Vislumbrando o futuro das conexões com o HSM+

Confira como foi o segundo dia do evento HSM+, que contou com grandes speakers e palestras inspiradoras

28 de Novembro de 2024

Leitura de 11 min

O segundo e último dia do evento HSM+ reuniu diversos nomes relevantes para falar sobre IA, relações humanas e outros assuntos como o futuro das conexões. As palestras focaram nas tendências da IA no mercado de trabalho, como as pessoas serão impactadas com esta evolução e como é importante olhar para as relações humanas e saúde mental em uma era da hiperconectividade.

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Índice:

A palestra que você gostaria que o seu time tivesse assistido

Philippa Perry, psicoterapeuta, escritora e autora da obra “O livro que você gostaria que todas as pessoas que você ama lessem”, iniciou sua palestra pedindo que os participantes fizessem algumas reflexões:

  • Como você se sentiria em conversar com um desconhecido?
  • Você se preocupa com o que dizer? Sente incômodo ou animação ao falar com uma pessoa desconhecida?
  • Você se preocupa da pessoa ser sem graça?

Em seguida, a profissional convidou todos os participantes para conversarem com os desconhecidos ao seu redor. Ao final, pediu que fizessem uma comparação entre o que tinham imaginado e como, de fato, se sentiram.

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A intenção da proposta foi despertar os participantes sobre como projetamos e nos preocupamos ao conhecer alguém novo, nos preocupando se nossa imagem será bem vista ou não, nos privando de sermos nós mesmos. “Quando a gente tem a sensação que terá esse status um pouco mais baixo, a gente tende a tentar falar melhor de nós mesmos”, afirmou.

Philippa sinalizou que criamos fantasias sobre como será conhecer uma pessoa nova e, geralmente, elas são negativas. “Se você vai ter uma fantasia, faça uma boa”, concluiu.

Para a psicoterapeuta, a forma como nos conectamos com as pessoas é essencial, e a melhor conexão acontece quando somos autênticos, somos nós mesmos. Mas a maneira como mantemos essa conexão e essas relações precisam ser consideradas, fornecendo de exemplo as discussões comuns do dia a dia, onde muitas vezes apenas apresentamos os fatos e ignoramos os sentimentos dos outros, quando na verdade, precisamos dos dois.

Para finalizar, Philippa salientou a importância de se conhecer e compreender seus sentimentos nas construções das relações, afinal, as melhores ideias e acontecimentos surgem ao conversarmos e conhecermos pessoas.

Como construir relações excepcionais na vida e no trabalho

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Carol Romano, CEO da FuturoCo, falou sobre a construção de relações excepcionais e sobre a epidemia da solidão, trazendo que a mesma tecnologia que hoje nos aproxima, também afasta as pessoas de se envolverem verdadeiramente uns com os outros. Para ela, mesmo as pessoas estando conectadas às redes sociais e interagindo virtualmente, elas não se conectam de fato, pois “a solidão moderna se mascara como hiperconectividade”.

Segundo as pesquisas do projeto Aristóteles, o Brasil está em primeiro lugar entre os países com maior nível de ansiedade, segundo em Burnout e quinto em depressão. Em outra pesquisa realizada com 28 países, nosso país ficou em primeiro lugar com a população que mais sente solidão.

Estamos cada vez mais ansiosos, as relações são complexas e são elas que ajudam a agravar cada vez mais os quadros de saúde mental. Somos seres relacionais e, a partir da psique de outra pessoa, vamos constituindo o nosso psiquismo“Estamos evitando relações para preservar a saúde mental, o que desperta um alerta sobre as relações humanas”, concluiu. Durante sua apresentação, a profissional destacou algumas citações relevantes sobre o tema:

“As pessoas mais felizes do estudo relatam que transformaram colegas de trabalho em amigos ao longo da vida”, Robert Waldinger, psiquiatra e professor em Harvard Medical School.

Ao pensar nas relações no ambientes de trabalho, o projeto Aristóteles realizou outra pesquisa que indicou que apenas 30% dos colaboradores têm uma relação de confiança no trabalho e essas pessoas têm melhor envolvimento com o cliente, trabalho de maior qualidade e menos probabilidade de se machucar no trabalho.

“De todos os aspectos que nos levam à felicidade, certamente relações saudáveis são o mais essencial”, Martin Seligman, psicólogo e professor na Universidade da Pensilvânia.

Ainda falando sobre o projeto Aristóteles, Carol apontou que, nas pesquisas, concluiu-se que nos times de trabalho, a forma como as pessoas se relacionam é mais importante do que os talentos individuais. A segurança psicológica é o segredo para trás dos times de sucesso e para a construção desse aspecto, são necessárias algumas ações:

  • Incluir - Garantir pertencimento com autenticidade;
  • Aprender - Valorizar o aprendizado e desmitificar o erro;
  • Construir - Estimular a inteligência coletiva e a construção;
  • Questionar - Gerar o novo a partir do confronto de ideias.

Para aprofundar as relações e criar vínculos de confiança, é preciso ir além da zona de conforto e, para isso, é preciso se expor e avançar um pouco mais em cada interação com as pessoas. “Vínculos acontecem a partir das nossas vulnerabilidades”, afirmou.

Para finalizar, Carol afirmou que precisamos ter mais conflitos e não menos, e não de pessoas, mas sim de ideias. A discordância propositiva é essencial para desenvolver a maturidade de entender que a discordância não é rejeição. Para ela, precisamos transformar o modo que lidamos com conflitos, adotando abordagens construtivas como a negociação e, para isso, a inteligência relacional precisa ser colocada em prática: silêncio, abertura, resolução de impasses, preparação e fortalecimento do vínculo.

A próxima fronteira da inovação: A Revolução Web 3.0

Alex Tapscott, especialista em global Blockchain e Web 3.0, iniciou a palestra falando sobre as Webs, explicando como aconteceu a evolução da internet e dos dados, e o que podemos esperar para o futuro.

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Web 1.0: A Web Estática

Período: 1990s - início dos anos 2000

  • Primeira versão da internet, focada principalmente em conteúdo estático e leitura.
  • Sites eram simples, com pouca interatividade e geralmente forneciam informações de forma unidirecional (do criador para o usuário).
  • Não havia interação entre usuários (comentários, redes sociais etc).
  • Exemplo: Páginas informativas, diretórios como Yahoo!, e sites pessoais básicos.

Web 2.0: A Web Interativa ou Social

Período: Meados dos anos 2000 até o presente

  • Marcada pela interação, colaboração e criação de conteúdo pelos próprios usuários.
  • Surgimento das redes sociais, blogs, wikis e plataformas de compartilhamento (YouTube e Facebook, por exemplo).
  • Grandes empresas centralizam e controlam dados dos usuários.
  • Facilita comunicação em tempo real, personalização e conectividade global.
  • Exemplo: Redes sociais, plataformas de vídeo, comércio eletrônico.

Web 3.0: A Web Descentralizada ou Semântica

Período: Em desenvolvimento, foco atual

  • Baseada em blockchain, criptomoedas, contratos inteligentes e descentralização.
  • Usuários possuem controle sobre seus dados e podem realizar transações sem intermediários.
  • Aplicações descentralizadas (dApps) e finanças descentralizadas (DeFi) surgem.
  • Maior foco em privacidade, segurança e interoperabilidade.
  • Exemplo: Criptomoedas, NFTs, metaverso, DAOs (organizações autônomas descentralizadas).

O ponto principal da Web 3.0 é a conceituação da nova fase da internet, marcada pela descentralização e pelo uso de tecnologias como blockchain, criptomoedas, NFTs e contratos inteligentes. Diferente da Web 2.0, onde o controle está concentrado em grandes empresas, a Web 3.0 busca devolver o poder e a propriedade dos dados aos usuários, promovendo maior autonomia e transparência, conforme Alex. 

A Web 3.0 altera a dinâmica de uso da internet e transforma os sistemas econômicos e sociais, incentivando novos modelos de negócios e governança descentralizada.

Futuro da IA: um olhar de CEOs sobre a aplicações na prática e impacto para os negócios

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Diego Barreto, CEO do iFood, Marcio Aguiar, Diretor da Divisão Enterprise da NVIDIA America Latina, e Andre Turquetto, CEO da Veloe, conduziram um bate-papo sobre como a IA pode facilitar e impulsionar as empresas.

Diego iniciou compartilhando a trajetória do iFood e como a tecnologia impulsionou o crescimento da empresa. A IA está sendo utilizada desde 2018 no iFood e foi extremamente importante para solucionar diversos desafios. Ele ofereceu como exemplo os cardápios dos restaurantes, em que alguns proprietários de negócios não conseguiam preencher o cardápio no aplicativo, em virtude de não serem alfabetizados ou terem dificuldades. Através do uso da IA, foi possível preencher as informações no aplicativo por meio de fotos dos cardápios já existentes.

Além disso, a IA generativa vem colaborando com os seguros dos entregadores, que quando sofrem um acidente precisam ter rápido acionamento do seguro. Para não precisar aguardar as validações da seguradora, a IA faz a verificação e confirmação da veracidade dos documentos enviados.

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André destacou a importância de pavimentar o caminho para utilizar IA, isto é, centralizar os dados de forma adequada e analisá-los de forma eficiente para tomar decisões mais assertivas. Para isso, é importante haver letramento tecnológico dos profissionais para saberem como realizar as perguntas certas e como utilizar a tecnologia a favor do negócio.

Marcio complementou o tópico, trazendo que para a NVIDIA a preocupação em gerar novos engenheiros de dados sempre existiu e, para isso, algumas etapas foram definidas para se chegar na IA, primeiro capacitando em conceitos de tecnologias iniciais, e deixando a IA como última etapa, garantindo o letramento tecnológico dos profissionais.

Diego finalizou o papo, alertando que as empresas brasileiras ainda estão muito atrasadas sobre ter consciência em começar um processo de mudança. A mudança utilizando a tecnologia e tendo a IA como um aliado para resolução de problemas só acontece quando a liderança inicia essas conscientização e coloca isso como regra para o time. Para Diego, a IA deve ser usada para gerar resultados e construir processos e melhorias a favor da organização.

O profissional do futuro 

Michele Schneider, professora e palestrante, começou sua palestra falando sobre as revoluções do trabalho até a atual, considerada a 4ª Revolução Industrial, que tem a tecnologia e a IA como protagonista.

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Para esta revolução, a inteligência artificial, a biotecnologia, a computação quântica, a IOT (Internet das Coisas) e a robótica serão responsáveis pelo desenvolvimento da sociedade, segundo Michele. Mas esta evolução gera muitas angústias e incertezas na sociedade em como ficará o futuro do trabalho e dos profissionais. Para compreender melhor, ela listou as oportunidades e os riscos que a sociedade prevê encontrar com o desenvolvimento da IA.

Oportunidades

  • Futuro de Abundância
  • Otimização de processos, mais eficiência e menos desperdício
  • Energia limpa e sustentável (mais barata)
  • Saúde e educação de qualidade disponível para todos
  • Diagnósticos de doenças mais precoces

Riscos

  • Perda de emprego em massa
  • Agravamento de desigualdades sociais
  • Disseminação de desinformação e fake news
  • Pandemias originadas por vírus criado por IA
  • Guerras nucleares e armas letais anônimas
  • Ciberataques

Em virtude do desenvolvimento da IA e da tecnologia, Michele prevê que será importante ter um conjunto de habilidades essenciais para o profissional do futuro, e que a nova era precisará de um perfil generalista criativo, que terá expertise em vários domínios e uma curiosidade apaixonada.

Michele resumiu as habilidades do profissional do futuro em quatro pilares:

  • Mente Inovadora
  • Letramento Tecnológico
  • Inteligência Emocional
  • Saúde Mental

Para se adaptar às mudanças e ter evidência no mercado de trabalho, segundo Michele, será importante investir nessas soft skills e sempre estar aberto a mudanças.

Com uma variedade de paineis e discussões enriquecedoras, o evento destacou as novas perspectivas e desafios enfrentados por empresas em busca de inovação e liderança, enfatizando a importância da empatia, conexão e colaboração. Para acompanhar mais conteúdos e coberturas de eventos, fique de olho no Acrescenta, o portal de conteúdo do iFood Benefícios.

Gente e gestão

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