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Projeto resultou em Mapa de Calor de Risco e Impacto que já foi usado nas decisões de 11 promoções, 16 méritos e duas movimentações de área
25 de Abril de 2025
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Em meados de 2021, a Gera Sales Ecosystem, empresa de tecnologia de vendas diretas, diagnosticou que informações essenciais estavam concentradas em poucos funcionários. O time de pessoas se viu diante de um desafio na gestão de conhecimento, pois não havia um plano para mitigar os riscos em caso da saída abrupta desses profissionais.
“Em alguns casos, nos sentíamos até ‘reféns’ de alguns colaboradores. Chegamos a recontratar uma pessoa por causa dessa dificuldade de gerir conhecimento entre diferentes colaboradores e cargos”, conta Bruna Ribeiro, gerente de pessoas da Gera.
Além disso, a falta de dados elaborados sobre impacto estratégico de cada um dos 120 funcionários impactavam as decisões sobre méritos, promoções, sucessões, concessão de bolsas de estudo e até demissões, que estavam sendo tomadas mais por intuições e suposições do que por dados concretos.
Índice:
Ainda em 2021, liderados por Carolina Baldrigher, especialista de RH da Gera, um grupo iniciou o planejamento do projeto que mais tarde seria chamado de Mapa de Calor de Risco e Impacto.
A partir de 2022, o grupo passou a coletar e analisar dados para criar um mapa em escala de cores (verde, laranja, vermelho e roxo), que definiria o grau de risco e impacto, de baixo a crítico, de cada funcionário da empresa.
Após encontros com as lideranças, chegou-se a onze critérios divididos em seis temas a serem avaliados e pontuados na jornada do funcionário.
Carreira/Desempenho/Desenvolvimento:
Cultura organizacional:
Avaliação de habilidades:
Compensação:
Interesses de carreira:
Impacto no negócio:
Todos os funcionários avaliados para a criação do Mapa foram informados do projeto. Estruturado no Excel, o Mapa pode ser acessado somente pela área de RH e as lideranças. A cada seis meses, há atualizações dos dados e pontuações.
Após o processo de people analytics que resultou no mapeamento dos 120 funcionários, a Gera descobriu que havia 19 pessoas críticas na empresa, ou seja, que concentravam conhecimentos estratégicos. Isso indicava a necessidade de um plano sucessório e de transmissão de conhecimento voltado a esse grupo. Além disso, o Mapa mostrava que era preciso mais atenção com esses profissionais na hora de pensar em desenvolvimento, valorização, promoção etc.
“O resultado nos deixou mais tranquilos, pois vimos que o número de posições de alto impacto e risco era muito menor do que esperávamos”, diz Bruna. “Com o resultado, começamos a definir estratégias mais claras para fortalecer nossa gestão de conhecimento. Também passamos a tomar decisões sobre promoção, demissão e transição de carreira de forma mais embasada e assertiva”, completa.
Segundo Bruna, desde 2023 o Mapa está mais presente no dia a dia da empresa e é usado continuamente pelos líderes. Eles sentem uma mudança na cultura da Gera, agora mais focada na gestão de conhecimento. Os líderes também avaliam que o Mapa os muniu com mais capacidade de tomar decisões mais seguras, mitigando riscos.
Em uma etapa seguinte, a empresa fez uma nova análise dos dados do Mapa, dessa vez avaliando menos cada indivíduo e focando mais no impacto direto dos cargos nos resultados e atividades do negócio. A análise também considerou a dificuldade para encontrar candidatos no mercado e os desafios sucessórios em médio prazo.
A conclusão foi a de que, dos 19 funcionários de alto impacto e risco, havia 13 cadeiras que precisavam ser analisadas mais a fundo. Depois desse diagnóstico, seis dessas vagas passaram a contar com um plano para formar sucessores.
Desde sua implementação, o Mapa de Calor de Risco e Impacto foi usado diretamente nas decisões de 11 promoções, 16 méritos e duas movimentações de área.
Conteúdo inédito da Think Work Lab para o Acrescenta, do iFood Benefícios. Em breve, também disponível no Think Work Lab, na área exclusiva para assinantes.