As empresas e a crise da educação
A crise da educação no Brasil é também um desafio econômico, que ameaça o futuro das empresas e do país.
Os efeitos da pandemia de Covid-19 para a formação de crianças e jovens brasileiros aprofundaram ainda mais a crise educacional no país. A proporção de alunos com problemas de alfabetização pulou de 16% para 34% entre 2019 e 2021, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). No mesmo período, o percentual de crianças de 6 e 7 anos que não sabiam ler nem escrever cresceu 67% — totalizando 2,4 milhões de brasileirinhos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses números impactam diretamente as empresas, que estão cada vez mais preocupadas com o nível técnico, educacional, comportamental e emocional dos funcionários que contratam ou querem contratar.
Um sistema educacional fraco se reflete diretamente no desempenho do profissional. Um funcionário com algum nível de analfabetismo funcional ou baixa formação não consegue seguir instruções de um manual para operar um equipamento, interpretar um balanço financeiro ou se comunicar adequadamente com os colegas, por exemplo. E isso coloca o Brasil em desvantagem perante outras economias. A produtividade no país chegava a ser quatro vezes menor do que nos Estados Unidos, segundo a consultoria internacional The Conference Board.
O prejuízo resultante das lacunas na educação do brasileiro é imenso inclusive para o desenvolvimento do país. O estudo Human Capital Project, do Banco Mundial, apontou que uma criança nascida no Brasil em 2019 deveria alcançar em média apenas 60% do seu capital humano potencial ao completar 18 anos. Ou seja, 40% do talento total seria desperdiçado no meio do caminho. O órgão estimava que o PIB brasileiro poderia ser 2,5 vezes maior se nossas crianças desenvolvessem suas habilidades ao máximo.
Na prática, o Brasil perde o equivalente a 214 bilhões de reais todos os anos pelo fato de jovens não concluírem a educação básica, segundo a pesquisa Consequências da violação do direito à educação, de 2020, do Insper e da Fundação Roberto Marinho.
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