Ecoansiedade: O impacto das mudanças climáticas na saúde mental
Como a ansiedade climática está moldando o comportamento humano e revelando novos desafios para a saúde mental global.
Em 24 de janeiro de 2023, um grupo de cientistas, entre os quais figuravam ganhadores do Prêmio Nobel, adiantou o chamado Doomsday Clock (ou Relógio do Juízo Final) de 100 para 90 segundos para a meia-noite. Mantido pelo Boletim dos Cientistas Atômicos (entidade criada por gente de peso, como Albert Einstein), o tal relógio conta, metaforicamente, o tempo para a humanidade ser extinta por meio de uma autoaniquilação.
Quando a contagem começou, em 1947, faltavam sete minutos para a meia-noite, ou o fim do mundo. No início de 2023, além da guerra na Ucrânia, os cientistas chamavam atenção para outro aspecto que põe em risco a humanidade: o aquecimento global e as mudanças climáticas. Esse cenário de “Apocalypse Now” começava a cobrar sua conta por meio da ansiedade climática.
Os efeitos do aquecimento global são conhecidos. Há danos para a saúde física decorrentes das ondas de calor; mortes causadas por desastres naturais que acontecem cada vez com mais frequência; e problemas sociais resultantes de um cenário mais inóspito em algumas regiões. Mas há também os riscos para a saúde mental. Um informe da Organização Mundial da Saúde, de junho de 2022, destacou esse assunto, advertindo sobre o aumento de casos de angústia, depressão, crescimento do consumo de álcool e drogas, e até de comportamentos suicidas resultantes do medo do fim do mundo.
Em Oxford, na Inglaterra, a psicóloga e coach Megan Kennedy-Woodard trabalhava com a psicologia tradicional quando, cerca de cinco anos antes desta publicação, passou a receber pacientes que apresentavam o que depois ela entenderia como “sintomas de ansiedade climática”. “Em uma era de consumo constante de informações, é fácil ser vítima da maneira como a mídia retrata cenários apocalípticos. De fato, enfrentamos a maior ameaça existencial até aqui e é algo que, certamente, requer nossa atenção”, afirmou Megan, em entrevista exclusiva à Think Work.
Segundo ela, a ansiedade climática não é um distúrbio de saúde formalmente diagnosticado, mas que pode exigir um acompanhamento médico ou terapêutico quando aparecem sintomas ou respostas psicológicas ao que se ouve sobre as transformações do meio ambiente, como sentimento de fatalismo, medo, desamparo, ansiedade, dificuldades para dormir ou até mesmo resignação. A visão pessimista diante do futuro da humanidade pode fazer com que as pessoas se desvencilhem, neguem ou sintam que é tarde demais para fazer qualquer outra coisa.
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