
Para liderar o novo, não basta repetir o que deu certo no passado. É preciso mudar o olhar e o tempo de dedicação:
1. Repertório > Experiência
Experiência não é sobre quantidade de anos, mas sobre a capacidade de criar algo novo a cada ciclo. Repetir o mesmo trabalho por 20 anos não significa ter 20 anos de experiência.
2. Tempo para o novo
“Uma liderança precisa dedicar 70% do seu tempo pensando em futuro.”
Essa é uma das premissas de quem quer guiar com visão.
3. Pessoas certas, no momento certo
Criar futuros exige reunir talentos preparados para inovar e romper padrões.
Para finalizar, Tiago provocou: Qual o legado que você gostaria de deixar?
No painel com Lilian Kazama, diretora de Benefícios e Operações do iFood, e Tsai Chi-yu, CEO da Stay, o futuro do trabalho foi analisado sob a lente de quem precisa tomar decisões agora — especialmente no que diz respeito à gestão de benefícios.
Logo na abertura, Lilian compartilhou alguns dados de Harvard para reflexão da plateia:
93% das pessoas apontam a flexibilidade como fator decisivo para permanecer em uma empresa.
65% aceitariam uma redução de salário em troca de mais flexibilidade.
Pessoas com alta flexibilidade têm seis vezes mais equilíbrio emocional e são quatro vezes mais produtivas.
Outro ponto que virou destaque: até 2030, grande parte dos profissionais será freelancer — é a Gig Economy ganhando forma, com um mercado onde as pessoas não são apenas parte do sistema, elas são o sistema.
Tsai destacou que os benefícios precisam acompanhar não só a transformação do trabalho, mas também as mudanças demográficas e sociais — como o envelhecimento da população. O impacto disso vai além de leis ou tributos: mexe na cultura, nos comportamentos e no próprio significado de “trabalhar”.
Lilian trouxe uma lista de fatores que estão redesenhando o futuro do trabalho:
Diante desse cenário, a pergunta que fica é: o que o mercado de benefícios precisa fazer agora para se preparar?
A resposta passou por três pilares essenciais:
Personalização — sair do “para todos” e entrar no “para você”
Flexibilidade — entender que jornadas, vidas e prioridades mudam
Tecnologia como aliada — para escalar, ouvir e adaptar em tempo real
No fim das contas, talvez o maior convite tenha sido esse: olhar para o colaborador como um cliente.
Aquele que espera ser ouvido, atendido e surpreendido com soluções que fazem sentido para sua vida, não só para sua folha de pagamento.
Elisa Amorim, CEO e Founder do Remuneração em Foco questionou os convidados do painel sobre sua visão de remuneração total no dia a dia das empresas.
Rodrigo Lakatos, Diretor Global de Remuneração e Benefícios na Hotmart, trouxe uma perspectiva que amplia o olhar sobre remuneração. Para além dos pilares básicos, ele destacou a importância de considerar o salário tangível e os benefícios de longo prazo — aqueles que, de fato, transformam a vida do colaborador.
Mais do que números, é sobre experiência. Ele reforçou que gerar uma jornada positiva dentro da empresa envolve flexibilidade, benefícios relevantes, espaços acessíveis e um ambiente que estimule bem-estar e pertencimento.
Guilherme Tomazin, Diretor de Remuneração e Benefícios na Neon, trouxe um ponto essencial: nunca antes convivemos com quatro gerações atuando simultaneamente no mercado de trabalho. E isso muda tudo.
Quando olhamos para remuneração total, é impossível aplicar uma única fórmula. Cada geração carrega expectativas, prioridades e visões diferentes sobre o que é valor. Para algumas, estabilidade. Para outras, flexibilidade. Há quem deseje mais benefícios relacionados à saúde mental; outros valorizam o crescimento rápido e recompensas de curto prazo.
Marcela Ziliotto, CHRO na Pipo Saúde, trouxe um olhar afiado sobre a conexão entre remuneração total e cultura organizacional. Para ela, não se trata apenas de valores financeiros — mas de entregar aquilo que realmente impulsiona o comportamento, a performance e a produtividade das pessoas.
Ela reforça que a cultura de uma empresa é moldada, em grande parte, pelas iniciativas que ela escolhe priorizar. E a forma como se remunera, reconhece e valoriza é uma dessas alavancas poderosas. Quando se conecta os benefícios ao que é importante para o time, cria-se um ciclo virtuoso: engajamento, entrega e pertencimento.
Ao ser questionado sobre como enxerga a mensuração do salário tangível, Rodrigo Lakatos foi direto: não dá pra fazer isso no achismo. Para ele, é fundamental usar ferramentas de Inteligência Artificial, análise de dados e pesquisas consistentes para entender, de fato, o que faz sentido para os colaboradores e para o negócio.
É a partir dessa escuta ativa e inteligente que se constrói uma proposta de valor coerente, personalizada e com potencial real de gerar impacto. Afinal, remuneração vai muito além do contracheque — é sobre percepção, reconhecimento e valor percebido.
Marcela trouxe um ponto poderoso: na Pipo Saúde, os processos de feedback e avaliação de desempenho foram redesenhados para se conectarem com cultura, remuneração e responsabilidades. — e isso faz toda a diferença na forma como a cultura é moldada e sustentada.
Ela explicou que o modelo parte de uma estrutura clara de senioridade, com um guia de níveis bem definido e uma tabela de cargos e salários que orienta os aumentos conforme o escopo de atuação.
A lógica é simples, mas eficaz:
Quando questionado sobre como a Neon enxerga o EVP (Employee Value Proposition), Guilherme Tomazin foi direto ao ponto: tudo começa com dados.
Para ele, o EVP é algo intangível — por isso, o primeiro passo é traduzir essa proposta em insights reais sobre o comportamento do público interno. Entender padrões, expectativas e necessidades é essencial para construir algo que de fato tenha valor.
Guilherme também destacou a urgência da flexibilização da remuneração, como um reflexo direto da diversidade de perfis e gerações no mercado de trabalho.
E olhando para o futuro? Ele aponta que o profissional de remuneração precisa dominar inteligência artificial, mas com estratégia: não é sobre usar IA por modismo, e sim para aquilo que realmente move o ponteiro.
Já Marcela complementou com uma visão poderosa:
"Remuneração é uma alavanca de negócio."
Ela vê a área como um elo entre pessoas e resultados. A inteligência artificial, nesse contexto, se torna uma aliada para conectar contextos, cruzar dados e integrar diferentes áreas, transformando informação em ação estratégica.
Quer repensar sua estratégia de benefícios? O iFood Benefícios é seu parceiro para construir o futuro do Total Rewards.